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Geração sem chefe cresce no Brasil através do marketing de relacionamento

Com faturamento de R$40,4 bilhões em 2016, setor atrai pessoas em busca de dinheiro e liberdade

CEO da Akmos, Claudio Apolinario, fala ao público de 5 mil pessoas durante o Evolution, maior evento da marca
Chairô Films/Divulgação
O sonho de reunir emprego lucrativo e horários flexíveis tem se tornado realidade na vida de inúmeros brasileiros que investem em empreender no setor de marketing de relacionamento, nicho que faturou R$40,4 bilhões em 2016, segundo dados da ABEVD, Associação Brasileira de Empresas de Vendas Diretas.

A possibilidade de trabalhar sem ter um chefe e conquistar uma renda muito mais alta do que os salários oferecidos no mercado, aliada a horários flexíveis e um modelo de negócios que oferece, além de lucros, reconhecimentos como carros, viagens e treinamentos constantes, vem ganhando cada vez mais adeptos no mundo e no Brasil.

A prática no País é relativamente nova e é importante saber a diferença entre o marketing de relacionamento e negócios baseados em pirâmides financeiras. O marketing de relacionamento, ou multinível, é baseado em linha de produtos diversos, que são distribuídos ao público diretamente do fabricante ao consumidor final, através do consultor, e nesse segmento, temos grandes empresas como Mary Kay, Herbalife e a nacional Akmos, que vem se destacando no setor. Já, nas pirâmides, não há um produto bem definido, ou são produtos sem relevância e com altos custos de mercado, onde os ganhos são baseados nas pessoas, e não é permitido.

De acordo com a DAS, Direct Selling Association, órgão que regulamenta o marketing de relacionamento no exterior, a modalidade de negócio é responsável por parte considerável do PIB dos Estados Unidos, com 27%, e do Japão, 24%. Outro dado interessante aponta que 20% dos milionários norte-americanos construíram fortuna através das vendas diretas. O Brasil acumula hoje 13,6% de desempregados, e o incentivo ao setor poderia reverter esse número para pessoas economicamente ativas.

Histórias de mudança de vida comprovam a eficácia

Arildo Neiva e Salete Cebalho sentiram na pele as dificuldades que a falta de oportunidades impõe à maioria dos brasileiros. Viviam em uma casa simples, e faziam um verdadeiro malabarismo para conseguir pagar as contas do mês. Arildo era vendedor de panelas, e Salete, dona de casa. Com o dinheiro escasso, o maior sonho do casal era ter uma casa própria e um carro importado, coisa que para eles não passaria de um sonho impossível, até o momento que foram convidados por um amigo, vendedor de CDs piratas, para ingressar em um negócio promissor, o marketing multinível.

“Passei vinte anos vendendo panelas e a vida era muito difícil, cheguei acumular R$36 mil em dívidas e meu aluguel ficou atrasado por cinco meses. Com seis filhos e sem dinheiro, a Salete tomava café num mercadinho, porque tinha uma garrafa lá para os funcionários. Quando recebi o convite, há apenas quatro anos, não tinha nada a perder e sabia que era uma oportunidade para mudar minha vida”, relembra o ex vendedor de panelas.

Hoje, Arildo lidera uma equipe de vendas lucrativa e aqueles sonhos que pareciam impossíveis estão mais do que realizados. Tem casa própria em um condomínio fechado em Goiânia, carros e adquiriu uma franquia da Akmos. A esposa e os seis filhos também fazem parte da rede de negócios e conquistaram uma vida financeira estável, assim como Valdemi Marques, o amigo que vendia CDs e fez o convite para o negócio.

Aos risos, Valdemi relembra que começou a trabalhar aos sete anos, e não sabia que sua lucratividade vinha da brincadeira de vizinhos. “Eu pegava gatos nas ruas, e eles me pagavam para jogar na casa das pessoas, até um dia que levei bronca da pessoa que estava recebendo. Mas eu fiz de tudo na vida. Vendi picolé, trabalhei em balcão de loja, em lavoura, vendi melancia em caminhão e a vida sempre foi muito difícil, pois morava com meu pai, não tínhamos muito dinheiro e estávamos sempre nos mudando para fugir das dívidas, até que chegou um momento que nem mudança não tinha mais, foi tudo ficando para trás”.

