MRV espera geração de caixa crescente no decorrer do ano
Por Chiara Quintão | De São Paulo
A MRV Engenharia espera geração crescente de caixa no
segmento residencial ao longo dos próximos trimestres, conforme o
diretor-executivo de finanças da companhia, Leonardo Corrêa. No primeiro
trimestre, a incorporadora gerou caixa de R$ 62 milhões no segmento, ante R$ 38
milhões no quarto trimestre de 2012.
De janeiro a março, a companhia teve recorde trimestral de
repasses de contratos dos clientes para os bancos, no total de 10,3 mil
unidades. O volume corresponde ao patamar anualizado de 41,2 mil unidades.
"Estamos repassando cada vez mais unidades", afirma Corrêa.
No primeiro trimestre, a MRV registrou vendas contratadas
recordes de R$ 1,1 bilhão, com alta de 34% ante o mesmo período do ano passado.
Os distratos - cancelamentos de vendas - aumentaram na comparação dos dois
intervalos, para 2,21 mil unidades (R$ 232,6 milhões a valor de contrato), mas
a variação não foi informada.
Para o crescimento do número de unidades distratadas,
contribuiu a adoção de política de crédito mais restritiva pela companhia. O
desenquadramento de renda foi a razão para 96% dos distratos.
"Não esperamos mudança substancial nos níveis de
distratos reportados nos próximos trimestres", disse Corrêa. A redução do
volume de cancelamentos de vendas ocorrerá a partir de 2014, conforme o
executivo.
No primeiro trimestre, a MRV teve lucro líquido de R$ 79
milhões, 32,1% menor que o do mesmo período do ano passado. A receita líquida
caiu 6,3%, na comparação dos dois intervalos, para R$ 830 milhões. A margem
bruta ficou em 26,1%, ante 26,3% no primeiro trimestre de 2012. A redução do
lucro líquido da MRV resultou do aumento dos distratos, da receita menor e da
margem mais baixa dos projetos antigos.
O lucro líquido e a receita líquida da companhia, no
trimestre, ficaram abaixo da média das estimativas da BES Securities, da
Bradesco Corretora e do JP Morgan. A média das projeções apontava para lucro
líquido de R$ 111 milhões e receita líquida de R$ 1,03 bilhão.
No primeiro trimestre, o Ebitda caiu 32,8%, para R$ 129
milhões. A margem Ebitda teve queda dos 19%, no período de janeiro a março do
ano passado, para 15,5%. Segundo Corrêa, haverá recuperação paulatina da margem
Ebitda da companhia, ao longo dos próximos trimestres. O melhor controle de
custos contribui para essa expectativa.
No fim do primeiro trimestre, a MRV tinha dívida líquida de
R$ 1,601 bilhão e relação entre dívida líquida sobre patrimônio líquido de
38,3%.
FONTE: VALOR ECONÔMICO
Nenhum comentário