Os efeitos da utilização de lubrificantes automotivos falsificados para a saúde do veículo
Por Marcelo Martini
O fato de serem produtos de consumo massivo faz com que os
lubrificantes automotivos chamem a atenção de falsificadores. De acordo com a
Associação Brasileira de Combate à Falsificação (ABCF), aproximadamente 30% de
todos os produtos falsificados no país referem-se a itens automotivos,
relacionados, especialmente, à motorização. Diante disto, é preciso entender as
consequências da utilização de lubrificantes automotivos falsificados para a
saúde dos veículos.
Antes de mais nada, os lubrificantes automotivos, de modo geral,
são misturas de óleos básicos e aditivos, responsáveis por melhorar ou
desenvolver novas propriedades aos lubrificantes, como proteção contra corrosão
e desgaste de peças, por exemplo﹒Neste sentido, estes produtos desempenham papel fundamental para o
bom funcionamento do veículo e para a garantia de eficiência do automóvel. A
partir disto, um dos pilares que garante a qualidade e evita problemas de
funcionamento veicular é a utilização de produtos
homologados.
Principais diferenças entre os lubrificantes automotivos originais
e falsificados
Embora apresentem colorações semelhantes, os lubrificantes
automotivos falsificados não possuem a aditivação correta para gerar a proteção
necessária para o motor do veículo, comprometendo drasticamente a vida útil do
automóvel. Isto ocorre porque, normalmente, estes produtos são preparados em
fábricas “caseiras”, sem nenhum cuidado com qualidade e sem a fiscalização da
Agência Nacional de Petróleo (ANP).
Desta forma, sem a proteção efetiva, o motor sofre um desgaste
prematuro das peças. Nos casos mais graves pode ocasionar a quebra de pistões
ou, até mesmo, do bloco de motor, gerando um enorme prejuízo financeiro ao
proprietário do veículo.
Devido a inexistência da película protetora, que garante a
lubrificação adequada dos componentes, a utilização destes lubrificantes
falsificados eleva a temperatura de funcionamento do veículo e confere um
consumo maior de combustíveis, além de facilitar a formação de borras e
vernizes dentro do motor, o que contribui para aumentar, ainda mais, os gastos
do proprietário, bem como preconizar o funcionamento efetivo do automóvel.
Além de todos os problemas relacionados à saúde do veículo e aos
custos ao proprietário, a utilização de lubrificantes automotivos falsificados
pode gerar consequências ainda mais graves. Com a falta de proteção às peças e
a possibilidade de danificações, o risco de acidentes aumenta substancialmente,
colocando, não apenas a saúde do veículo, mas também a vida dos ocupantes em
risco.
Dicas para evitar o risco de utilizar lubrificantes falsos
Para garantir a utilização de lubrificantes automotivos originais
e de qualidade comprovada, é essencial que, tanto o proprietário, quanto o
profissional, estejam atentos a todos os detalhes durante a troca de óleo. Para
isto, é necessário avaliar a origem dos produtos e o tempo de atuação no
mercado. Consultar o “Boletim de Monitoramento de Lubrificantes”, realizado
pela ANP, é uma ótima opção para se atentar a estes detalhes.
Além disso, outras ações simples podem auxiliar os proprietários
neste momento, como desconfiar de preços excessivamente baixos, pesquisar o
CNPJ da empresa, verificar a data de fabricação e de validade no rótulo dos
produtos e certificar-se de que o produto conte com lacre na tampa. É
importante ressaltar que o consumidor pode acionar a ANP caso desconfie de
falsificação de produtos ou denunciar se for necessário.
O mais importante é garantir a utilização de lubrificantes
automotivos de qualidade. O mercado investe, cada vez mais, em tecnologias
fundamentais para o desenvolvimento de lubrificantes, aumentando
significativamente o padrão de qualidade destes produtos. Portanto, é
imperativo optar sempre por lubrificantes homologados e aderentes às exigências
e especificidades de cada veículo.
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Marcelo Martini é Gerente de Vendas do Aftermarket da FUCHS, maior fabricante independente de lubrificantes e produtos relacionados do mundo.
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