Inteligência ao feminino: entre o passado e o presente
Alice Schuch, pesquisadora e escritora do universo feminino
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Wollstonecraft desejava que as mulheres almejassem ser cidadãs plenas, mas para merecerem isso, elas precisariam desenvolver a razão, deixando de lado o mundo das meras aparências, o mundo dos desejos insaciáveis que estava na base da sociedade do século XVIII. “Estava na hora de fazer uma revolução no comportamento feminino – de restaurar a dignidade perdida – e fazer com que as mulheres fizessem parte da espécie humana: devemos mudar para mudar o mundo”, mostra Alice.
Segundo Alice Schuch, não havia como argumentar que as mulheres do século XVIII eram consideradas bobas e más por causa da ignorância. E, por isso, existia a probabilidade de que somente haveria consequências benéficas para o desenvolvimento da humanidade a partir de uma revolução no comportamento feminino, ou seja, as mulheres depois de receberem uma educação racional, desenvolveriam a racionalidade.
“Observo que, ainda hoje, muitas de nós, mulheres do século XXI, chegamos a um certo ponto e depois paramos, demonstrando-nos inadequadas ao potencial que possuímos e assim fazendo, não nos revelamos. Tudo isso poderia não ser um mal porque a própria vida é sempre uma escolha, mas se por acaso tivermos mais potencial e se a natureza for generosa conosco, nesse caso é preciso começar a desafiarmo-nos, apostar em nós mesmas sem meios termos. Tantas vezes giramos em torno deste nosso potencial, vestindo-o de mil medos que nós mesmas construímos em boa fé”, diz.
A pesquisadora Alice Schuch conclui que a revolução do comportamento feminino pautado por Mary Wollstonecraft já em 1792 deveria incluir o desenvolvimento da razão, a maior independência financeira das mulheres e as atividades na esfera pública.
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