Mostra Motumbá: Memórias e Existências Negras traz vivência de web games e mesas de debate
Programação de fevereiro reúne atividades focadas em temas como religiosidade afro, racismo e colonialismo
Em fevereiro, saindo da tradição dos tempos antigos, a tecnologia e multimídia também estarão em pauta no curso Contos de Ifá: Jogos e Matriz Africana com 3 Ecologias - Ricardo Ruiz e Mãe Beth de Oxum (11 e 12/2). Trata-se deuma vivência-laboratório com foco na construção de web games baseados na mitologia afro-brasileira.
Assim como aconteceu nos meses anteriores, as mesas de debates continuarão aquecidas e serão compostas por diversos encontros. No dia de Macumba, Identidades e Culturas de Matrizes Africanas no Cotidiano da Sociedade Brasileira com Makota Valdina (BA), Tata MutaImê (BA) e Beth de Oxum (PE) (7/2), a proposta é reunir importantes lideranças do candomblé para discutir a identidade brasileira e a religiosidade de matrizes africanas. Depois, em Pele Negra, Máscaras Brancas e Discurso Sobre o Colonialismo (14/2), o cerne da conversa será o livro homônimo, escrito por Frantz Fanon, e Discurso sobre o Colonialismo, de AiméCesaire, ambos nascidos na Martinica. Clássicos da literatura negra e o tema racismo serão abordados com profundidade.
A mostra Motumbá - Memórias e Existências Negras integra diversas linguagens artísticas e ações culturais com o objetivo de apresentar um panorama das poéticas, estéticas e temáticas produzidas e interpretadas por grupos e artistas negras, negros e periféricos. Segue até março com programação variada, oficinas, debates, apresentações de teatro, performance, dança, shows musicais, saraus literários e muito mais.
Abaixo, mais detalhes sobre os artistas e a programação de Vivências e Oficinas que a mostra Motumbá preparou para fevereiro:
VIVÊNCIASE DEBATES
Contos de Ifá: Jogos e Matriz Africana
Com 3 Ecologias - Ricardo Ruiz e Mãe Beth de Oxum
Contos de Ifá é uma vivência-laboratório para a promoção da identidade negra a partir da construção de web games com foco na mitologia afro-brasileira por meio da inovação cidadã. Nessa vivência, os participantes têm a oportunidade de fazer uma navegação dirigida pela plataforma contosdeifa.com e, ao mesmo tempo, conhecer histórias da mitologia afro-brasileira retratada ludicamente na web, discorrendo também sobre os processos de construção colaborativa dos jogos com a comunidade do Centro Cultural Coco de Umbigada.
Duração: 1 encontro
Vagas: 20
Mãe Beth de Oxum
Brasileira, Ialorixá, fundou em Olinda o Afoxé Filhos de Oxum, um dos primeiros a incluir mulheres na percussão. Durante 15 anos foi presidente do Afoxé Alafin Oyó, atuando na luta contra o preconceito religioso. Como percussionista, tocou nas bandas de Lia de Itamaracá e Selma do Coco. Criou no bairro de Guadalupe o Cineclube Macaíba, direcionado às culturas de matriz africana e a Rádio Amnésia. Transformou sua casa, onde se realizavam rodas de coco de umbigada, no ponto de cultura Casa de Oxum. Recebeu em 2015 a Ordem do Mérito Cultural.
Ricardo Ruiz Freire
Possui graduação em Comunicação Social pela Universidade São Judas Tadeu (1998) e especialização em Design de Hipermídia pela Universidade Anhembi Morumbi (2003). Atualmente, presidente a 3 Ecologias e é gerente de Projetos da Universidade Federal de Pernambuco. Tem experiência na área de Ciência Política, com ênfase em Políticas Públicas.
Quando: 11 e 12/2, sábado e domingo, das 14h30 às 17h30
Local: Espaço de Tecnologias e Artes
Ingresso: grátis
Para maiores de 9 anos
Debates/encontros
Macumba, Identidades e Culturas de Matrizes Africanas no Cotidiano da Sociedade Brasileira | Escambo de Ideias - Mesas de debate e rodas de conhecimento
Com Makota Valdina (BA), Tata MutaImê (BA) e Beth de Oxum (PE)
Mediação: Pedro Neto (SP)
A proposta é discutir a identidade brasileira e a religiosidade de matrizes africanas a partir de um encontro com importantes lideranças do candomblé, com o objetivo de aprofundar conteúdos ligados à herança cultural africana presente no cotidiano da sociedade, a discriminação religiosa e o racismo.
Makota Valdina
Tania Cristina Silva de Oliveira, título de Makota, que faz referência à nação do Candomblé a qual pertence. Integra a ANAMAB - Associação Nacional da Moda Afrobrasileira, importante instituição de pesquisas e divulgação da moda afro-brasileira e suas tradições. Mestra em indumentária africana é educadora e estilista.
MutáImê
É sacerdote da Nação Angolão Paquetan e Taata de Nkisi do Terreiro de Mutá Lambôye Kaiongo em Salvador/ Bahia. Grande bakulo da nação, é responsável pela transmissão, através das gerações, do conhecimento e tradições da identidade Bakongo e da filosofia do Candomblé de Nação Angola. Está a frente da ONG Casa dos Olhos do Tempo que fala da Nação Angolão Paquetan que tem como principal pilar o registro da memória e tradição da Nação Angolão Paquetan, como também projetos sociais desenvolvidos pela comunidade do Terreiro Mutá Lambôye Kaiongo.
