Como drones e IA mapeiam e tratam os focos de dengue, podendo reduzir em até 28 vezes os gastos com o tratamento da doença no SUS
Techdengue aplicado à saúde pública permite que municípios detectem criadouros em escala e atuem de forma mais rápida
Acompanhando as tendências globais, o combate ao Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya, também se alia à tecnologia para maior eficácia, com o uso de drones e inteligência artificial (IA) que rastreiam focos do vetor com precisão antes impossível. Em diferentes municípios mineiros, o programa Techdengue vem substituindo ações reativas por uma estratégia de vigilância baseada em evidências, análises territoriais e monitoramento aéreo de alta precisão.
O programa permite que drones sobrevoem grandes áreas urbanas em poucas horas, identificando potenciais criadouros, incluindo aqueles invisíveis ao nível do solo, como lajes, caixas d’água elevadas, calhas, telhados e reservatórios escondidos. Diferentemente do método tradicional, que depende do deslocamento porta a porta, a operação aérea cobre regiões amplas com rapidez e segurança, oferecendo uma complementação ao trabalho manual. Isso reduz o tempo de monitoramento e amplia significativamente o alcance das ações de controle.
Além do mapeamento, o Techdengue também realiza a aplicação direcionada de larvicida, com precisão superior a 95%, por meio de um dispenser inteligente capaz de atuar exatamente sobre depósitos que apresentam risco real. “O processo evita desperdício de insumos, aumenta o impacto sanitário e prioriza pontos críticos com maior potencial de proliferação do mosquito”, explica o idealizador do Techdengue, Cláudio Ribeiro.
Após o sobrevoo, todos os dados levantados são analisados por algoritmos e traduzidos em mapas, indicadores e alertas técnicos. A organização de informações possibilita que o município planeje mutirões com base em realidade territorial, priorize bairros com risco mais alto de transmissão e otimize equipes, deslocamentos e orçamento público.
O grande diferencial, de acordo com o CEO, está em transformar inteligência em ação. “O Techdengue permite que os municípios prevejam onde o surto pode começar e atuem antes que ele aconteça. Quando usamos dados para direcionar o trabalho, aumentamos a eficiência, reduzimos custos e salvamos vidas”, afirma Cláudio.
Resultados que comprovam o impacto
Municípios atendidos pelo programa já registraram reduções significativas nos focos de mosquito, chegando a mais de 90% nas áreas tratadas, além de economia expressiva na saúde pública. Em simulações baseadas em dados reais de operação, para cada R$ 1 investido, a redução de internações e atendimentos pode representar até R$ 28,60 em retorno para o Sistema Único de Saúde (SUS).
Com mais de 150 mil hectares mapeados e presença em mais de 600 municípios, o programa se consolida como uma das principais iniciativas brasileiras em tecnologia aplicada à vigilância epidemiológica. A união entre drones, algoritmos e gestão territorial tornou-se uma aliada estratégica para prefeituras que buscam modernizar o combate à dengue e atuar com eficiência, velocidade e precisão, exatamente quando o país enfrenta novos ciclos de alta infestação.
Sobre o Techdengue
O Techdengue é um programa voltado para a saúde pública que utiliza drones e análise de dados geográficos para conter a proliferação Aedes aegypti. Com a aplicação de inteligência artificial e o uso de algoritmos sofisticados, são geradas informações precisas sobre as áreas de risco, permitindo ações rápidas e eficientes para o controle do mosquito e a prevenção de surtos de doenças transmitidas pelo vetor.
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