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Belo Horizonte recebe a primeira Fazenda Urbana da América Latina na segunda quinzena de março

COM APENAS OITO UNIDADES NO MUNDO, Projeto sustentável APOIADO NO CONCEITO ‘farm to table’ tem previsão de inaugurar no centro de compras na segunda quinzena de março

Foto/Divulgação
Cultivar novas experiências, fazer uma produção sustentável e não prejudicar o meio ambiente! Estas são algumas das premissas que sustentam o conceito de Fazenda Urbana, que possui apenas oito unidades em todo o mundo. Em uma parceria inédita entre o Boulevard Shopping e a Startup BeGreen, a capital mineira receberá a primeira Fazenda Urbana da América Latina - um espaço no próprio Boulevard para a produção de hortaliças sem agrotóxicos com um sistema inovador de cultivo em consórcio com a criação de peixes.

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O novo projeto, que tem previsão de inaugurar na segunda quinzena de março, funcionará na área externa do shopping e, além da produção livre de agrotóxicos (orgânica), trará todo um conceito alicerçado na sustentabilidade. No espaço haverá utilização de composto proveniente do lixo orgânico da Praça de Alimentação do Boulevard como substrato para o crescimento das verduras; e redução de consumo de água com captação da chuva. Além disso, não haverá emissão de CO², pois além da autossuficiência elétrica do projeto, o consumidor final irá adquirir os produtos da fazenda in loco, sem serviços de logísticas e entrega.

A Fazenda Urbana sediada no Boulevard irá ocupar uma área de 2.700 m², com uma estufa de 1.500 m² e capacidade para produzir até 50 mil pés de alfaces baby e ervas por mês. Além da estufa, o espaço contemplará a loja Casa Horta, para a venda dos produtos cultivados e de produtores locais; A Casa Amora, restaurante conceito ‘farm to table’ (da fazenda para a mesa) com pratos que utilizem as hortaliças e legumes orgânicos e da produção local; e um espaço de convivência com mesas, deck e palco para realizações de eventos relacionados à vida mais saudável e à conscientização da nova agricultura.

A Fazenda Urbana BeGreen Boulevard

O local será um verdadeiro parque de diversões para quem segue uma vida saudável e trará uma série de benefícios para os visitantes. No espaço, além de operar a primeira fazenda urbana do hemisfério sul, o projeto apoiado no conceito “farm-to-table” (da fazenda à mesa) vai produzir, mostrar, conscientizar e distribuir seus produtos diretamente ao público consumidor.

“Nosso principal objetivo é demonstrar que é possível ser sustentável e produtivo gerando mais empregos, menos lixo e sem prejudicar o meio ambiente. É um projeto inovador, que segue um movimento global que aproxima a produção do consumidor final. Aqui na Fazenda BeGreen Boulevard, teremos a produção e o consumo num mesmo local e o consumidor saberá a procedência de tudo que está consumindo”, explica um dos idealizadores do projeto, Giuliano Bitencourt.

Na Fazenda, além do cultivo de hortaliças e legumes, outros produtores locais poderão vender seus produtos agroecológicos na loja Casa Horta. “A intenção é que aconteça um comércio justo para os produtores e clientes que procuram por alimentos saudáveis, frescos e locais. O frequentador do shopping terá a oportunidade de ter uma alimentação mais saudável, com garantia de procedência, ao alcance das mãos sem precisar sair do shopping”, conta Paulo Ceratti, gerente de marketing do Boulevard.

E o projeto contempla várias ações integradas, como a realização de ações de conscientização de crianças e jovens de escolas públicas e privadas, e eventos e treinamentos de produção sustentável que pretendem atingir pelo menos 1 milhão de pessoas por ano. “Os visitantes terão a oportunidade de fazer visitas guiadas, comprar os produtos cultivados na fazenda e até consumi-los na hora”, acrescenta Paulo.

A sustentabilidade também fez parte da construção do espaço. O projeto primou por utilizar o mínimo de novos produtos, tendo como norte a reutilização de materiais. Para isso, toda a obra será feita de containers que virariam sucata; as mesas e cadeiras do espaço terão como matéria prima a madeira plástica, que sofre um processo de transformação do plástico jogado fora; e todo o piso será feito com material de rejeito de mineração.

Por que uma fazenda urbana?

A motivação original deste projeto se deve ao fato que atualmente 80% de todo produto fresco cultivado no Brasil é desperdiçado e acaba tendo como destino o lixo. Estes são dados da FAO - Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura.

Tamanho desperdício tem origem na estrutura da cadeia de suprimentos agrícolas brasileira, que faz com que os alimentos colhidos frescos só cheguem à mesa do consumidor com no mínimo dois dias de colhidos. Além disso, o excesso de transporte e baldeações entre os diversos elos da cadeia aumenta ainda mais o desperdício. Esta complexa cadeia de suprimentos além de prejudicar a qualidade do produto final, também impacta no valor total pago pelo consumidor.

Um exemplo disso é a trajetória de uma alface até chegar ao prato do consumidor final. Cultivada em uma grande fazenda, a alface é colhida e armazenada de forma incorreta para então ser transportada por centenas de quilômetros em um caminhão, no qual outros pés ficam pelo caminho, até chegar a um centro de distribuição (CEASA). Só então ela será entregue a uma feira ou supermercado e ficar à disposição do cliente final. E se a alface tivesse sido cultivada bem ao lado da casa deste consumidor? Esta é a proposta da Begreen e do Boulevard: uma fazenda bem perto do consumidor final, sem intermediários, sem transporte, com um produto retirado direto do cultivo para a mesa.

A ideia de se criar este projeto surgiu quando Giuliano Bitencourt, um dos empreendedores, voltou do MIT em 2014 apaixonado pela ideia de poder cultivar dentro das grandes cidades. Para criar a BeGreen, convidou seu sócio Pedro Graziano, com uma trajetória profissional no ramo tecnológico, para se juntar ao projeto.

Por meio do uso de tecnologia inovadora, a parceria entre o Boulevard e a BeGreen torna capaz de produzir de forma automatizada produtos agrícolas frescos e sem agrotóxicos. Tudo isso dentro de centros urbanos, com produtividade superior por metro quadrado, consumo reduzido de água e sem intermediários na distribuição dos alimentos.

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