Beth de Oxum
Brasileira, Ialorixá, fundou em Olinda o Afoxé Filhos de Oxum, um dos primeiros a incluir mulheres na percussão, e durante 15 anos foi presidente do Afoxé Alafin Oyó, atuando na luta contra o preconceito religioso. Como percussionista, tocou nas bandas de Lia de Itamaracá e Selma do Coco. Criou no bairro de Guadalupe o Cineclube Macaíba, direcionado às culturas de matriz africana, e a Rádio Amnésia. Transformou sua casa, onde se realizavam rodas de coco de umbigada, no ponto de cultura Casa de Oxum.Recebeu em 2015 a Ordem do Mérito Cultural.
Pedro Neto
É Cientista Social pela PUC-SP, pesquisador em Antropologia das Populações Afro-Brasileiras, membro do Núcleo de Relações Raciais, Memória, Identidade e Imaginário do PEPG-PUC-SP, membro do primeiro Colegiado Setorial de Culturas Afro-Brasileiras do Conselho Nacional de Política Cultural do Ministério da Cultura, diretor de Projetos da Campo mare Produções; diretor da Etu Com quem Pesquisa e Produção, diretor do Fórum para as Culturas Populares e Tradicionais, diretor da Fundação de Apoio a Cultura e a Tradição Yorubana no Brasil, diretor da Ago Lona Associação Cultural e membro fundador da Rede Kultafrode empreendedores, artistas e produtores de cultura negra.
Quando: 7/2, terça, das 20h às 21h45
Local: 1º Pavimento - Oficina 3
Ingresso: grátis (retirada de senhas no local 30 minutos antes do início da atividade)
Não recomendado para menores de 16 anos
Pele negra, máscaras brancas e discurso sobre o colonialismo | Escambo de Ideias - Mesas de debate e rodas de conhecimento
Com Terená Kanouté, Allan da Rosa, Jota Mombaça e mediação de Deivison Nkosi
Peles Negras, Máscaras Brancas é o nome do livro escrito pelo psiquiatra e filósofo Frantz Fanon, e o Discurso sobre o Colonialismo é o título do livro escrito pelo poeta e dramaturgo Aimé Cesaire, ambos nascidos na Martinica. O encontro tem o propósito de aprofundar uma discussão inspirada nos livros que se tornaram clássicos da literatura negra, abordando o racismo de maneira estruturante a partir de uma patologia sociocultural. Traçando um paralelo com os principais apontamentos das obras literárias, pretende-se refletir quais as máscaras brancas que os negros foram condicionados a usar, como o projeto de embranquecimento reverbera ainda hoje em uma sociedade eurocêntrica pós-colonialista.
Terená Kanouté
Filha de músico senegalês e antropóloga paulistana, passou a infância entre a aldeia dos Xavantes no Mato Grosso, e as Festas do Bumba-meu-boi no Morro do Querosene. Cresceu em meio às mais diversas manifestações de cultura popular presentes na cidade de São Paulo. Dançarina formada pela Cia Treme Terra e o Grupo Cupuaçu. Bióloga formada pela UFRRJ, transita entre as duas formações focando suas investigações em métodos de aplicação da lei 10.639/03 nos mais diversos ambientes de formação presentes na sociedade.
Allan da Rosa
É escritor, historiador e angoleiro. Mestre e doutorando na Faculdade de Educação da USP, onde pesquisa o imaginário, a ancestralidade e o cotidiano negro em São Paulo. Integra o movimento de literatura periférica desde o seu princípio. É autor do livro de contos Reza de Mãe, de Pedagoginga, Autonomia e Mocambagem ( ensaio sobre cultura negra e educação popular), Da Cabula (Prêmio Nacional de Dramaturgia Negra Ruth de Souza), A Calimba e a Flauta (poesia erótica, com Priscila Preta), entre outros.
Jota Mombaça
Ensaísta e performer, é uma bicha não binária, nascida e criada no Nordeste do Brasil, que escreve, performa e faz estudos acadêmicos em torno das relações entre monstruosidade e humanidade, estudos kuir, giros descoloniais, interseccionalidade política, justiça anti-colonial, redistribuição da violência, ficção visionária e tensões entre ética, estética, arte e política nas produções de conhecimentos do sul-do-sul globalizado.
Deivison Nkosi
Mestre em Ciências da Saúde e Doutor em Sociologia. É Professor da Universidade Federal de São Paulo - Campus Baixada Santista; integrante do Grupo Kilombagem e Coordenador Pedagógico do Instituto Amma Psiquê e Negritude. Foi research student do Department of Philosophy (University of Connecticut, UConn) e recebeu, em 2016, a Menção Honrosa do Prêmio Capes de Tese na área de Sociologia por sua Tese de doutorado sobre Frantz Fanon e os fanonismos no Brasil. Atualmente estuda temas relacionados à cultura negra, antirracismo e a produção intelectual de autores negros.
Dia 14/02, terça, às 20h
Local: Sala Espetáculos 2
Grátis. Livre
M O T U M B Á – Memórias e Existências Negras
Data: até março de 2017
Local: Sesc Belenzinho
Endereço: Rua Padre Adelino, 1000, Belenzinho, São Paulo (SP)
Mais informações: (11) 2076-9700 ou www.sescsp.org.br/belenzinho e http://www.sescsp.org.br/programacao/107905M+O+T+U+M+B+A++MEMORIAS+E+EXISTENCIAS+NEGRAS#/content=programacao
Agendamento de grupos: pelo email agendamento@belenzinho.sescsp.org.br ou (11) 2076-9704. Atendimento das 10h às 17h.
Estacionamento: Credencial Plena - Primeira hora: R$ 4,50. Adicional por hora: R$ 1,50.
Outros - Primeira hora: R$ 10,00. Adicional por hora: R$ 2,50. Preço promocional para espetáculos – Credencial Plena: R$ 5,50. Outros: 11,00.
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