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Saque das contas inativas do FGTS não é a solução

De acordo com especialista, a medida é paliativa e não resolve a situação econômica do País

A liberação do saque das contas inativas do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), estabelecida pelo governo, “levou alegria e conforto para parte da população, que vivenciou a oportunidade de respirar em meio a crise econômica”, salienta Reginaldo Gonçalves, professor e coordenador do curso de Ciências Contábeis da Faculdade Santa Marcelina (FASM).

Conforme alerta o especialista, a iniciativa não garante a retomada do crescimento, embora a medida seja louvável, pois prevê injeção de quase R$ 30 bilhões na economia nacional, o que equivale, nas contas de equipe econômica, a 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB).

“Infelizmente nem tudo é alegria, mas sim, um doce veneno, uma vez que muitas pessoas devem usar parte do dinheiro para quitar dívidas, outras farão aplicações financeiras e algumas tentarão poupar, prevendo um cenário ainda mais tenebroso. De fato, pouco dos recursos será destinado ao consumo”, enfatiza o professor, acrescentando que a liberação das contas inativas está longe de salvar a combalida economia nacional. Na sua opinião, apenas os pequenos comerciantes devem beneficiar-se.

“Medidas populistas não auxiliam no crescimento da indústria, comércio e do setor de serviços. A princípio, não devemos esperar nenhum movimento de melhoria que reverta o desemprego, que atinge no momento 12,3 milhões de pessoas, e tampouco provoque aumento em escala dor consumo. Carecemos de investimentos estruturais, principalmente em logística”.

O professor argumenta que não se veem quaisquer ações do governo de investimento em obras de infraestrutura e transportes, que seriam importantes para o restabelecimento da expansão do PIB. Segundo o especialista, a solução para o Brasil também está na redução de impostos.

“É inconcebível que as empresas e indústrias de grande porte demorem tanto para exportar sua produção, muitas vezes até 20 dias, em virtude da falta de infraestrutura do País. Além de estradas malconservadas, há péssimas condições nos portos e aeroportos. Já está na hora de o governo produzir frutos e não aumentar os gastos, potencializando o emprego, pois só assim conseguiremos retomar o crescimento, garantindo a recuperação e a competividade da nossa economia”, afirma o docente da FASM.

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