O que mudou na educação nos últimos 20 anos
Especialista em gestão escolar fala sobre a preocupação com a educação atual
Foto/Divulgação |
Para a especialista, a maior preocupação com todas as mudanças que vem acontecendo é em relação à quantidade de conteúdo abordado diariamente, muitas vezes, sem espaço para ouvir aquela criança ou adolescente. “Atualmente abordarmos conteúdos e mais conteúdos com as crianças do Ensino Fundamental e com os adolescentes no Ensino Médio, por vezes, deixando-as com uma lacuna nas relações interpessoais. Desta forma, muita vezes me pergunto, se sabemos quem são estas crianças, o que elas querem e como podemos direcioná-las como país e educadores”, comenta.
Antigamente, as crianças eram vistas como uma “tabula rasa”, sem qualquer conhecimento, eram apenas crianças. Hoje, elas chegam à sociedade com um número elevado de informações e conhecimento, graças à tecnologia e ao maior acesso a isso, além é claro de sempre estarem abertas a novos conhecimentos apresentados. Por isso, segundo Ana Regina, os educadores devem estar atentos a essas mudanças e evoluções, eles precisam motivar e ajudar essas crianças e adolescentes a desenvolver seus conhecimentos. “Nosso dever é estar atento às mudanças que vem acontecendo na educação, para assim, poder motivar e ajudar essas crianças quanto ao seu crescimento intelectual, com princípios e valores que transformem um pouco o mundo atual com suas ações”, analisa.
Na Educação Infantil, as atividades precisam ter um peso avaliativo, de produção, ou seja, que mostre aos pais o conteúdo contemplado. No Ensino Fundamental, as matérias se multiplicam e a criança já sente esta responsabilidade, em dar conta dos conteúdos, caso contrário os pais ou responsáveis não consideram seu desenvolvimento. No Ensino Médio a “enxurrada” de conteúdo é muito maior.
Ainda segundo a psicopedagoga, o resultado dessas mudanças, dessa quantidade de conteúdos passados as crianças, sem preocupação com o entorno, faz com que ela, muitas vezes assimile o que foi passado e armazene tudo isso apenas para os minutos do vestibular ou para realização daquela determinada prova. “Esse aluno muitas vezes chega à universidade com um depósito de informações, conteúdos automatizados, que muitas vezes não saberá como utilizá-lo. E, se ao invés de travarmos essa luta diária com os conteúdos, abríssemos espaço para trabalhar com esses alunos questões de cidadania, civilização, respeitando o tempo de aprender de cada um, a educação seria muito mais eficaz”, alerta.
Ana Regina Caminha Braga/Divulgação |
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