Mover o Data Center: você está preparado?
Por Gonçalo Francisco Sousa*
Seja na vida pessoal ou organizacional, mudanças sempre carregam algumas incertezas e receios. Quando olhamos para o universo que envolve um Data Center, especificamente, a mudança de sua infraestrutura, componentes e sistemas pode ser vista em um primeiro momento como algo caótico, principalmente pela criticidade das informações que são processadas e armazenadas. Mas, graças à evolução do mercado e excelência conquistada na prestação e condução de tais serviços, esse cenário já tem garantia de final feliz.
Nesse contexto, o Moving - serviço que realiza a realocação física e lógica do Data Center – entra em cena para tranquilizar os ânimos e garantir a transição de forma segura, por meio de seus processos minuciosos. Prioritariamente, é utilizado para: transferência do Data Center para terceiros, mudança da empresa para andares no mesmo edifício ou novo endereço, realocação da infraestrutura após uma fusão corporativa e reformas no ambiente; ou seja: qualquer iniciativa que envolva o deslocamento físico desse ambiente que, independentemente da situação, tem sempre elevada criticidade.
O processo de Moving envolve checklists de infinidade de itens, dos mais simples aos mais complexos, e nada pode ser deixado de lado. Além do conhecimento das disciplinas de TI, é preciso muito planejamento para organizar processos estruturados e ter as atividades ocorrendo de forma ordenada e simultânea. Para isso, cada parte da execução é cuidadosamente desenhada. O tempo total dedicado em um processo de Moving é, em média, de seis meses e vinte horas: seis meses de planejamento e vinte horas para a execução da mudança. Achou surpreendente? Para entender o motivo de todo esse tempo empregado, basta nos aprofundarmos nos critérios que são considerados no planejamento:
- Documentação: Fotografia, identificação de todos os componentes do Data Center atual, posição dos equipamentos e racks, topologias físicas e lógicas de interligação dos equipamentos e sistemas e dimensão de corredores para passagem dos equipamentos;
- Previsão do tempo: São consideradas as probabilidades de chuvas e os índices de temperatura e umidade do ar para preparar os equipamentos para a mudança. Essa adequação prevê vários itens de proteção, de tal forma que os riscos de umidade e condensação, por exemplo, sejam mitigados;
- Embalagem: A proteção dos equipamentos segue as recomendações dos fabricantes, envolvendo desde o plástico bolha antiestético e a manta de isolamento térmico, até caixas apropriadas para o transporte;
- Trajeto: O estudo da rota de transporte analisa o tempo de percursos, interdições de vias, rotas alternativas, dimensão e pesos dos equipamentos, necessidades de içamento e qualidade do piso, entre outros fatores.
Esses e outros inúmeros cuidados são detalhadamente observados por equipes especializadas com profissionais treinados em movimentação de Data Centers – o que inclui gestores, engenheiros, analistas e técnicos. Durante o projeto, a quantidade e qualificação pode variar em função dos trabalhos.
Algumas empresas realizam o Moving com equipe interna, com o objetivo da redução dos custos. Porém, por ser uma tarefa crítica e que exige muito planejamento - não pode haver falhas –, é fortemente aconselhável contar com uma equipe experiente, proveniente de um fornecedor especializado. Afinal, quanto valem as informações contidas em seu data center?
*Gonçalo Francisco Sousa é Gerente Executivo de Serviços de Tecnologia na Aceco TI, empresa especializada em projeto, construção e manutenção de ambientes de missão crítica.
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