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Governo de SP pode investir R$ 18,5 bi em trens regionais


O transporte de passageiros sobre trilhos poderá passar por uma revolução nesta década no Brasil. Além da iniciativa do governo federal de tentar viabilizar o Trem de Alta Velocidade (TAV), interligando as cidades de São Paulo, Campinas e Rio de Janeiro até 2020, o governo paulista está trabalhando no projeto de trens regionais, que poderá contemplar R$ 18,5 bilhões em investimentos na construção de uma malha que conectará a capital paulista às regiões de Santos, Sorocaba e Jundiaí. A ideia é oferecer mais uma opção de deslocamento na macro metrópole paulista, que reúne, em 0,5% do território nacional, 15% da população brasileira e 27% do PIB. "Queremos atrair a iniciativa privada nesses projetos de trens regionais, que têm complementariedade com o TAV", disse o secretário de Transportes Metropolitanos de São Paulo, Jurandir Fernandes.

Em novembro, o BTG Pactual e a Estação da Luz Participações (EDLP) apresentaram a Manifestação de Interesse Privado (MIP) para o projeto, que poderá representar a implantação de 431 km de uma rede integrada de linhas ferroviárias de passageiros que abrangerá as cidades de Santos, Mauá, São Caetano, Santo André, Jundiaí, Campinas, Americana, São José dos Campos, Taubaté e Sorocaba. Os trens trafegariam com velocidade entre 120 km/h e 160 km/h e contariam com ampla gama de serviços, como internet sem fio, cafés, assentos confortáveis.

Estimado inicialmente em R$ 3,2 bilhões, o trem expresso para Jundiaí teria 47 km de extensão e faria o percurso entre a capital paulista e o interior em 25 minutos. "Estamos na fase de contratação do projeto básico e executivo e dos licenciamentos ambientais", destacou o secretário. Já para o trecho entre São Paulo e Santos, de 58 km de extensão, com tempo de viagem previsto em 35 minutos, ainda falta definir a localização da estação central em São Paulo. O custo da obra está projetado entre R$ 3 bilhões e R$ 6 bilhões. "Essa diferença de valor é por conta da indefinição de alguns pontos, como a localização das estações e do traçado, além de estarmos vendo como o capital privado poderá participar", afirmou Fernandes.

Outro trecho trabalhado é o de São Paulo a Sorocaba, com extensão de 87 km e tempo de percurso previsto em 52 minutos. O custo está entre R$ 3 bilhões a R$ 6 bilhões. "Ainda estamos analisando o trajeto, quantos túneis serão feitos, quantas obras de arte poderão ser feitas, por isso a diferença dos valores. Mas já estamos começando a nos preparar para a licitação dos projetos de engenharia", disse.

Os estudos técnicos que embasam todo o projeto deverão ser entregues ao governo paulista em 26 de julho. Uma parte dos custos da implementação da rede deve ser paga pelo Estado e está estimada em R$ 4 bilhões, sendo que a maior parte deverá ficar com a iniciativa privada. Calcula-se que cerca de duas milhões de pessoas se deslocam diariamente entre as cidades envolvidas pelo projeto, o que proporciona escala para que as obras possam sair de fato.

O sistema de trens regionais poderá transportar 465 mil passageiros por dia. "A frota paulista dobrou de 10,5 milhões de veículos para 20,5 milhões em 2010, o que abre perspectivas para a viabilidade de sistema de trens", frisou Guilherme Quintella, presidente da Adtrem. "Com esses investimentos, podemos retornar à década de 1960, quando se transportavam 100 milhões de passageiros por ano", disse o presidente da Associação Brasileira da Indústria Ferroviária (Abifer), Vicente Abate.

FONTE: VALOR ECONÔMICO

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