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Engenheiros e empresas discutem desafios da engenharia no XVII Seminário Campanhas Salariais e elegem diálogo e bom senso como critérios para negociações coletivas de 2017

Encontro realizado pelo Sindicato dos Engenheiros no Estado de São Paulo (SEESP) com cerca de 300 participantes debateu as reivindicações dos engenheiros e as dificuldades político-econômicas, mobilizando representantes dos empregadores e profissionais da engenharia na busca de soluções para os desafios da categoria e do País

O Sindicado dos Engenheiros no Estado de São Paulo (SEESP) deu largada ao período de negociações salariais coletivas de 2017 com a realização, na terça-feira (18/4), do XVII Seminário de Abertura das Campanhas Salariais, na sede da entidade, em São Paulo.

O seminário reuniu a diretoria do SEESP presidida por Murilo Pinheiro, especialistas em mercado de trabalho, engenheiros de vários segmentos e representantes de 20 empresas e entidades patronais, numa demonstração de representatividade do evento e da disposição mútua de iniciar as negociações salariais a partir do diálogo.

A realização do XVII Seminário de Abertura das Campanhas Salariais foi, nas palavras de Murilo Pinheiro, um divisor de águas no processo das negociações. “É um marco por causa do momento que o País enfrenta. Estamos construindo uma unidade para que o Brasil possa ser um país de mais oportunidades, mais justo e com melhores condições para todos”, disse o presidente do SEESP.

Murilo destacou a importância do Movimento Engenharia Unida defendendo que engenheiros e as empresas se aliem para construir as soluções tanto em relação às perspectivas dos profissionais da engenharia quanto para os desafios que a economia brasileira e a indústria nacional enfrentam.

As análises feitas por especialistas ao longo do seminário tiveram por pano de fundo os efeitos de dois anos de recessão, a economia sem sinais de melhora e o aumento da tensão política. O debate incluiu avaliações sobre os efeitos da terceirização (recentemente votada e sancionada) e da eventual aprovação das reformas da Previdência Social e da legislação trabalhista.

O diretor técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Clemente Ganz Lúcio, chamou a atenção para a internacionalização da economia brasileira em curso, em processo no qual as empresas nacionais estão perdendo terreno para grupos estrangeiros, o que afeta diretamente a engenharia. “Um exemplo foi a mudança da política de conteúdo nacional que afetará milhares de postos de trabalho e vai gerar restrição da capacidade da engenharia do País”, disse. No início do ano, o governo Temer reduziu os percentuais mínimos de contratação de conteúdo nacional a ser feito pelas empresas que participarem dos próximos leilões de gás e petróleo.

O analista político do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), Antônio Augusto de Queiroz, apresentou um perfil do atual governo trazendo para o seminário a discussão política. Toninho do Diap, como é mais conhecido, afirmou que a gestão Temer adotou uma agenda dura, repassando para a sociedade, e principalmente aos mais pobres, projetos de elevado custo social, o que teve início com a proposta de corte de gastos públicos (Emenda Constitucional 95) e segue com proposições em tramitação no Congresso. “O ano de 2018 se aproxima com a sociedade dividida e o risco de termos a eleição de um aventureiro é grande”, comentou ele.

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