Pandemia antecipa transformações digitais
Enquanto
muitos setores tiveram que fechar empresas e demitir, o segmento de tecnologia
e inovação cresce ao criar soluções para superar a crise e ajudar companhias a
sobreviver. Em Goiás, empresa do segmento cresce 65% e atende 18 estados
brasileiros mais o Distrito Federal
Tela Digital, uma das soluções desenvolvidas
pela Skyline
Divulgação
Que tal conhecer o
decorado de um apartamento no qual está interessado sem sair de onde está,
usando o seu celular ou computador, inclusive, com a possibilidade de tirar
medidas para planejar a decoração? Quer, também do seu computador ou celular,
conhecer a vizinhança do seu futuro imóvel? Saber quanto tempo gastará para
levar as crianças à escola? Quais opções de supermercado, de clínicas médicas,
de lazer terá a sua disposição? Ou então poder ver como será a vista real do
exato andar onde fica o apartamento que você comprou na planta? Acredite,
graças às tecnologias digitais de hoje tudo isso sugerido anteriormente é
possível, e diante das transformações que a pandemia trouxe, o uso dessas soluções
passaram a ser ainda mais requisitadas e adotadas.
É o que constatou uma pesquisa global da consultoria KPMG feita entre
maio e julho de 2020 com 780 executivos, líderes de “estratégia de
transformação digital” de empresas em dez países diferentes, entre eles o
Brasil. Junto às companhias brasileiras consultadas, 71% informaram que
anteciparam seus planejamentos de transformação digital por causa da pandemia,
enquanto 67% aumentaram os investimentos para esse fim de forma significativa
ou moderada. Entre as conclusões do estudo, está o fato de que a pandemia não
mudou tendências, mas sim acelerou as transformações digitais.
As empresas que souberam investir em soluções digitais para contornar as
limitações impostas pela Covid-19 sobrevivem e até crescem. Mas e aquelas que
criaram tais soluções? Essas não só cresceram como se mostraram essenciais para
um futuro que chegou um pouco mais rápido. Empresas como a Skyline Inovação
& Produções, que foi criada em 2015, a partir da sociedade formada por dois
amigos de infância, o engenheiro civil Andreyve Melo e o administrador de
empresas Gabriel Caixeta. Sediada na cidade de Anápolis, a cerca de 50
quilômetros de Goiânia, a empresa é especializada em desenvolver ferramentas
digitais de vendas para o mercado imobiliário, registrou um crescimento de 65%
em sua demanda, na comparação entre 2019 e 2020.
“Sem dúvida essa procura das empresas por soluções digitais acelerou demais
durante a pandemia. Tanto que tivemos que contratar mais pessoas”, afirma
Andreyve Melo, um dos sócios fundadores da Skyline, que com apenas seis anos de
mercado, não só conquistou o mercado goiano em pouco tempo, como hoje presta
serviços para construtoras e incorporadoras em 18 estados diferentes e no
Distrito Federal. Ele explica que sua empresa desenvolve por meio de soluções
utilizando imagens digitais (vídeos e fotos de alta definição) e recursos como
gamificação, animação digital, realidade virtual e realidade aumentada.
Segundo Gabriel Caixeta, também sócio-fundador da Skyline, enquanto muitos
setores, durante a pandemia, fecharam empresas e demitiram em massa, o segmento
de tecnologia e inovação estava na contramão disso, e ainda segue crescendo.
“Nós entregamos justamente soluções digitais, para aquele momento com estandes
fechados, com corretor podendo atender só de forma remota”, destaca o executivo
ao falar das soluções digitais que oferece especialmente para incorporadoras.
Embora todos os seus clientes ativos sejam oriundos do mercado
imobiliário, Gabriel reconhece que as soluções digitais que sua empresa
desenvolve podem sim ser usadas para empresas de outros segmentos. “Já
atendemos, por exemplo, empresas do setor automobilístico. Este ano mesmo,
fizemos para a Saga um trabalho usando o Tour 360º para o novo Toyota Corolla Cross”,
afirma Caixeta.
Mais procurados
O Tour 360º, citado por Gabriel Caixeta, é uma das 25 ferramentas digitais
desenvolvidas pela Skyline e, inclusive, foi uma das mais procuradas durante o
último ano de pandemia, pelas incorporadoras. Ele explica que com a
impossibilidade de se fazer visitas presenciais aos decorados dos lançamentos
imobiliários, devido às restrições impostas pelas medidas sanitárias contra a
Covid-19, qualquer pessoa, a partir de qualquer lugar com internet e usando um
computador ou celular consegue fazer uma visita virtual do apartamento modelo
usando a ferramenta Tour Decorado 360º.
