O fazer agora evita a perda pessoal
Palestrante, escritora e pesquisadora do universo feminino, Alice Schuch
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A psicóloga argentina Clara Coria escreve que postergar o prazer com a intenção de responder a uma imagem idealizada do sacrifício é uma forma de “civilizada mutilação”. Seria, segundo a autora, como colocar-se no freezer para uma melhor ocasião, que talvez não chegue a apresentar-se porque algum “corte de luz” poderia arruinar as expectativas planejadas.
Conta a autora que certa vez um marido chegou em casa trazendo camarões gigantes recém pescados e queria comê-los no jantar, ela porém decidiu coloca-los no freezer para degusta-los em uma ocasião especial, uma visita... Dias depois, enquanto estavam fora num final de semana houve um corte de energia estragando todo aquele que seria “o manjar dos deuses”.
Não raras vezes acolhe-se dinâmicas não coincidentes com o projeto de vida que se tem, permitindo ingerências externas. Aceita-se transferências, desvios e por isso perde-se a meta da pulsão. Isso significa permitir que sejam inseridas conta-cargas que impedem a consecução do fim que se almeja, um descontínuo na unidade pessoal de ação.
Tudo bem, diz Alice Schuch. “Enfrentamos a situação e fazemos outras coisas, porque a vida é dinâmica e não é jamais obstruída, com o sem o sujeito. Se estamos despertos, somos vida, mas se dormimos a vida são outros e nós não existimos”, completa.
Lembra o escritor inglês Aldous Huxley: “vivemos, agimos e reagimos uns com os outros, mas sempre e em quaisquer circunstâncias existimos a sós”.
“Se você não é exatamente tão perfeita quanto gostaria, vamos fazer o melhor possível: fidelidade a si mesmo significa coerência ao projeto pessoal, continuamente sustentado e promovido por atividade síncrona, específica. Tomar conta de si mesmo significa agir de modo permanente, ordenado, regular e coordenado ao movimento vital do próprio projeto existencial no ambiente em que vivemos”, destaca a pesquisadora do universo feminino Alice Schuch.
E depois, conforme cita a empresária e consultora de moda Costanza Pascolato, poder viver situações de merecido orgulho profissional ao dizer: “poxa, que legal, tem alguém que me reconhece e sabe o que eu faço!”.
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