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Efeitos psicológicos causados por cigarro eletrônico

Psicanalista alerta inúmeros malefícios desses dispositivos eletrônicos

           

A Fundação do Câncer e a Associação Nacional das Universidades Particulares (ANUP) estão promovendo a campanha "Cigarro eletrônico: parece inofensivo, mas não é" para alertar os jovens sobre os perigos do cigarro eletrônico.

 

Que os cigarros eletrônicos viraram uma febre nos últimos tempos, todos já sabemos. Que seus efeitos nocivos no corpo biológico do indivíduo, podem ser até maiores que os cigarros comuns, também já se tem conhecimento. Mas quando tratamos desse assunto sob uma ótica psicológica, é possível destacar vários efeitos destrutivos para o ser humano que podem ser, muitas vezes, irreversíveis.

 

Os cigarros eletrônicos são utilizados como uma alternativa para fugir do cigarro convencional. De diversos formatos, sabores e especificidades, eles ganharam o mercado, principalmente entre os jovens. Classificados pelos usuários como um lazer, apesar de ser proibida sua comercialização desde 2009, por serem mais práticos, além de possuírem odores diversos, o que viralizou seu uso, virando tendência entre as tribos.

 

No entanto, apesar de conter apenas vapores de nicotina líquida, eles possuem muitas substâncias tóxicas (mais de 80) e potenciais carcinogênicos que, associados ao incremento do metal e com o uso prolongado provocam diversos sintomas negativos para a saúde dos seus usuários, como: falta de ar, fadigas intensas, aumento dos riscos cardiovasculares, potencial de intoxicação, vômitos, náuseas, tosse, febre, dores no peito, perda de peso, depressão respiratória, doenças pulmonares e câncer.

 

Ainda dentro da cesta dos malefícios causados pelos dispositivos eletrônicos para fumar, podemos também incluir os sintomas psicológicos que, a longo prazo são instaurados no usuário e que, podem possuir um efeito ainda mais destrutivo, principalmente, se o indivíduo já possuir algum tipo de transtorno ou neurose associada.

 

Estudos já comprovaram que, por exemplo, a ansiedade pode atingir níveis ainda mais elevados propiciando a potencialização da síndrome do pânico e também da depressão em casos mais graves.

 

Sem falar na dependência psicológica que induz a uma falsa sensação de felicidade, a partir de sua atuação no cérebro do usuário, que desencadeia uma necessidade de fumar mais e mais.

 

Visto que, ao inalar as toxinas do vapor, a pessoa tem a sensação de calmaria e prazer. Desta forma, sem suas tragadas no dispositivo, o fumante vê aumentar seus níveis de estresse, a mudança de humor e a irritabilidade em seu dia-a-dia. Ou seja, um falso benefício oferecido pelo tabagismo ofertado pelas sensações boas que refletem o ciclo vicioso que, consequentemente, demandam um consumo cada vez mais elevado do cigarro eletrônico.

 

Enfim, trazendo todo o exposto para a máxima de Sigmund Freud, o pai da Psicanálise que dizia que: “Todo Excesso reflete uma falta”, cabe a reflexão: onde está instaurada a carência do ser humano que vive em busca de tapar seus buracos emocionais através de alternativas, muitas vezes, prejudiciais e venenosas para seu corpo físico e sua saúde mental?

 

Desse modo, não existe nenhuma garantia de que os malefícios e toxicidades ao organismo do cigarro eletrônico, serão menores que os do cigarro convencional. Pelo contrário, as dependências química e psicológica podem potencializar o vício em favor de uma modernidade ou uma necessidade de pertencimento, certamente injustificáveis do ponto de vista do bem estar do indivíduo.

 

 Portanto, a grande verdade é que, seja eletrônico ou convencional, o cigarro representa sérios riscos para a saúde humana. Ser ou se tornar um viciado é uma sentença de morte. É preciso resgatar o equilíbrio e eliminar o vício provocado pelos eletrônicos e/ou convencionais, a fim de garantir a saúde plena do ser humano.

 

Dra. Andréa Ladislau  /   Psicanalista

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