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Pedidos de demissão voluntária é o maior em 8 anos no Brasil

Entre os motivos está a vontade de empreender no próprio negócio. Conheça abaixo 11 executivos que decidiram largar o emprego para escrever a própria história

Uma recente pesquisa realizada pela LCA Consultores, a partir de microdados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), o Brasil tem o maior número de pessoas que decidiram pedir demissão dos seus empregos nos últimos oito anos, quando o número foi de 542.685. As demissões voluntárias atingiram em janeiro de 2022 um patamar de 544.541 brasileiros que resolveram abandonar a estabilidade da carteira assinada e diversos benefícios para ir em busca de um novo estilo de vida. Os motivos são muitos, seja porque recebeu uma proposta de trabalho mais vantajosa ou porque deseja empreender em um negócio próprio. Este último, é um termômetro que as redes de franquias perceberam nos últimos meses.   

Na Anjos Colchões & Sofás, rede de franquias especializada em colchões e estofados, a franqueada Rosinei Almeida (46), que por 25 anos trabalhou em uma grande varejista de móveis e tivesse estabilidade e segurança, decidiu rescindir o contrato de trabalho para ter sua própria loja. Aproveitando o conhecimento e experiência que adquiriu em anos de trabalho, abriu em 2020 sua primeira loja. Atualmente, com a ajuda da filha Evilyn Almeida, administra três franquias da Anjos Colchões em Mato Grosso. “Nunca pensei que seria fácil. É preciso muita dedicação, noites em claro, foco e persistência, mas que me oferecem, em contrapartida, além de ter as minhas lojas, a liberdade para ousar e seguir”, explica.

Com MBA em Economia Internacional, Daniela Goes (41) trabalhou por 19 anos em uma instituição bancária, atuando como gerente de atendimento. Com benefícios diversos e um bom salário, já não se sentia realizada com o que fazia e, no final de abril de 2022, resolveu pedir demissão e abrir o próprio negócio. Investiu em uma franquia da Casa de Bolos, rede pioneira no segmento de bolos caseiros, no município de Carapicuíba, Região Metropolitana de São Paulo. “Uma vez me disseram: ‘faça sempre o seu melhor, porque se você não for reconhecida onde está, alguém te reconhecerá’. Então resolvi me reconhecer. Hoje me sinto realizada em poder aplicar coisas que aprendi e conseguir tocar meu próprio negócio”, relata.

Alessandro Alves e Edson Mantovani deixaram a sala de escritório, onde trabalhavam na mesma equipe, para empreender juntos. “Eu tinha o desejo de ter o próprio negócio e como meu chefe da época (e agora sócio) estava para sair, pedi a ele que me incluísse na rescisão”, conta Edson. Já Alessandro, que inicialmente desejava morar fora do país, reavaliou os planos ao ponderar a idade da mãe, de 82 anos, e decidiu embarcar no franchising com o ex-colega de firma. Com muito trabalho e dedicação, a parceria entre os amigos de 42 e 43 anos, respectivamente, vem garantindo o sucesso como franqueados da Sofá Novo de Novo. A dupla já conta com duas operações da rede e pretende continuar a expandir os negócios. “Além da rentabilidade do modelo de franchising, conquistamos um espaço especial na memória das pessoas, pois é no sofá que recebemos as pessoas em nossas casas”, afirma Alessandro.

Depois de quatorze anos dedicado ao ramo de vendas, Aislan de Siqueira (33), de Capivari, interior de São Paulo, percebeu que, embora o seu trabalho fosse uma peça importante para as empresas onde atuava, não sentia que aqueles resultados pertenciam a ele. “Na minha cabeça, eu já me esforçava tanto por tarefas e metas que eram para a propriedade dos outros, por que não me esforçar para algo que fosse meu?”, conta Siqueira, que intercalou a rotina do trabalho e de começar a empreender durante o ano de 2021. Foi assim que ele decidiu pedir demissão no início de 2022 e  investiu seus esforços em uma licença do Alfred Delivery, plataforma de entregas last mile. Passou, assim, a administrar o seu próprio negócio de casa, usando todo o seu conhecimento da área de vendas para conectar os comércios da região com os entregadores locais.

