Você tem expectativas ou intenções para 2017?
Por Eunice Brito*
No início de um novo ciclo da vida, como um novo ano, é comum as pessoas fazerem muitos planos, traçarem metas e planejarem mudanças, baseadas muitas vezes em expectativas.
Em geral, no final do ano, muitas se deparam com uma sensação de frustração, como se o planejado não tivesse tido força e não passasse de um sonho não realizado, atribuindo a responsabilidade do não ocorrido às condições ou a pessoas.
Analisando os fatores de insucesso e sucesso do planejamento de um novo ciclo, me deparo com duas forças presentes: as expectativas e a intenção.
O dicionário traz as seguintes definições:
1. Expectativa: substantivo feminino
Situação de quem espera a ocorrência de algo, ou sua probabilidade de ocorrência em determinado momento.
Estado da pessoa que espera ou aguarda pela ocorrência de algo provável ou viável; esperança que se baseia em pressupostos ou possibilidades; perspectiva, probabilidade ou possibilidade.
Sinônimos: espera, esperança, perspectiva, possibilidade, probabilidade e promessa
2. Intenção: substantivo feminino
Aquilo que se pretende fazer; propósito, plano, ideia. Aquilo que se procura alcançar, conscientemente ou não; desejo, intento.
Resultado da vontade depois de admitir uma ideia como projeto.
O que está planejado ou se pretende alcançar.
Sinônimos: desígnio, finalidade, intento, propósito, vontade, alvo, destino, determinação, disposição, intuito, meta, objetivo, plano, projeto
Pode-se perceber as diferenças dos planos, metas e sonhos que não trazem em si a força da intenção. Enquanto expectativa refere-se a algo dependente do externo, a intenção traz em si o in de interno e ação de movimento.
As expectativas são baseadas em espera de que algo possa acontecer e trazem consigo idealizações e fantasias ancoradas em relações de dependência de condições, pessoas, empresa, governo, onde projeta-se as condições para que tal coisa se realize.
Na expectativa, esperamos que algo aconteça de uma determinada forma e, quando o novo se apresenta no horizonte, algumas pessoas não o reconhece como oportunidade, simplesmente pelo fato de que não é da forma como idealizou no seu pensamento. Esta forma idealizada pode estar ligada a velhos aprendizados, programações e crenças que não foram renovadas dentro de si mesmo.
A expectativa é como uma promessa idealizada que fazemos a nós mesmos, sem o compromisso com o resultado e por isso acarreta frustrações e sensações de menos valia que resvala na nossa autoestima. Exemplo: “No próximo ano eu espero conseguir uma nova posição no trabalho ou neste ano eu espero me casar”.
Se não houver o movimento interno necessário na direção do que queremos, os sonhos não se tornam realidade. É preciso vontade, empenho, dedicação e acreditar que somos capazes de conquistar o que desejamos, porque temos um propósito, uma finalidade evolutiva de crescimento e isso requer determinação e superação de obstáculos. Para Carl Gustav Jung, psicólogo criador da Psicologia Analítica, é como um desígnio, uma força de atração que nos diferencia das massas, nos coloca ao encontro de nossa essência, nos fazendo seres únicos e ao mesmo tempo semelhantes.
A intenção é uma força conectada com o nosso propósito de vida, onde colocamos a energia da vontade a serviço do nosso projeto, seja pessoal ou profissional. Os recursos independem de condições. Imprimimos a energia necessária para sua realização. Existe o compromisso com o resultado e com os valores que guiam a existência humana.
Eu entro em contato com a minha capacidade de realização e, mesmo nas condições adversas, consigo a força necessária para que meu sonho entre em ação. Se as coisas não se apresentam como o traçado imaginado, posso redirecionar a minha ação, sem perder o compromisso com a intenção.
Muitas vezes a manifestação da intenção não é exatamente como imaginamos, mas por sabermos da finalidade e do compromisso evolutivo de vida, podemos reconhecer a oportunidade de mais um passo em direção as nossas reais potencialidades.
Intenção pressupõe desafios, porém, descortina novos elementos a respeito da nossa própria realidade. A própria palavra contém em si ação, movimento que pode transformar obstáculos em oportunidades e, assim, nos impulsionar à criação de novas realidades mais apropriadas, coerentes e sustentáveis à nossa essência.
A intenção é a portadora da boa nova onde o movimento evolutivo acontece. Alguns quando olham para isso o chamam de sorte, mas, para quem se reconhece como uma manifestação da Força Universal, confia no movimento e faz a travessia na linha do tempo confiante do futuro.
*Eunice Brito é Psicóloga, Consultora, Coach, fundadora da Semilla Treinamento Empresarial e uma das organizadoras da Formação no Modelo de Validação Humana Virginia Satir (www.virginiasatir.com.br) no Brasil. Site: www.semilla.com.br
Sobre Eunice F. O. Hilsdorf Brito
É psicóloga, coach e consultora de empresas, com atuação há 30 anos no segmento de desenvolvimento humano. Possui diversas formações nacionais e internacionais, entre elas em Psicologia Analítica Junguiana, Antroposofia, Consultoria Sistêmica, Constelação Familiar e Organizacional, Modelo de Validação Humana da Virginia Satir, Coaching com PNL, Coaching Generativo, Coaching Sistêmico, Coaching Integrativo e Coaching Estrutural.
Coordenou a primeira Formação em Constelação Sistêmica em Florianópolis e a primeira Formação no Brasil no Modelo de Validação Humana – Modelo Virginia Satir. Realiza grupos de Constelações Sistêmicas familiar e organizacional.
Atua em consultório com atendimentos individuais em psicoterapia, coaching e orientação profissional e vocacional. Em empresas desenvolve projetos de team building, desenvolvimento de liderança, sucessão e processos de mudança.
Seu propósito é trabalhar pela ampliação de consciência de pessoas, grupos e organizações.
Site: www.semilla.com.br
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