Demanda por crédito das micro e pequenas empresas cai 7% em outubro, mostra indicador do SPC Brasil e da CNDL
88% dos micro e pequenos empresários de varejo e serviços não têm interesse em tomar crédito para seus negócios. Mesmo com proximidade das festas de fim de ano, demanda por investimento cai 14%
Para 37% dos MPEs tomar crédito está difícil; juros e burocracia são os culpados
De acordo com o levantamento, em termos percentuais, somente 5,90% dos micro e pequenos empresários das capitais e do interior do país manifestam a intenção de buscar crédito no horizonte de três meses. Nove em cada dez (88,2%) empresários consultados não possuem interesse em contratar qualquer linha de financiamento para seus negócios. “As condições macroeconômicas adversas e a ainda frágil perspectiva de que recuperação em 2017 reforçam a reticência do micro e pequeno empresariado brasileiro diante do cenário de recessão”, diz o presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro Junior.
De acordo com o indicador do SPC Brasil e da CNDL, mais de um terço (36,8%) dos empresários ouvidos consideram que atualmente está "difícil ou muito difícil" ter crédito aprovado. Segundo os entrevistados, as modalidades de crédito mais difíceis de serem contratadas são empréstimos (29,5%), financiamento (16,1%) em instituições financeiras e crédito junto a fornecedores (13,3%). Além disso, as principais razões para a dificuldade de se obter esse dinheiro extra são os juros elevados (50,3%) e a burocracia (37,1%).
“Com o devido planejamento, o crédito pode ser uma via de crescimento para os empresários que têm planos de investir. Políticas que reduzam o custo do crédito e retirem os entraves para contratação, sem aumentar o risco dos bancos, podem traduzir-se em oportunidade de expansão de muitos negócios”, diz o presidente da CNDL Honório Pinheiro.
Demanda dos MPEs por investimento cai 14,68% em 12 meses
Outro indicador apurado pelo SPC Brasil e pela CNDL é o de intenção de investimentos das micro e pequenas empresas. Nesse caso, houve uma queda de 14,68% na comparação entre outubro deste ano com o mesmo mês de 2015. Na escala do indicador, que varia de zero a 100, ele passou de 29,89 pontos para 25,50 pontos em 12 meses. Já na comparação mensal, a alta observada foi de 5,59%, uma vez que o índice cresceu de 24,15 para os atuais 25,50 pontos na escala.
Dentre os empresários que demonstram a intenção de investir (19,4% do total), os investimentos mais citados são em ampliação de estoques (39,4%), reforma da empresa (29,0%), compra de equipamentos e maquinários (26,5%) e divulgação da empresa por meio de propaganda e comunicação (20,0%). A maior parte desses empresários (43,9%) diz que vai investir com o objetivo de aumentar as vendas.
Para quem vai investir, o capital próprio aparece como o principal recurso. Mais da metade desses empresários (56,8%) usarão o dinheiro do próprio bolso. Outras opções ainda mencionadas são venda de algum bem (14,2%) e a empréstimos em bancos e financeiras (12,9%).
Metodologia
Os Indicadores de Demanda por Crédito e de Propensão para investimentos do Micro e Pequeno Empresário calculados pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) levam em consideração 800 empreendimentos com até 49 funcionários, nas 27 unidades da federação, incluindo capitais e interior. As micro e pequenas empresas representam 39% e 35% do universo de empresas brasileiras nos segmentos de comércio e serviços, respectivamente.
Acesse a íntegra do indicador em https://www.spcbrasil.org.br/imprensa/indices-economicos
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