Segundo Andreyve, a ferramenta digital traz uma experiência visual única, pois
por meio dela, é possível de forma virtual caminhar pelo decorado, andar pelos
cômodos, conferir detalhes de acabamento e até fazer a medidas de espaços para
planejamento da decoração e do mobiliário. “É possível visualizar um modelo
digital da planta baixa do apartamento, bem como sua maquete em 3D. É uma
ferramenta digital que você consegue abrir de forma fácil por meio de um link,
então o corretor consegue abrir até pelo seu WhatsApp”, esclarece.
Outro produto da Skyline também bastante demandado durante a pandemia foram as
telas interativas, que consistem basicamente na digitalização de espaços reais,
reunião e organização estrutural de todas as informações de um empreendimento
imobiliário para uma apresentação nos estandes de vendas de uma forma altamente
realista. O dispositivo, inclusive, é um dos carros-chefe da empresa e está
instalado em mais 100 estandes imobiliários espalhados pelo país, em
empresas de capital aberto como o Grupo Cyrela, MRV e RNI. “A Tela Interativa
permite fazer uma apresentação dinâmica, clara e bem detalhada do
empreendimento; e ao cliente final, o comprador do imóvel, a possibilidade de
vivenciar virtualmente os ambientes com uma sensação de presença e alto
realismo.E o acesso ou operacionalização deste sistema é altamente intuitivo.
Todas as informações e detalhes sobre um empreendimento estão a um toque na
Tela”, descreve Andreyve.
Desafios
Para Andreyve Melo e Gabriel Caixeta, os principais desafios de sua empresa,
que tem por missão desenvolver e oferecer soluções digitais para outras
empresas, são três: entender as dores e dificuldades de seus clientes, depois
transformar os recursos tecnológicos que se tem disponíveis em experiências
únicas para os clientes finais, que no caso das incorporadoras, são os
compradores de imóveis; e por fim ter um time altamente capacitado e atualizado
com as mais modernas tecnologias disponíveis.
“Em geral quem passa esse primeiro briefing é a equipe de marketing da empresa,
que faz uma apresentação desse produto para gente. É quando eles explicam sobre
a localização, o produto que será lançado, seus diferenciais, seu projeto. E
isso ocorre numa reunião de briefing. Então assimilamos todas essas informações
e sugerimos também algumas coisas em relação a estratégia de apresentação desse
produto e de soluções que podem ajudar. E todos esses dados subsidiam as ferramentas
que oferecemos”, detalha Andreyve.
Depois de assimilado e entendido todo o projeto e seu conceito, a equipe da
Skyline passa para a produção propriamente dita, que é essencialmente a
captação de imagens e áudios que irão compor os conteúdos dessas soluções
digitais oferecidas pela empresa. Gabriel Caixeta explica que o desafio, nessa
fase, é traduzir uma experiência sensorial e audiovisual de um produto por meio
dos recursos tecnológicos. “Ai vem a necessidade de termos uma equipe muito bem
capacitada. Para isso investimos muito em estratégias que atraiam os melhores
profissionais disponíveis no mercado, especialmente na área de tecnologia
digital. Além de oferecermos um ambiente de trabalho de descompressão, mais
leve, atrativo e que estimula a criatividade, temos para nossos colaboradores
alguns benefícios, como premiações mensais e participações em resultados.Tudo
isso, dessa forma,visa agregar aos ganhos desses colaboradores, cuja a grande
maioria é contratada em regime celetista", explica Gabriel Caixeta.
De acordo com Andreyev, entendido o conceito do produto apresentado pelo
cliente, o próximo passo é buscar um roteiro das ações e peças audiovisuais que
serão criadas. “Se o cliente não tiver este roteiro nós ajudamos com isso.
Depois, com base neste roteiro, elaboramos um orçamento, e sendo aprovado,
partimos para as sugestões de locutores e trilhas sonoras, quando necessário.
Também fizemos a montagem do storyboard. Paralelo a tudo isso captamos todas as
imagens (fotos e vídeos), quando necessário uso de casting também já fazemos as
gravações nesta etapa”, descreve Andreyve, ao falar das etapas para desenvolver
as soluções que oferecem para seus clientes.
Em seguida, o processo de produção entra na fase de edição mesmo. É quando todo
o material de áudio e vídeo coletado se une às informações passadas pelas
incorporadoras. “Pegamos tudo isso e fizemos a montagem dessa estrutura, e
antes mesmo de passarmos para a próxima etapa, aprovamos isso com o cliente.
Havendo aprovação, seguimos para a fase de uso de animações e de motions
graphics, que é a fase da computação gráfica. E depois disso mostramos para o
cliente e, se necessário, são feitos os ajustes”, acrescenta Andreyve.
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