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Estudo inédito mostra que é possível reduzir o tempo de tratamento da leucemia com protocolos específicos

Silvia Brandalise/Divulgação
Estudo que acaba de ser publicado na revista Frontiers Pediatrics mostra que o uso de protocolos específicos, além de aumentar a taxa de cura, pode reduzir em seis meses o tempo de tratamento da leucemia, principal tipo de câncer infantojuvenil, com a mesma eficácia. Participaram dessa pesquisa 25 instituições brasileiras de alta complexidade em câncer infantojuvenil, de várias regiões do País, como Centro Infantil Boldrini, Hospital AC Camargo e Grupo de Apoio ao Adolescente e a Criança com Câncer (Graac).

Segundo a autora principal e coordenadora do estudo Successful reduction of maintenance therapy length in childhood Acute Lymphoblastic Leukemia. The experience of the prospective, randomized GBTLI ALL-93 protocol, doutora Silvia Brandalise, presidente do Boldrini, “os resultados de grupos de trabalho que atuam com protocolos prospectivos, dentro de parâmetros preestabelecidos, costumam ser melhores”. O tratamento da leucemia em geral tem duração de dois anos e meio.

O estudo é “um retrato do que se passa no Brasil, quando as crianças com leucemia linfoide aguda são tratadas em estudos cooperativos. Isso corresponde a cerca de 1% dos pacientes. No Brasil, a absoluta maioria das crianças com leucemia são tratadas a critério do médico cuidador. E os resultados mostram que 53% delas falecem. A média de cura de somente 47% tem sido registrada no país há três décadas! Esses registros de mortalidade foram recentemente publicados pela OPAS, OMS e pelo próprio INCA/MS”, afirma a doutora Silvia. Nos centros especializados, o índice de cura é de cerca de 80%.

Para a coordenadora do estudo, é preciso “estabelecer políticas públicas como aquelas preconizadas há décadas pelos países desenvolvidos. Tratar em centros especializados, devidamente habilitados em oncologia pediátrica, como também inserir os pacientes em estudos cooperativos delineados pelas sociedades científicas. Acresce a esses pontos, no primeiro mundo, a obrigatoriedade do monitoramento do Ministério da Saúde, dos resultados alcançados por instituição. Investir na qualidade do tratamento da leucemia é salvar vidas produtivas, sob uma visão econômica. Para a família, entretanto, a vida salva se traduz como dádiva!”, afirma doutora Silvia.

Esse estudo será apresentado pela doutora Sílvia Brandalise durante o SP ONCO, no dia 28 de outubro, no Centro Rebouças. Mais detalhes científicos sobre o estudo no link abaixo:

http://journal.frontiersin.org/article/10.3389/fped.2016.00110/full?&utm_source=Email_to_authors_&utm_medium=Email&utm_content=T1_11.5e1_author&utm_campaign=Email_publication&field=&journalName=Frontiers_in_Pediatrics&id=220878

Centro Infantil Boldrini − maior hospital especializado na América Latina, localizado em Campinas, que há 38 anos atua no cuidado a crianças e adolescentes com câncer e doenças do sangue. Atualmente, o Boldrini trata cerca de 10 mil pacientes de diversas cidades brasileiras e alguns de países da América Latina, a maioria (80%) pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Um dos centros mais avançados do país, o Boldrini reúne alta tecnologia em diagnóstico e tratamento clínico especializado, comparáveis ao Primeiro Mundo, disponibilidade de leitos e atendimento humanitário às crianças portadoras dessas doenças. www.boldrini.org.br

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