Brasil se supera e ganha medalha de ouro em conectividade
Por Patrícia Vello, presidente da Ciena Brasil
Entre descrenças, críticas e crises que marcaram o período pré-Olimpíada no Rio de Janeiro, o Brasil deve se orgulhar do que mostrou ao mundo nos primeiros Jogos Olímpicos realizados na América do Sul. A estimativa é que o evento tenha impactado mais de 3,5 bilhões de pessoas por meio da transmissão ao vivo das cerimônias de abertura e encerramento, marcadas pelo clima de festa e pela integração da tecnologia aos espetáculos, bem como das competições. Segundo dados oficiais, os Jogos Olímpicos do Rio bateram o recorde com 350 mil horas assistidas, na comparação com menos de 200 mil horas da Olimpíada de Londres, em 2012. Só no Brasil, estima-se que 90% da audiência da televisão nacional assistiu a alguma cobertura das competições.
Para garantir que os milhares de jornalistas que vieram ao país conseguissem transmitir os jogos e enviar suas matérias para que o mundo tomasse conhecimento desse grande evento, o OBS (Olympic Broadcasting Services) comandou a instalação de uma rede de distribuição com fibra ótica para que cada local de competição fosse atendido no período do torneio. A infraestrutura desenhada para suportar as demandas de vídeos de alta definição, que requerem transmissão de alta capacidade, além de requisitos de disponibilidade e continuidade do serviço, garantiram que não houvesse interrupção nas transmissões das competições e, consequentemente, na experiência do telespectador. Nesse sentido, a tecnologia foi o grande aliado dos jogos, permitindo a participação de pessoas do mundo inteiro.
Contudo, a transmissão oficial não é o único grande desafio a rondar eventos desse porte, que costumam atrair a atenção do mundo inteiro. Garantir excelente conectividade é igualmente crucial para o público presente nos locais dos eventos ávido por compartilhar suas experiências com familiares e amigos. Com a presença de um ativo demográfico majoritariamente jovem nas redes sociais, a conexão com a Internet é mais importante do que nunca. Um recente levantamento revelou que um em cada três estudantes universitários e jovens profissionais acha a internet tão importante quanto o ar, a água, a comida e um teto. Mas não são apenas fãs jovens que se conectam às plataformas sociais – jornalistas precisam compartilhar suas histórias, pais gostariam de saber onde seus filhos estão e as autoridades públicas precisam ser contatadas em caso de emergência.
Na preparação para a Olimpíada do Rio, o que mais preocupava os especialistas de telecomunicações era que além da demanda de transmissão de vídeo com uma característica bem definida quanto à banda utilizada, disponibilidade e latência, as redes de telecomunicações deveriam também estar preparadas para o transporte de conteúdo dos espectadores presentes nos locais dos jogos. Afinal, a vida não acontece mais apenas no mundo real – os milhares de fãs das quase 40 modalidades esportivas fizeram da Olimpíada no Rio de Janeiro a mais tuitada da história, com 187 milhões de tweets gerados e 75 bilhões de impressões (número de vezes que tweets relacionados a um determinado assunto são vistos). No Facebook, cerca de 277 milhões de pessoas geraram 1,5 bilhão de interações entre os dias 5 e 21 de agosto.
Com o propósito de atender às expectativas dos torcedores e evitar problemas de conexão, algumas operadoras com atuação no Brasil se prepararam para tornar suas infraestruturas de rede adequadas para suportar o tráfego de altíssimos volumes de dados em agosto, a partir da adoção de tecnologias de proteção e restauração, tornando suas redes mais robustas. Em alguns projetos de otimização de rede ótica, com a utilização de transponders capazes de atingir grandes distâncias, foi possível retirar cerca de 30% a 40% dos regeneradores, resultando no aumento expressivo da capacidade de tráfego.
Eventos como as Olimpíadas mostram como vivemos em um mundo cada vez mais interligado e reforça a importância da conectividade de rede estar no lugar certo. Para ativar essa conectividade, as redes devem ser capazes de escalar uma quantidade enorme de conexões e capacidade. Elas devem ser rápidas para se expandirem até novos locais onde é necessária conectividade, além de ágeis e programáveis.
Um vídeo com resolução 4K (4 mil pixels na horizontal e 2 mil na vertical, aproximadamente) gerado por um torcedor utilizando seu smartphone requer em média 3 vezes mais espaço de armazenamento do que um vídeo Full HD (1.080 pixels). Consequentemente, esse conteúdo utiliza mais capacidade de rede para sua transmissão ao destino. Podemos imaginar o impacto de milhares de usuários em um mesmo local enviando vídeos em 4K a partir dos seus dispositivos 3G ou 4G. Trata-se, neste caso, de uma característica de tráfego menos previsível, que só uma rede capaz de transportar grandes volumes, com alta disponibilidade de serviço e baixa latência de transmissão poderá garantir a experiência dos espectadores locais e ao redor do mundo.
