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36% dos trabalhadores que sacaram FGTS inativo usaram o dinheiro para pagar dívidas, mostra levantamento do SPC Brasil e CNDL

Apenas 6% usaram o dinheiro para fazer compras extras; até o momento, 8% dos brasileiros disseram já ter realizado saques. Entre quem ainda vai retirar recursos, 26% vão quitar dívidas

O saldo das contas inativas do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) deve ajudar muitos brasileiros a sair do sufoco financeiro. Uma pesquisa realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) revela que 36% dos trabalhadores que já realizaram saques utilizaram o recurso para pagar dívidas atrasadas. Outros 7% usaram o benefício para quitar parte de compromissos pendentes e 10% aproveitaram o dinheiro extra para antecipar o pagamento de contas não atrasadas, como crediário e prestações da casa ou do carro.

Entre quem sacou os recursos do FGTS, a maior parte do dinheiro foi destinada ao pagamento de despesas do dia a dia, citado por 42% dos beneficiários. Apenas 6% usaram o saldo inativo do fundo de garantia para realizar compras e 16% investiram ou pouparam.

Para a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, a liberação dos saques das contas inativas injetará um volume razoável de recursos na economia no decorrer dos próximos meses, o que pode contribuir para a retomada do varejo, estimulando a recuperação de crédito e, posteriormente, o consumo de bens. “Esse dinheiro poderá ser utilizado nas necessidades mais urgentes do consumidor, como limpar o nome ou para necessidades do dia a dia. Livre das dívidas, o consumidor poderá retornar ao mercado de crédito, reaquecendo as vendas no varejo”, analisa.

Benefício pode impactar em até 0,2% no PIB; 18% ainda não sabem se têm direito ao benefício dos saques

Dados oficiais estimam que mais de 30 milhões de trabalhadores têm direito a realizar saques, sendo que 80% dessas pessoas possuem até 1.500 reais nas contas inativas. No total, quase 44 bilhões de reais devem ser injetados na economia do país. Se todo esse valor for sacado, a projeção do SPC Brasil é de um impacto positivo de até 0,2 pontos percentuais no PIB nacional.

Levando em consideração os consumidores que ainda vão realizar saques, a principal finalidade também será o pagamento de dívidas: 26% vão utilizar o dinheiro para quitar compromissos atrasados e 21% vão utilizá-lo para regularizar ao menos uma parte das pendências em atraso. Outros 25% pretendem pagar despesas do dia a dia. Apenas 4% vão realizar compras de produtos que tem vontade como roupas e calçados. Os que vão usar o dinheiro extra para viajar representam apenas 3% e 2% querem aproveitar os recursos para adquirir um automóvel.

De acordo com a pesquisa do SPC Brasil e da CNDL, 8% dos brasileiros já sacaram o benefício e 18% ainda pretendem fazê-lo assim que o lote estiver disponível. No total, 51% dos consumidores não têm dinheiro a resgatar o FGTS inativo, enquanto 18% desconhecem se têm direito ao saque.

Metodologia

A pesquisa foi realizada em 12 capitais das cinco regiões brasileiras: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Recife, Salvador, Fortaleza, Brasília, Goiânia, Manaus e Belém. Juntas, essas cidades somam aproximadamente 80% da população residente nas capitais. A amostra, de 800 casos, foi composta por pessoas com idade superior ou igual a 18 anos, de ambos os sexos e de todas as classes sociais. A margem de erro é de no máximo 3,5 pontos percentuais a uma margem de confiança de 95%.

Infomações https://www.spcbrasil.org.br/imprensa

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