Aos 17, começou a vender fitas cassete de música, e depois passou para os CDs, por mais de dez anos desenvolveu a função. “Era difícil, vivia fugindo da polícia para não apreenderem meus produtos. E quando conheci o marketing multinível eu pensei que se eu recebesse ao menos a mesma coisa que eu ganhava já seria suficiente, afinal, não precisaria mais correr de polícia na rua. No primeiro mês, a minha renda já era mais do que eu recebia vendendo os discos, e com o tempo, fui me desenvolvendo. Hoje, tenho dinheiro para fazer o que tiver vontade, sem ter que me preocupar. Só estudei até a sétima série porque tive que trabalhar e hoje posso dar ao meu filho a tranquilidade de estudar nos melhores colégios e a certeza de que ele nunca sentirá na pele toda a dificuldade financeira que passei”.

De representantes a donos de uma das maiores marcas brasileiras

Após se conhecerem através de uma empresa de marketing de relacionamento que abandonou o Brasil e deixou na mão todos os profissionais que atuavam com a marca, os sócios Moacir Diniz, Carolina Saraiva e William Miranda tomaram uma decisão que parecia ser impossível: montar a própria empresa de marketing de relacionamento, com a intenção de fabricar produtos no Brasil, gerar empregos e dar oportunidades para as pessoas.

Apesar da imagem de empresários bem sucedidos, os três também guardam histórias de superação e enfrentaram muitos desafios ao longo dos nove anos da marca. “Quando montamos a Akmos, acreditávamos que poderíamos entregar a realização de sonhos para quem estivesse conosco. Mas era bem difícil no começo vender um negócio promissor estando na pior. Abandonei o apartamento que tinha alugado e fui morar com minha esposa na casa da minha mãe, pois todo o dinheiro que tinha, investi na empresa, pois acreditava, realmente, que daria certo, e hoje, sei que tinha razão”, conta William Miranda, diretor de expansão da marca.

Para Moacir Diniz, diretor de networking da empresa, olhar para trás é essencial para saber que tudo o que passaram é hoje recompensado. “Todos os dias ficamos sabendo de histórias de superação. Todo mundo tem uma história e poder fazer parte delas, de forma positiva, e como marco de mudança é gratificante. Eu fui professor de música, tive uma sorveteria e sempre batalhei muito. Hoje, poder trabalhar para levar qualidade de vida e realização de sonhos para muitas famílias é o que me motiva todos os dias. Nosso propósito é entregar oportunidades, é mostrar que todos podem ter a chance de se desenvolver. Quando iniciamos o negócio, parecia apenas um sonho, mas, olhamos para o futuro, acreditamos e investimos toda nossa energia em algo que tinha tudo para dar certo, e as milhares de pessoas que compõe a rede de negócios nos mostram todos os dias que estamos indo na direção correta”.

O sucesso do plano de negócios da marca, que está ligado aos produtos de qualidade desenvolvidos, fez com que o embaixador da marca, o ex-pugilista Popó, deixasse o cargo de embaixador e passasse a desenvolver sua própria rede de relacionamento. “Eu acredito na Akmos, desde quando me tornei embaixador, só aceitei o convite pois entendi o propósito do negócio. Mas, após estar envolvido com a marca, entendi que eu poderia fazer muito mais pela minha família, amigos e todas as pessoas, se eu estivesse aqui desenvolvendo vendas. E eu quero bater todas as metas e ter o gosto de conquistar novos títulos”, anuncia.

Atualmente, a marca possui uma unidade fabril em Goiânia com linhas variadas de produtos, que passam por nutrição, bem-estar, nutricosméticos, saúde e vestuário. Já faz parte do plano de expansão da Akmos a atuação internacional, que foi anunciada pelo CEO da empresa, Claudio Apolinario, durante o maior evento da marca, o “Evolution”, que aconteceu no mês de junho. “Estamos em constantes mudanças, pois a mudança faz parte da evolução. Realizamos reestruturação do nosso plano de negócios e organograma da empresa, com a intenção de internacionalizar a marca e alcançar nosso objetivo de levar qualidade de vida e bem-estar para o mundo”, finaliza.

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