Felizmente, existem avanços tecnológicos que ajudaram a resolver esses problemas específicos para provedores de serviços, utilizando princípios abertos para permitir uma escala sem precedentes, tanto em tamanho físico como em capacidade de programação. Essas inovações permitem que qualquer tipo de operadora possa construir redes maiores e mais ágeis capazes de responder honrosamente às demandas imprevistas e de natureza viral da sociedade de hoje nesses grandes eventos.
Antes de terminarem as competições, operadoras de telefonia divulgaram dados mostrando que os estrangeiros que vieram ao Brasil para a Olimpíada usaram a internet móvel com muito mais intensidade do que os que vieram para a Copa do Mundo há dois anos. A evolução da tecnologia e a oferta de pacotes mais robustos permitiram, por exemplo, que a Claro declarasse aumento de 270% no tráfego de dados originado pelos estrangeiros em apenas 12 dias de jogos, na comparação com todo o mês de competições no torneio de futebol, enquanto a Vivo viu crescer em 221% o tráfego de dados de roaming, em relação a dias normais, com aumento de 272% na rede 4G.
A Anatel informou que foram gerados durante o evento 255 terabytes de dados de voz, volume dez vezes maior do que o registrado na Copa do Mundo. Essa quantidade é equivalente a 30 milhões de chamadas e 486 milhões de fotos enviadas ou recebidas em conjunto ou 80 fotos enviadas ou recebidas diariamente por indivíduo. De acordo com a agência reguladora, o acesso à rede para fazer chamadas ou compartilhar dados teve sucesso em 99% dos casos.
Toda a infraestrutura instalada para a Olimpíada do Rio de Janeiro foi mais um teste para os estádios e as operadoras de rede móvel – teste esse superado com louvor. Adicionalmente, os jogos nos permitem visualizar um melhor setor de telecomunicações no Brasil. Terminado o evento, as empresas têm nas mãos uma grande oportunidade de aprimorar seus negócios a partir da tecnologia instalada e todo o conhecimento com ela adquirido. A realização da Olimpíada no Brasil foi uma grande oportunidade para empresas e consumidores e um passo importante para a evolução do setor de telecomunicações na América Latina.
Entre descrenças, críticas e crises que marcaram o período pré-Olimpíada no Rio de Janeiro, o Brasil deve se orgulhar do que mostrou ao mundo nos primeiros Jogos Olímpicos realizados na América do Sul. A estimativa é que o evento tenha impactado mais de 3,5 bilhões de pessoas por meio da transmissão ao vivo das cerimônias de abertura e encerramento, marcadas pelo clima de festa e pela integração da tecnologia aos espetáculos, bem como das competições. Segundo dados oficiais, os Jogos Olímpicos do Rio bateram o recorde com 350 mil horas assistidas, na comparação com menos de 200 mil horas da Olimpíada de Londres, em 2012. Só no Brasil, estima-se que 90% da audiência da televisão nacional assistiu a alguma cobertura das competições.
Para garantir que os milhares de jornalistas que vieram ao país conseguissem transmitir os jogos e enviar suas matérias para que o mundo tomasse conhecimento desse grande evento, o OBS (Olympic Broadcasting Services) comandou a instalação de uma rede de distribuição com fibra ótica para que cada local de competição fosse atendido no período do torneio. A infraestrutura desenhada para suportar as demandas de vídeos de alta definição, que requerem transmissão de alta capacidade, além de requisitos de disponibilidade e continuidade do serviço, garantiram que não houvesse interrupção nas transmissões das competições e, consequentemente, na experiência do telespectador. Nesse sentido, a tecnologia foi o grande aliado dos jogos, permitindo a participação de pessoas do mundo inteiro.
Contudo, a transmissão oficial não é o único grande desafio a rondar eventos desse porte, que costumam atrair a atenção do mundo inteiro. Garantir excelente conectividade é igualmente crucial para o público presente nos locais dos eventos ávido por compartilhar suas experiências com familiares e amigos. Com a presença de um ativo demográfico majoritariamente jovem nas redes sociais, a conexão com a Internet é mais importante do que nunca. Um recente levantamento revelou que um em cada três estudantes universitários e jovens profissionais acha a internet tão importante quanto o ar, a água, a comida e um teto. Mas não são apenas fãs jovens que se conectam às plataformas sociais – jornalistas precisam compartilhar suas histórias, pais gostariam de saber onde seus filhos estão e as autoridades públicas precisam ser contatadas em caso de emergência.