Manuela Melo (36) tinha o desejo de ter o próprio negócio, mas queria investir em uma marca que já tivesse se consolidado no mercado. Conheceu por uma rede social a CleanNew, rede especializada em higienização e blindagem de estofados e apostou as fichas na operação. Deixou o emprego em que estava, na área comercial de uma indústria farmacêutica e, em 2016, adquiriu a primeira unidade da franquia em Recife. Com o retorno e um lucro bom, decidiu abrir mais uma operação e em 2019 inaugurou a segunda unidade. Realizada, Manuela deseja adquirir, futuramente, uma terceira operação.

Adriana Gusman (50) tinha uma carreira estável na área financeira, um cargo de liderança e um bom salário, mas a vontade de empreender sempre esteve presente. Mas foi mesmo o desejo de conciliar vida profissional com a pessoal, tendo mais tempo para as duas filhas, o principal fator dessa decisão. Em 2018 se arriscou: saiu do emprego e abriu uma unidade da rede Pello Menos, pioneira em depilação indolor e sem hora marcada no Brasil. “Abrir um negócio no Brasil é um grande desafio. Precisei trabalhar muito, estar sempre presente na operação, sair do escritório para fazer divulgação na rua, buscar parcerias com comerciantes locais e principalmente oferecer um atendimento de excelência. Acho que esse foi e é nosso principal diferencial, nosso atendimento”, conta.

Quando completou 30 anos, o técnico em química Frederico Faleiro decidiu sair do emprego em um laboratório de análises ambientais para empreender. Em outubro de 2021 abriu uma franquia da PremiaPão, rede especializada em publicidade em sacos de pão. “Optei por largar o emprego porque eu precisava fazer algo por mim e pela minha família e sempre pensei em ser dono do meu próprio negócio. Completar 30 anos virou uma chave em mim, me deu coragem e confiança para buscar o que eu queria e ainda quero. Quero ser referência no meu serviço, conseguir alcançar minhas metas e objetivos, no âmbito pessoal e profissional”, relata. 

Mais1 Café: Paulo Roberto Teixeira (32) trabalhou durante nove anos em uma multinacional holandesa no ramo de engenharia. De assistente técnico de análise de sistemas, cresceu na área e, após alguns anos, tornou-se coordenador de T.I. Em 2019, desmotivado e insatisfeito por não desenvolver novas habilidades na profissão, entrou em um acordo com a empresa e foi desligado. Conheceu a franquia, em Curitiba, e se apaixonou pela inovação e design da marca. Abriu, em março de 2020, em sociedade com sua prima, uma franquia da rede na mesma cidade. “Evolui muito nesses dois anos, mais do que os últimos cinco na empresa em que eu trabalhava. Empreender é uma aventura”, comenta.

Há quase dois anos, Ana Luiza Almeida (39) trocou os corredores do maior hospital de São Paulo pelo empreendedorismo. A enfermeira, com mestrado e pós-graduação, pediu demissão e inaugurou uma franquia da rede de lavanderias self-service, Lavô. Foram 15 anos na área hospitalar, mas ao engravidar percebeu que a função não era compatível com a nova rotina. “Após o término da licença maternidade, decidi pedir demissão. Me programei financeiramente e isso permitiu com que a transição fosse leve”, conta. Contudo, a mudança também exigiu estudo: “Me aprofundei nas questões sobre marketing. Aprendi a fazer a arte dos posts das redes sociais e hoje também tenho um canal e dou dicas para outras mães e empreendedoras nas redes”. Avaliando a própria trajetória, encoraja futuros empreendedores: “Se prepare e não deixe a vida passar sem que você faça aquilo que faz sentido para você”. 

Já Milton Nizzo, de 45 anos, vinha amadurecendo a ideia de empreender há tempos, quando ainda atuava na direção de uma instituição de ensino de idiomas. Convencido a dar este passo em busca de mais independência para gerir o próprio negócio, mas ao mesmo tempo contar com a segurança de uma marca consolidada, encontrou na Park Education o propósito que procurava. Alinhou os planos com a família e, com o apoio incondicional da companheira, seguiu em frente. “Minha esposa foi quem segurou a barra durante a transição e foi quem nos momentos difíceis lembrava pelo que estávamos lutando. Tudo isso foi essencial para ter uma base de negócio estável”, afirma Nizzo. Guiado pelo poder transformador da educação, Nizzo administra hoje uma unidade da franquia. “Entender que o retorno viria a longo prazo foi o mote para planejar bem o início e me dedicar em expandir a visão de negócio”, completa.


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