Últimas

O idoso e o sono

Muitas pessoas acreditam que o idoso dorme menos. Mas isto não é verdade. Em média o idoso deve dormir entre sete/oito horas por dia. O idoso que dorme cinco/seis horas e tem a fase do sono profundo, fica bem. Mas aquele que dorme esse mesmo tempo, mas com um sono agitado, levanta muitas vezes para ir ao banheiro, por exemplo, não tem um sono reparador. Assim o idoso acaba trocando o dia pela noite e dorme em alguns períodos do dia o que acaba causando falta de sono à noite.

O sono tem cinco estágios – 1, 2, 3, 4 e REM – e o cérebro age de forma diferente em cada fase. Em alguns estágios seu corpo se movimenta e em outras permanece imóvel. Tem etapas que estão ligadas diretamente com a saúde de sua memória, concentração e até problemas de estresse.

Os quatro primeiros estágios são necessários para o descanso e relaxamento do indivíduo. Pessoas que tem problemas de insônia normalmente não conseguem passar do estágio 1 e as pessoas com má qualidade de sono raramente completam o ciclo com o sono REM.

Claro que cada pessoa tem as suas necessidades. Mas uma dica que vale para todos é procurar ter um ambiente silencioso e pouco iluminado para um repouso tranquilo. Não assistir programas na TV que contenham cenas de violência e muita ação, evitar bebidas com cafeína e fazer uma refeição leve também ajudam a ter uma boa noite de sono.

Ao anoitecer o idoso deve manter a casa iluminada para não achar que já é hora de dormir e procurar ter uma rotina. Isto é, dormir e acordar no mesmo horário, para ter um sono reparador e evitar acordar cansado, desanimado e sem energia para fazer suas atividades diárias.

Se mesmo com essas medidas o idoso não consegue dormir bem, deve ser investigado se não existe algum problema respiratório, como apneia ou ronco, e trata-lo. Até a catarata pode influenciar. Como o problema impede que o brilho da luminosidade adequada passe pela retina, o idoso pode achar que está sempre anoitecendo e assim ocorrer liberação de melantonina excessiva e durante o dia ele ter sonolência.

Por último, se o uso de medicamentos for necessário é preciso que o médico investigue a rotina do idoso – a hora que acorda, que dorme, se cochila durante o dia, etc. – para indicar o remédio adequado.

Elaborado pelo neurologista André Augusto Lima, membro da Academia Brasileira de Neurologia e diretor da clínica NeuroVida Cuidados Médicos.

Nenhum comentário