Na preparação para a Olimpíada do Rio, o que mais preocupava os especialistas de telecomunicações era que além da demanda de transmissão de vídeo com uma característica bem definida quanto à banda utilizada, disponibilidade e latência, as redes de telecomunicações deveriam também estar preparadas para o transporte de conteúdo dos espectadores presentes nos locais dos jogos. Afinal, a vida não acontece mais apenas no mundo real – os milhares de fãs das quase 40 modalidades esportivas fizeram da Olimpíada no Rio de Janeiro a mais tuitada da história, com 187 milhões de tweets gerados e 75 bilhões de impressões (número de vezes que tweets relacionados a um determinado assunto são vistos). No Facebook, cerca de 277 milhões de pessoas geraram 1,5 bilhão de interações entre os dias 5 e 21 de agosto.
Com o propósito de atender às expectativas dos torcedores e evitar problemas de conexão, algumas operadoras com atuação no Brasil se prepararam para tornar suas infraestruturas de rede adequadas para suportar o tráfego de altíssimos volumes de dados em agosto, a partir da adoção de tecnologias de proteção e restauração, tornando suas redes mais robustas. Em alguns projetos de otimização de rede ótica, com a utilização de transponders capazes de atingir grandes distâncias, foi possível retirar cerca de 30% a 40% dos regeneradores, resultando no aumento expressivo da capacidade de tráfego.
Eventos como as Olimpíadas mostram como vivemos em um mundo cada vez mais interligado e reforça a importância da conectividade de rede estar no lugar certo. Para ativar essa conectividade, as redes devem ser capazes de escalar uma quantidade enorme de conexões e capacidade. Elas devem ser rápidas para se expandirem até novos locais onde é necessária conectividade, além de ágeis e programáveis.
Um vídeo com resolução 4K (4 mil pixels na horizontal e 2 mil na vertical, aproximadamente) gerado por um torcedor utilizando seu smartphone requer em média 3 vezes mais espaço de armazenamento do que um vídeo Full HD (1.080 pixels). Consequentemente, esse conteúdo utiliza mais capacidade de rede para sua transmissão ao destino. Podemos imaginar o impacto de milhares de usuários em um mesmo local enviando vídeos em 4K a partir dos seus dispositivos 3G ou 4G. Trata-se, neste caso, de uma característica de tráfego menos previsível, que só uma rede capaz de transportar grandes volumes, com alta disponibilidade de serviço e baixa latência de transmissão poderá garantir a experiência dos espectadores locais e ao redor do mundo.
Felizmente, existem avanços tecnológicos que ajudaram a resolver esses problemas específicos para provedores de serviços, utilizando princípios abertos para permitir uma escala sem precedentes, tanto em tamanho físico como em capacidade de programação. Essas inovações permitem que qualquer tipo de operadora possa construir redes maiores e mais ágeis capazes de responder honrosamente às demandas imprevistas e de natureza viral da sociedade de hoje nesses grandes eventos.
Antes de terminarem as competições, operadoras de telefonia divulgaram dados mostrando que os estrangeiros que vieram ao Brasil para a Olimpíada usaram a internet móvel com muito mais intensidade do que os que vieram para a Copa do Mundo há dois anos. A evolução da tecnologia e a oferta de pacotes mais robustos permitiram, por exemplo, que a Claro declarasse aumento de 270% no tráfego de dados originado pelos estrangeiros em apenas 12 dias de jogos, na comparação com todo o mês de competições no torneio de futebol, enquanto a Vivo viu crescer em 221% o tráfego de dados de roaming, em relação a dias normais, com aumento de 272% na rede 4G.
A Anatel informou que foram gerados durante o evento 255 terabytes de dados de voz, volume dez vezes maior do que o registrado na Copa do Mundo. Essa quantidade é equivalente a 30 milhões de chamadas e 486 milhões de fotos enviadas ou recebidas em conjunto ou 80 fotos enviadas ou recebidas diariamente por indivíduo. De acordo com a agência reguladora, o acesso à rede para fazer chamadas ou compartilhar dados teve sucesso em 99% dos casos.
Toda a infraestrutura instalada para a Olimpíada do Rio de Janeiro foi mais um teste para os estádios e as operadoras de rede móvel – teste esse superado com louvor. Adicionalmente, os jogos nos permitem visualizar um melhor setor de telecomunicações no Brasil. Terminado o evento, as empresas têm nas mãos uma grande oportunidade de aprimorar seus negócios a partir da tecnologia instalada e todo o conhecimento com ela adquirido. A realização da Olimpíada no Brasil foi uma grande oportunidade para empresas e consumidores e um passo importante para a evolução do setor de telecomunicações na América Latina.
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