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Tenho um aluno com autismo, o que fazer?


*Ana Regina Caminha Braga

Para começarmos a debater o tema, é importante que entendamos o que é o autismo: um distúrbio neurológico que compromete a interação social, a comunicação, seja ela verbal ou não, de um indivíduo. Seus sinais aparecem gradualmente e algumas crianças chegam a alcançar um nível normal de desenvolvimento e depois regridem. E nós, como educadores devemos estar atentos aos sinais emitidos por elas.

Patrícia é professora experiente, leciona na escola “Educare” para uma turma do 3º ano do Ensino Fundamental, e pela primeira vez em todos esses anos de docência, resolveu analisar sua turma percebendo que Gustavo tem apresentado algumas características especificas de um possível Autismo. Como não é especialista no assunto, não consegue ter um diagnóstico certo. O que Patrícia deve fazer nesse caso? Para que possa auxiliar o processo e desenvolvimento de aprendizagem do seu aluno?

Geralmente, quem costuma perceber que a criança apresenta algum tipo de especificidade é a família e depois a escola. Porém, independente disso, precisamos compreender a importância do nosso papel na identificação dessas situações e procurar ajuda com especialistas na área, ou quem possa auxiliar no trato com essa criança, como por exemplo, psicopedagogos, psicólogos, neuropediatras, psicomotricistas, dentre outros.

O autismo, assim como todas as deficiências, dificuldades e síndromes, possui suas características e é válido pontuar algumas, como a indiferença; a interação com seus pares diferenciada, onde só há interação caso um adulto esteja presente para auxiliar na comunicação; a insistência no mesmo assunto; a falta de contato visual durante a comunicação; a convivência com outras crianças é restrita; e a apresentação de resistência a mudanças.

No cerne da prática docente, é preciso explorar as limitações sem modelo, as dramatizações, os desenhos e pinturas, o “faz de conta”, a linguagem, permitindo a exploração do jogo simbólico seja individualmente ou em relação com outras crianças. Afinal, essas práticas são fundamentais para o desenvolvimento cognitivo e para sustentação emocional. É fundamental perceber que para essas crianças o jogo simbólico acontece de outra forma, é preciso incentivar e promover práticas principalmente por meio da imitação, para que essa criança se desenvolva de forma harmoniosa e completa.

No entanto, características do autismo podem variar em grau de intensidade e na forma de sistematizar os comportamentos. O relevante é atender esses alunos, oferecendo-lhes uma condição adequada para sua aprendizagem e que atendam suas necessidades, de acordo com a sua realidade cognitiva, afetiva, familiar e social.

A principal orientação é que independente do caso apresentado pelos alunos em suas especificidades é buscar parceria com a equipe pedagógica na escola, na família para que eles também participem e compreendam a importância de seguir as recomendações e de buscar por outros profissionais para auxiliar no processo de investigação. O grande desafio é possibilitar o acesso e a permanência, com qualidade, dos alunos com necessidades educacionais especiais na escola.

*Ana Regina Caminha Braga (anaregina_braga@hotmail.com) é escritora, psicopedagoga e especialista em educação especial e em gestão escolar.

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