Remotupy navega pelas água do MuBE

Quem pensa no carro como único modal de transporte, não conhece o Remotupy: um meio de locomoção lúdico, que parece uma mistura de Flintston, Jetson e Mad Max. Em cartaz no MuBE – Museu Brasileiro da Escultura e Ecologia, até o dia 11 de dezembro. Entrada Franca.

Remotupy, uma canoa triciclo elétrica, criação do coletivo OPAVIVARÁ! tem como proposta repensar a cidade de São Paulo, construída sobre muitos rios, riachos e córregos e que esconde uma malha hidroviária incrível, sob o concreto e o asfalto.

Pensando, inclusive, na precária situação de locomoção da cidade, que piora em dias de chuvas e grandes enchentes, o grupo desenvolveu este diferente meio de transporte. “É quase uma canoa anfíbia! Que precisa de adaptações como, por exemplo, uma hélice no lugar das rodas, para os momentos de enchente”, comenta um dos componentes do coletivo.

O barco é uma escultura relacional, um dispositivo móvel, que precisa da ação do público, pois funciona dinamicamente. No MuBE, a obra “caiu como uma luva”, já que a construção do prédio é sobre um chão suspenso que capta água pluvial e a leva para os tanques, onde estão as carpas. “É como se houvesse um espelho d’água por baixo”, explica outro integrante do OPAVIVARÁ!

Remotupy vai percorrer todas as áreas do museu, ressignificando o jardim de Burle Marx e a paisagem do Jardim Europa. Contribuirá, também, para a ativação dos espaços do Museu, pois o trabalho dialoga com o projeto de Paulo Mendes da Rocha

“A obra não nos deixa esquecer que sob a cidade de concreto há rios que se tornaram esgotos. A presença desse trabalho no MuBE alude ao desejo de uma cidade em que os deslocamentos sejam mais fluidos”, explica o curador Cauê Alves.

Remotupy no MuBE

Exposição de 4/11 a 11/12
Avenida Europa, 218 (entrada pela Rua Alemanha, 221)
De terça a domingo, das 10h30 às 18 horas
Entrada franca