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Dívidas da Samarco não são apenas relativas a Mariana (MG)

Decisão judicial pode beneficiar pescadores atingidos por obra da empresa 
em Anchieta (ES) – Vale do Rio Doce arcaria com indenizações

A dívida da Samarco, anunciada nesta semana como próxima de R$ 4 bilhões, não contempla somente a tragédia de Mariana (MG). Pescadores de Anchieta (ES) também lutam contra a empresa para serem indenizados diante das sucessivas dragagens no Porto de Ubu, de propriedade da Samarco, que causaram prejuízos substanciais a 300 famílias de pescadores artesanais. Eles ingressaram no Judiciário para obterem ressarcimento diante dos problemas advindos da redução substancial da pesca na região.

Ao contrário da catástrofe em Mariana (MG), o drama vivenciado pelos pescadores de Anchieta não possui grande visibilidade, apesar de o drama ter atingido centenas de pessoas, já que o afugentamento do pescado e a quebra da produção pesqueira impactar diretamente a atividade na região. “Com a possibilidade da recuperação judicial da Samarco, as ações judiciais poderão perpetuar-se, correndo o risco de as indenizações não serem pagas tão cedo”, afirma Emerson Gomes, advogado dos pescadores.

Apesar do imbróglio, o Judiciário de Anchieta, ao analisar um dos processos judiciais em trâmite, acolheu o pedido dos pescadores, decidindo que a Cia. Vale do Rio Doce, principal acionista da Samarco, deve responder solidariamente pelas indenizações. “Trata-se de ponto extremamente favorável, já que eventuais indenizações que forem deferidas deverão ser arcadas pela Vale, independentemente do pedido de recuperação judicial da Samarco”, diz Gomes.

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