E-commerce 4.0: Vale a pena substituir o e-commerce por marketplace?
Por Rodrigo Garcia Petina*
Após a pandemia da
Covid-19, os marketplaces cresceram 68% de acordo com o relatório Associação
Brasileira de Comércio Eletrônico (Abcomm) de 2021, tornando-se uma vitrine
online, na qual os consumidores conseguem pesquisar seus “sonhos de consumo”
diretamente de casa, sem precisar ir até as lojas físicas. Com isso, a
evidência destes canais cresceu de forma rápida, atraindo novos clientes.
Há diversas vantagens
em investir nas vendas de produtos via marketplace. Pois, além de possuírem
visibilidade bem mais ampla, as plataformas de vendas acabam gerando mais
benefícios e margem de lucro, acarretando em vendas mais significativas e,
automaticamente, em um rendimento financeiro maior.
Como os e-commerces não
possuem grande variedade de produtos, foram aos poucos substituídos pelos
marketplaces, que apresentam um catálogo mais amplo, criando uma melhor
experiência para os compradores. Isso acontece porque as plataformas reúnem
diversos lojistas, fazendo com que a oferta seja maior do que os de
e-commerces, que geralmente são administrados por uma única empresa.
Com o marketplace se
tornando a primeira opção para compras de muitos consumidores, diversas
plataformas de e-commerce aderiram a essa modalidade, para incrementar as
vendas e para que o faturamento continuasse em alta, e para se manterem
atualizados no mercado.
Pensando nisso, listei
abaixo 4 motivos que fizeram com que os e-commerces fossem substituídos pelos
marketplaces:
Investimento mais
modesto
Para
atuar em um marketplace, o custo é muito menor, pois o lojista se associa à
plataforma e pode passar a realizar vendas diretamente pela mesma. É cobrado
apenas uma comissão das vendas realizadas e descontada do repasse/pagamento, ou
seja, não precisa pagar nada com antecedência. Inclusive, se o cliente parcelar
em 12x, o vendedor recebe em apenas uma parcela.
Já no e-commerce, todo
o processo de tráfego do site como Google ADS, Shopping, ADS no Facebook e
Instagram, é um custo mais alto. E vale ressaltar, que quando realizada uma
venda sendo por click, o vendedor tem que pagar antecipadamente e não é
garantido a mesma.
Política de Envio
Muitos
marketplaces possuem uma logística simples e direta, onde contratam empresas
terceirizadas para realizar o envio dos produtos para os compradores de uma
forma mais rápida. Isso porque, existe uma coleta realizada pela empresa e a
funcionalidade do fullfilment.
Já os donos de
e-commerce precisam realizar o envio das encomendas por conta própria, e isso
pode acabar gerando altos custos e atrasos involuntários, pois para ter o
fullfilment, é necessário um operador logístico.
Variedade de produtos e
visibilidade
Normalmente,
os sites de e-commerce não possuem uma experiência de navegação tão boa
comparada ao marketplace, com isso, os compradores recorrem a eles como uma
segunda opção, e pesquisam por plataformas onde há variedades de produtos e de
diferentes vendedores.
Além disso, os
marketplaces são excelentes vitrines, e é muito mais fácil o internauta chegar
a eles do que aos sites próprios, sem contar com os aplicativos das
plataformas, como o do Mercado Livre, que possui mais de 300 milhões de
anúncios no site. Assim, com uma visibilidade maior e um leque amplo de
mercadorias, o consumidor frequentemente acaba usando os marketplaces via
celular, onde realizam cerca 60% de transações, e adquirindo mais itens do que
planejavam.
Segurança em receber o
pagamento
Apesar
das duas formas de vendas serem seguras, os lojistas de marketplaces possuem
uma certeza maior de que irão receber por suas negociações. Como eles estão
cadastrados em uma plataforma, há todo um ciclo de aprovação da venda, desde o
momento que o comprador coloca o produto no carrinho, até o pagamento.
Se houver qualquer
imprevisto, eles terão um contato direto com os clientes, além do respaldo do
site para resolver da melhor forma possível a questão do erro na venda. Em
contrapartida, os responsáveis pelos e-commerces precisam realizar todo o
processo diretamente com o cliente, sem nenhuma mediação.
Com isso, é possível
verificar que é vantajoso apostar nos marketplaces, pois além de serem
“chamarizes” para os clientes, oferecem múltiplas vantagens em relação ao
modelo de negócio e logística para vendas, fazendo com que as transações sejam
realizadas de uma forma mais rápida, fácil e segura.
*Rodrigo Garcia é
especialista em gestão de marketplaces, graduado em ADM, com MBA em Gestão de
Projetos, e atua no mercado digital desde 2008. Pioneiro em vendas via
marketplace, hoje é diretor-executivo da Petina Soluções Digitais, eleita dois
anos consecutivos (2021 e 2022) de mentoria e gestão de marketplace pelo
Mercado Livre e responsável pela estruturação das lojas oficiais dentro da
plataforma como Nike, MyShoes, Chilli Beans, Reserva, Lacoste, Amaro (entre
outras).
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