Sustentabilidade é tema de conselho
* Por Robert Juenemann
Se você acha que as reuniões de conselho de administração têm uma pauta extensa demais, que a duração da reunião é insuficiente, ou ainda que a condução da reunião não propicia a manifestação de todos os participantes, prepare-se: insere-se, no âmbito dos conselhos mais um tema - a sustentabilidade. A pergunta que se impõe é a seguinte: de qual sustentabilidade estamos falando? Quais seus limites e retornos à empresa?
Já faz algum tempo que a realidade de mercado tem exigido das empresas uma atuação consciente ao meio em que está inserida, incorporando considerações de ordem social e ambiental na definição dos negócios e operações. Em Governança, tal situação é conhecida como Responsabilidade Corporativa, um dos quatro princípios básicos, junto à transparência, equidade e prestação de contas.
Para ilustrar, tomo como exemplo o estudo do IBGC, intitulado “Sustentabilidade nos Conselhos de Administração: Práticas de algumas empresas listadas brasileiras”, elaborado com o objetivo de contribuir com o debate e o amadurecimento do assunto pelos conselheiros e demais interessados na matéria. A publicação demonstra a realidade de companhias integrantes do Índice de Sustentabilidade Empresarial da BM&FBovespa (ISE) e como têm se deparado com a inserção do tema nos conselhos.
É curioso ver como a sustentabilidade chegou à pauta dos conselhos destas empresas. Em uma delas, cujas operações têm menor impacto social e ambiental, o tema foi levado ao presidente com o apoio de conselheiros, para que a empresa viesse a se posicionar sobre a matéria, levando em consideração a sua marca, tradição e longevidade. O caminho proativo foi também observado em outras empresas, com profissionais à frente para sensibilizar equipes e cadeia de valor. Enquanto em outras, os estímulos externos foram os propulsores, tais como mudanças na regulação do setor, pressões sociais ou mesmo exigências do mercado.
Os exemplos mostram a importância de as empresas construírem políticas próprias de sustentabilidade, sem fórmulas prontas, bem como, independente da forma ou do tempo que levou para a sustentabilidade virar tema de conselho, uma vez que ele passa a sê-lo, este item não sai mais de pauta.
A sustentabilidade é palavra que comporta várias definições e os significados se mostram diferentes como decorrência da diversidade de pensamentos dos conselheiros, da cultura organizacional e de seus titulares. Na mostra obtida, para alguns conselheiros sustentabilidade é exercício de cidadania. Para outros, é qualidade das relações, respeito ao meio ambiente ou, ainda, significa cuidar das pessoas, entre outros.
Para descobrir a definição adequada, investigue, explore o assunto e veja qual a definição que mais adequada para sustentabilidade. Compartilhe sua visão com os demais conselheiros, avalie a cultura organizacional e promova o debate. Busque construir o consenso em torno da matéria e a definição de uma política. Divulgue-a e engaje seus pares nesse debate. Esse caminho pode não ser o mais rápido nem o mais fácil, mas é o que traz os resultados mais consistentes e verdadeiros. E nada mais importante do que construir uma política que seja verdadeira e compartilhada por todos.
Assim, a sustentabilidade entrará na discussão do conselho de forma natural e tratada como mais um item habitual e de – importante - discussão, avaliação e definição de política. O resultado promoverá ganho qualitativo e quantitativo. Inclusive, na forma de condução da reunião.
* Robert Juenemann é conselheiro de administração do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC)
Se você acha que as reuniões de conselho de administração têm uma pauta extensa demais, que a duração da reunião é insuficiente, ou ainda que a condução da reunião não propicia a manifestação de todos os participantes, prepare-se: insere-se, no âmbito dos conselhos mais um tema - a sustentabilidade. A pergunta que se impõe é a seguinte: de qual sustentabilidade estamos falando? Quais seus limites e retornos à empresa?
Já faz algum tempo que a realidade de mercado tem exigido das empresas uma atuação consciente ao meio em que está inserida, incorporando considerações de ordem social e ambiental na definição dos negócios e operações. Em Governança, tal situação é conhecida como Responsabilidade Corporativa, um dos quatro princípios básicos, junto à transparência, equidade e prestação de contas.
Para ilustrar, tomo como exemplo o estudo do IBGC, intitulado “Sustentabilidade nos Conselhos de Administração: Práticas de algumas empresas listadas brasileiras”, elaborado com o objetivo de contribuir com o debate e o amadurecimento do assunto pelos conselheiros e demais interessados na matéria. A publicação demonstra a realidade de companhias integrantes do Índice de Sustentabilidade Empresarial da BM&FBovespa (ISE) e como têm se deparado com a inserção do tema nos conselhos.
É curioso ver como a sustentabilidade chegou à pauta dos conselhos destas empresas. Em uma delas, cujas operações têm menor impacto social e ambiental, o tema foi levado ao presidente com o apoio de conselheiros, para que a empresa viesse a se posicionar sobre a matéria, levando em consideração a sua marca, tradição e longevidade. O caminho proativo foi também observado em outras empresas, com profissionais à frente para sensibilizar equipes e cadeia de valor. Enquanto em outras, os estímulos externos foram os propulsores, tais como mudanças na regulação do setor, pressões sociais ou mesmo exigências do mercado.
Os exemplos mostram a importância de as empresas construírem políticas próprias de sustentabilidade, sem fórmulas prontas, bem como, independente da forma ou do tempo que levou para a sustentabilidade virar tema de conselho, uma vez que ele passa a sê-lo, este item não sai mais de pauta.
A sustentabilidade é palavra que comporta várias definições e os significados se mostram diferentes como decorrência da diversidade de pensamentos dos conselheiros, da cultura organizacional e de seus titulares. Na mostra obtida, para alguns conselheiros sustentabilidade é exercício de cidadania. Para outros, é qualidade das relações, respeito ao meio ambiente ou, ainda, significa cuidar das pessoas, entre outros.
Para descobrir a definição adequada, investigue, explore o assunto e veja qual a definição que mais adequada para sustentabilidade. Compartilhe sua visão com os demais conselheiros, avalie a cultura organizacional e promova o debate. Busque construir o consenso em torno da matéria e a definição de uma política. Divulgue-a e engaje seus pares nesse debate. Esse caminho pode não ser o mais rápido nem o mais fácil, mas é o que traz os resultados mais consistentes e verdadeiros. E nada mais importante do que construir uma política que seja verdadeira e compartilhada por todos.
Assim, a sustentabilidade entrará na discussão do conselho de forma natural e tratada como mais um item habitual e de – importante - discussão, avaliação e definição de política. O resultado promoverá ganho qualitativo e quantitativo. Inclusive, na forma de condução da reunião.
* Robert Juenemann é conselheiro de administração do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC)
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