A falta de consciência pode prejudicar seu equilíbrio
Por Alessandra Cerri
Começo este texto com uma frase de Hipócrates (377 a. C., considerado o pai da medicina): “Homem, conheça-te a ti mesmo, e só então poderás conhecer os deuses e, consequentemente, o Deus que habita em ti”. Essa expressão nos obriga a refletir sobre a importância do conhecimento interior e atentarmos para os sinais que nosso corpo envia.
Vivemos num mundo louco e convivemos com a síndrome da mega informação. Estamos rodeados por fatores estressantes e nosso olhar interno fica cada vez mais esquecido. Com isso, muitas vezes não percebemos que alguns aspectos importantes estão em desequilíbrio e precisam de cuidados.
A psicossomática entende o ser humano como biopsicossocial e espiritual e, dentro desta compreensão, nos alerta para seis aspectos relevantes que deveríamos balancear constantemente para termos saúde e paz interior. São eles: espiritualidade (nossa conexão com o sagrado e crenças pessoais); os sentimentos e emoções que nos abastecem e nos guiam; relação com o corpo; relação familiar; relação com o trabalho; inserção social (formação de grupos sociais de apoio e convivência). Segundo o psicólogo Waldemar Magaldi Filho, nossa saúde é abalada quando um desses aspectos desequilibra e essa instabilidade se manifesta por meio de uma disfunção ou doença.
O desequilíbrio pode vir pela supervalorização de um determinado aspecto. Ou seja, quando damos muito valor ou gastamos grande parte da nossa energia cultuando e aprimorando um único fato como, por exemplo, o trabalho ou o corpo.
Esse desequilíbrio também pode vir pelo descaso ou abandono ao não praticar, por exemplo, a espiritualidade (independente de religião) e hábitos saudáveis como alimentação adequada e exercícios físicos. No aspecto dos relacionamentos, não cultivar amizades e desvalorizar o convívio familiar também podem gerar desarmonia.
Claro que na nossa rotina tumultuada às vezes nos envolvemos com as atividades cotidianas, vamos entrando no turbilhão chamado vida e simplesmente não paramos para pensar na possibilidade de estarmos desequilibrando nosso sistema. Por isso, é importante usarmos recursos que nos possibilitem a autoanálise para sermos mais conscientes.
Dentro desse contexto, podemos entender porque práticas que nos auxiliam a melhorar nossa consciência têm aumentado tanto o número de praticantes no ocidente, dentre elas estão: a meditação, a yoga, o tai chi chuan, as danças circulares e, também, a psicanálise. São terapias altamente eficazes na busca por mais autoconhecimento, equilíbrio e consciência, que estão ganhando espaço em grandes centros médicos.
Pense sobre esses seis aspectos e perceba se algum deles está sendo supervalorizado ou esquecido. Se analise frequentemente e busque seu equilíbrio. É fácil? Claro que não! No entanto, não é impossível. Depende de disciplina e força de vontade, mas é possível. E você é capaz!
Finalizo com uma frase fantástica de Carl Gustav Jung, psiquiatra e psicoterapeuta suíço falecido em 1961: “Até você tornar consciente, o inconsciente irá dirigir sua vida e você irá chamá-lo de destino”.
Até a próxima. Namastê!
Alessandra Cerri é professora e sócia diretora do Centro de Longevidade e Atualização de Piracicaba (Clap)
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