Competências mais exigidas pelo mercado
Pesquisa revela como as empresas avaliam candidatos a vagas de estágio no Brasil
O Nube - Núcleo Brasileiro de Estágios, realizou uma pesquisa em 2016, avaliando ao longo do ano quais são as principais competências exigidas pelas empresas no momento da seleção de seus estagiários. Assim, foi acompanhada a desenvoltura de 19.385 candidatos em processos seletivos e, em retrospecto ao último estudo, foram priorizadas diferentes habilidades dos estudantes, visando o cenário atual do mercado de trabalho.
Dentre as características mais solicitadas pelas organizações para perfis de estagiários do ensino superior, o quesito “orientação para análise” foi o mais cobrado, com 46,3%. Renata Monteiro, analista de seleção do Nube, comenta a respeito desse pré-requisito: “é a capacidade de trabalhar com a investigação fundamentada de uma situação estratégica, coletando e organizando dados com metodologias adequadas à situação proposta”. Esse tópico foi seguido por “trabalho em equipe” (39%) e “iniciativa” (36,5%).
Em pesquisa anterior, realizada em 2013, o resultado foi um pouco diferente: perfis com um bom trabalho em equipe (67,9%), iniciativa (63,7%) e comunicação (54,5%) eram a aposta de 87,6% das companhias. A especialista comenta essa divergência de valores: “não diria ser uma tendência do mercado, pois varia de empresa e área de atuação. Contudo, devido à crise enfrentada, muitos ramos focam mais em profissionais estratégicos e analíticos, com a finalidade de desenvolver planos de ação efetivos e atuando na qualidade do serviço”, avalia.
A busca por alunos do ensino médio teve como foco “iniciativa”, aparecendo em 75% das demandas. “Boa comunicação” é requisito para 50% e capacidade de “trabalho em equipe” também ficou com 50%. Em pesquisa anterior, esperava-se além de comunicação eficaz (58,3%) e trabalho em equipe (37,5%), muita orientação para análise (mais de 70%). “Uma habilidade complementa a outra e são necessárias para diversas áreas de atuação, estabelecendo relacionamentos baseados em respeito mútuo e confiança”, ressalta Renata.
Somadas a essas habilidades, foi notado um padrão no comparativo por demanda de qualidades adicionais: 67% das vagas pedem inglês como segundo idioma; 28% teste de raciocínio lógico e 100% solicitam avaliação do teste ortográfico. “São conhecimentos necessários, tanto para a utilização de ferramentas internas, quanto para gerar negócios e se relacionar com clientes. As relações de trabalho estão mais próximas e não dá mais para deixar de lado o nosso vocabulário falado e escrito, tampouco o inglês, língua mundial”, indica a especialista.
Ferramentas tecnológicas não ficaram de fora: 98% das companhias pediram conhecimentos em Pacote Office. “Isso é solicitado, pois é imprescindível para análise de dados, controles de áreas e inovações”, salienta a analista. Portanto, vale a pena conhecer esses softwares.
A pesquisa também mapeou o índice de ausências nas seleções. Foram contabilizadas 35,8% de faltas em agendamentos para vagas de estágio. “Isso demonstra um índice de desinteresse e é negativo para quem quer uma colocação”, pondera a recrutadora. Essa postura merece atenção, pois segundo o índice divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), em dezembro de 2016: a taxa total de desemprego entre os jovens de 14 a 24 anos, chegou a 27,7%.
Ao observarmos o número de estagiários, segundo a Pesquisa da Abres - Associação Brasileira de Estágios, esse cenário entre quem busca uma oportunidade de inserção no mercado por meio do estágio é ainda mais competitivo. No total, são 9.601.576 alunos de ensino médio e técnico (dados do Inep/MEC) e apenas 260 mil estagiam (2,7%). Já no Superior, dos 8.027.297 estudantes (Inep/MEC), apenas 740 mil estagiam (9,2%).
Desse modo, é preciso se preparar e estar atento às oportunidades e nunca deixá-las passar. Março é um bom período para quem ainda está em busca de inserção profissional, pois faz parte da 1ª Temporada de Estágios, com abertura de 32 mil novas vagas nesses três primeiros meses do ano: 5.600 para o ensino médio e técnico e 26.400 para o nível superior. “Tais meses trazem boas perspectivas pois, com o fim do ano, muitos contratos são encerrados. Os alunos se formam ou são efetivados e, dessa forma, há necessidade de preenchimento nas equipes. As organizações, então, abrem processos seletivos”, explica Carlos Henrique Mencaci, presidente do Nube. Portanto, tendo conhecimentos, garra e responsabilidade, já se está um passo adiante dos demais.
Serviço: Pesquisa avalia quais as principais competências exigidas pelas empresas no momento da seleção de seus estagiários
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