A Receita de VAS que a operadora não vê
Se a voz está acabando, onde foi parar a Receita de VAS?
*Flavia Pollo Nassif da Triad Systems
O VAS é a menina dos olhos de todas as operadoras de telecomunicações. Imaginar que alguns serviços que extrapolam a simples comunicação podem ser percebidos com um alto valor agregado pelos clientes, proporcionando entretenimento, satisfação e que por isso o cliente não se importe em pagar um preço de maior rentabilidade para a operadora, é muito tentador.
Nosso estimado SMS, hoje com um ar “retrô”, foi o precursor desta onda. Ou foi o identificador de chamadas? Não importa, estava claro desde sempre que falar ao telefone era um mal necessário e que o cliente queria mais, queria utilizar a tecnologia como diferencial em qualidade de vida, conhecimento, diversão e mais tarde ficou evidente que, mais do que tudo, para relacionamento social.
Tudo que envolve inovação fala sobre incerteza. Muitas vezes aquele SVA que parece superinteressante aos gestores de Marketing não emplaca na base de clientes. Não tem problema, a inovação passa por tentativa e erro e já sabemos que isso é normal.
Atualmente a receita de VAS para as operadoras já alcança patamares interessantes. Em 2016 a VIVO divulgou a marca de 51,5% e a TIM 43% (englobando os serviços de SMS, WAP, acesso à Internet, downloads e outros de valor adicionado que utilizam a conexão de dado – fonte Teleco). Mas sabemos que as empresas não estão satisfeitas e por dois principais motivos:
1) Se o tráfego de voz diminui cada vez mais e o cliente se tornou digital a receita de VAS já deveria ter alcançado patamares muito maiores.
2) Nem toda a receita de VAS é de serviços que realmente agregam valor, pelos quais o cliente não se importa em pagar.
A corrida pela ampliação da receita de VAS nas operadoras continua frenética. Vem conquistando competidores como a APPLE e recentemente as OTTs, e hoje se encontra com o Digital Business. Inovação, conectar coisas, automatizar nossas casas, OTTs, vídeos, público jovem, música, cursos, esportes, saúde, economia compartilhada...existem muitas pressões e inspirações para o crescimento dos serviços de valor agregado.
Porém, por trás disso tudo existe um tema que não é tão glamoroso, não tem lindas músicas de fundo, não é tão humano e nem tão "charming", mas que pode ser um uma grande oportunidade para a receita de VAS das operadoras. A grande malha de contratos, sistemas, repasses, comissionamentos, fluxos de caixa, resumindo...controles.
Para extrair todo o resultado da estratégia de VAS em uma operadora é necessário ter domínio de toda a cadeia de receita, desde a negociação dos contratos com os parceiros até a correta contabilização destes valores.
E para ter certeza que não se está deixando em cima da mesa, ou em “buracos sistêmicos”, a tão sonhada receita de VAS é importante se questionar principalmente sobre: a robustez do processo de negociação de contratos; a flexibilidade para o cadastro de regras de repasse que considerem os tipos de serviço, volumes e formas de cálculo customizadas para cada contrato; o tracking dos serviços em toda a cadeia de receita, identificando e reciclando perdas e o correto cálculo final dos valores a repassar para cada empresa.
Em relação ao cálculo dos pagamentos de repasses , por ausência dos processos e controles citados acima, muitas vezes são calculados com base no volume de VAS trafegado e, algumas vezes, com descontos aproximados de perdas, causando danos financeiros e de fluxo de caixa relevantes.
Para a correta acuracidade do pagamento destes valores, é importante contar com reports de cada etapa da cadeia de receita (tráfego, faturamento, arrecadação, inadimplência) e que estas sejam consideradas para pagamento e contestação transparente entre as empresas.
O ecossistema do negócio de VAS envolve, principalmente, fornecedores de conteúdo, integradores e operadoras. Para o seu desenvolvimento, é fundamental que existam transparência e confiança em toda cadeia, gerando tranquilidade para o desenvolvimento de novos serviços e modelos de revenue share que estimulem o crescimento do setor.
Após rever todo o processo de controle de contratos, fluxo de receita e pagamentos de VAS, com um compromisso único e multi áreas com este importante tema....quanto seria incrementado em seu resultado?
*Flavia Pollo Nassif é diretora comercial da Triad Systems. Formada em Tecnologia da Informação pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Flavia Nassif tem MBA de Gestão Empresarial em Telecomunicações pela Fundação Getúlio Vargas.
Sobre a Triad Systems
Fundada em 1992, a Triad Systems é uma empresa brasileira de Tecnologia da Informação, provedora de soluções high-end que conectam negócios à tecnologia.
Com foco na transformação do business tradicional para o digital, a Triad Systems tem expertise em entregas ágeis que suportam ambientes de negócios evolutivos e flexíveis.
A companhia contribui com ferramentas disruptivas com base na TI Bimodal, oferecendo consultoria, integração de sistemas, desenvolvimento de aplicações e manutenção, gestão de infraestrutura, bem como serviços e soluções de Big Data geoespacial e TEM (Telecom Expense Management).
Há mais de dez anos na liderança absoluta das áreas de co-billing e VAS, no mercado de telecomunicações, a Triad Systems mantém sistemas de missão crítica de quatro das cinco maiores operadoras de telefonia móvel do Brasil.
Também possui larga experiência nas indústrias financeira, manufatura e serviços, bem como reconhecimento internacional através das certificações ISO 9001:2008 e CMMI Nível 3.
Fundadora e mantenedora do iTriad - Instituto Triad de Pesquisa e Desenvolvimento, sediado em Manaus, a Triad Systems também é a patrocinadora oficial do GUGST - Grupo de Usuários de Gestão de Serviços de Terceiros.
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