Seguro agrícola como ferramenta de estabilidade econômica para o agronegócio
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Uma das modalidades do seguro rural, o seguro agrícola tem por objetivo oferecer uma proteção ao produtor rural para eventuais danos decorrentes de fenômenos meteorológicos, do início da plantação até a sua colheita, como granizo, geada, chuvas excessivas, seca, entre outros.
Esse tipo de seguro
é comercializado por seguradoras ou através de auxílio do Governo Federal, mais
precisamente do Programa de Subvenção do Prêmio do Seguro Rural (PSR). Neste
caso, parte do pagamento do prêmio devido pelo produtor rural é realizada pelo
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), isso com a
finalidade de reduzir os custos do seguro e, assim, torná-lo mais acessível,
além de resguardar o segurado dos prejuízos que possam ocorrer à lavoura.
O produto oferece
seguro para o plantio de grãos, hortas, pomares, máquinas agrícolas, entre
outros. Pode ser para cobrir os custos de produção de cultura, daquilo que foi
investido na safra, da expectativa de produtividade ou, ainda, cobrir a
variação de preço do produto no tempo de vigência da apólice, pagando ao
produtor rural de acordo com o valor atual de mercado, até o limite máximo de
indenização contratado.
Dentre as vantagens
trazidas pelo seguro agrícola está o fato de poder ser contratado tanto por
pessoa física, quanto jurídica, com flexibilidade na escolha das garantias a
serem objeto da apólice, além de possibilitar segurança ao produtor rural desde
o plantio até a colheita, na hipótese de evento coberto. O estímulo do Governo
Federal também é de suma relevância, pois implica na expansão do seguro e no
número de produtores cobertos, atraindo novas seguradoras e repercutindo,
assim, no mercado como um todo. Atualmente, 15 seguradoras estão habilitadas
para operar no PSR.
Seguro à prova de crise
O seguro agrícola
está inserido no mundo do chamado agronegócio que, basicamente, se trata do
conjunto de atividades econômicas que interliga os ramos da agricultura,
pecuária, indústria e seu respectivo comércio, representando uma das maiores
fatias da economia brasileira.
E, como já se sabe,
o agronegócio não foi afetado pela crise gerada pela pandemia da Covid-19, pelo
contrário, representou crescimento expressivo, batendo recorde de exportações
em 2021 e movimentando mais de US$ 102 bilhões, conforme dados da Confederação
Nacional da Agricultura e Pecuária.
Neste cenário, o
seguro rural, assim como o seguro agrícola, vem ganhando ainda mais força no
mercado, se consolidando ano após ano e sendo, atualmente, um dos produtos mais
comercializados no ramo securitário. O crescimento foi tão amplo que, em 2021,
o Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR) aplicou R$ 1,18 bilhão,
montante 34% superior ao executado em 2020, sendo indicador recorde do seguro
rural em 2021. Foram beneficiados, ainda, em torno de 121 mil produtores rurais
e contratadas 218 mil apólices, alcançando no ano passado o maior valor
segurado no país, R$ 68,3 bilhões, um aumento de 49,1%.
Interessante
destacar que grande parte do número de apólices se concentra em lavouras de
grãos, uma vez que o Brasil é grande produtor de culturas como milho e soja,
mais propensas à grande variação climática.
Por fim, conforme
análises de mercado, espera-se que o seguro agrícola continue em expansão,
acompanhando o crescimento do agronegócio em 2022, contribuindo com a
estabilidade econômica e segurança da propriedade dos produtores rurais do país.
Foto/Vinícius Sgarbe |
*Lama Ibrahim é advogada e sócia do escritório Rücker Curi Advocacia e Consultoria Jurídica, além de especialista em Direito Securitário - Previdência Complementar e Processo Civil.
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