Academia Mineira de Letras encerra o projeto Casa da Palavra com três eventos sobre cinema e literatura, dias 26, 27 e 28 de setembro
MÁRIO ALVES COUTINHO, LUCIA CASTELLO BRANCO
E GERALDO VELOSO SÃO OS CONVIDADOS
Geraldo Veloso - Divulgação |
26/09 – 19h30 – Mário Alves Coutinho, “Cinema moderno e literatura”
Cada cineasta que pega a câmera e procura "escrever" com ela, está repetindo o encontro poético da imagem com a palavra. “Pretendo falar da ligação vital do cinema moderno com a literatura. Como, por exemplo, Jean-Luc Godard, que fez literatura no interior de seus filmes, sem deixar de ser um grande inventor cinematográfico; como Ingmar Bergman, um cultor de formas clássicas, terminou por fazer um cinema moderno, possivelmente calcado em autores como Henrik Ibsen e August Strindberg... E tantos outros”, afirma Coutinho.
E quanto ao possível uso do cinema na literatura? “Analisar alguns nomes como Ernest Hemingway, William Faulkner, John dos Passos, Marguerite Duras e Alain Robbe-Grillet talvez proporcione algumas respostas interessantes. Pois passar da literatura ao cinema, e do cinema à literatura, é fazer um pouco o balanço cultural e criativo do século vinte e deste início do século vinte e um”, finaliza.
27/09 – 19h30 – Lucia Castello Branco, “Literatura, fulgor do real”
Em sua impactante aula inaugural no Collège de France, em 1977, Barthes lança a provocação: “Se, por não sei que excesso de socialismo ou de barbárie, todas as nossas disciplinas devessem ser expulsas do ensino, exceto uma, é a disciplina literária que devia ser salva, pois todas as ciências estão presentes no monumento literário. A literatura faz girar os saberes, não fixa, não fetichiza nenhum deles”.
Tentando levar a sério a provocação de Barthes, a convidada vai pensar a articulação da literatura com outros saberes, a partir das duas proposições aparentemente opostas: “Sim, que a literatura existe e, se quiserem, sozinha, à exceção de tudo” (Mallarmé). E “não há literatura. Quando se escreve só importa saber em que real se entra e se há técnica adequada para abrir caminho a outros” (Llansol).
28/09 – 19h30 – Geraldo Veloso, “Cinema e Literatura – Interações e Distinções”
Muito cedo os realizadores fundadores do cinema se aproximaram da literatura como recurso de busca da narratividade como um meio de expressão. E este caminho não teve volta. Os realizadores que “inventaram” a gramática cinematográfica se valeram da literatura para desenvolver suas criações.
Mas a literatura, depois do advento do cinema, também mudou. Com a presença de vários fenômenos no campo epistemológico da virada do século, sofreu transformações ditadas pela nova linguagem narrativa. “A aproximação trouxe benefícios e polêmicas. O confronto entre os dois meios de expressão é uma constante no campo do debate intelectual. Hoje o cinema é uma arte madura, impôs o seu espaço como arte e é respeitado. Mas não ‘matou’ a literatura. Vou buscar um painel das questões provocadas por essa relação fértil e necessária”, conta Veloso.
SERVIÇO:
Data: 26 de setembro
Mário Alves Coutinho, “Cinema moderno e literatura”
Data: 27 de setembro
Lucia Castello Branco - “Literatura, fulgor do real”
Data: 28 de setembro
Geraldo Veloso, “Cinema e Literatura – Interações e Distinções”
Horário: sempre às 19h30
Local: Academia Mineira de Letras (Rua da Bahia, 1466 - Lourdes - BH/MG).
Entrada gratuita.
http://academiamineiradeletras.org.br/
Mário Alves Coutinho, “Cinema moderno e literatura”
Data: 27 de setembro
Lucia Castello Branco - “Literatura, fulgor do real”
Data: 28 de setembro
Geraldo Veloso, “Cinema e Literatura – Interações e Distinções”
Horário: sempre às 19h30
Local: Academia Mineira de Letras (Rua da Bahia, 1466 - Lourdes - BH/MG).
Entrada gratuita.
http://academiamineiradeletras.org.br/
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