Academia Mineira de Letras lamenta a morte da acadêmica Carmen Schneider
Carmen Schneider - Foto divulgação |
Falecida nesta segunda-feira, dia 12 de julho, a jornalista e escritora Carmen Schneider Guimarães ocupava a cadeira nº 5 da Academia Mineira de Letras, cujo patrono é José Maria Teixeira de Azevedo Junior. Fundada por Amanajós de Araújo, a cadeira 5 também foi ocupada por Zoroastro Passos, Christiano Martins, Francisco Magalhães Gomes e Miguel Augusto Gonçalves de Souza. Sendo a 5º sucessora da cadeira, Carmen Schneider tomou posse na Academia Mineira de Letras em 2010.
Para o presidente da AML, Rogério Faria Tavares, “Carmen Schneider Guimarães foi uma intelectual pioneira, corajosa, que abriu muitos caminhos para as mulheres. Durante décadas, em incansável trabalho na imprensa, divulgou as melhores expressões da nossa Literatura. Seus livros também dão importante testemunho da qualidade de sua produção. Sua partida abre imensa lacuna. Carmen fará muita falta. Além de escritora talentosa, era dona de personalidade afável, cordial, elegante e amiga. A Academia está de luto”.
O velório e o sepultamento de Carmen Schneider Guimarães serão restritos a familiares.
Sobre Carmen Schneider Guimarães
Carmen Schneider Guimarães formou-se como Contadora atuária e em Ciências Contábeis. Também concluiu o Curso de Formação de Professores; o Curso de inglês e o Curso Avançado de Literatura Portuguesa. Foi funcionária do Serviço Jurídico e Contencioso do Estado do Espírito Santo, aprovada em concurso público.
Foi premiada em primeiro lugar, aos quatorze anos, em concurso de poesia da Casa do Estudante Capixaba, quando percebeu sua inclinação para a Literatura.
Em Minas Gerais, dedicou-se ao estudo de grandes artistas, escritores e poetas, e escreveu seus primeiros trabalhos memorialísticos e ficcionais. Lecionou Contabilidade Mercantil e Bancária na Academia de Comércio Sant`Ana, de Itaúna, cidade onde residiu alguns anos; escreveu novelas para a rádio local e enviou contos para concursos da Prefeitura da capital do estado, logrando premiações e incentivos, como a palavra do mestre Moacyr Andrade: “A candidata escreve elegantemente, com desenvoltura e criatividade. Deve continuar”.
Em Belo Horizonte, em 1968, lembrada pelo Presidente do Condomínio Acionário dos Diários Associados, Senador João Calmon, foi convidada pelo Editor Geral do Estado de Minas, Hélio Adami Carvalho, para escrever no Caderno de Turismo, quando integrou também equipe de televisão da TV Alterosa, Canal 2, redigindo e apresentando programas como “Turismo na Passarela”, de Antero de Alencar; transferiu-se, depois de três anos, para a “Segunda Secção” daquele jornal, indicada pelo Presidente Pedro Aguinaldo Fulgêncio, trabalhando com o editor Geraldo Magalhães. Nessa época, fez seu registro na Delegacia Regional do Trabalho, como jornalista-colaboradora.
Atuou como correspondente de “A Tribuna”, de Vitória, levada pelo editor Djalma Juarez; colaborou com o associado “O Jornal”, no Rio de Janeiro, a convite de Marcelo Maranhão, editor do Caderno de Turismo daquele jornal. Assinou seção e integrou o corpo redatorial da revista “Pesca, Campismo, Turismo e Caça”, de Oswaldo Wenceslau; teve trabalhos publicados pela “Revista de Ficção – Histórias para o prazer da Leitura”, da Editora Ficção, no Rio de Janeiro, classificada em concurso de âmbito nacional; emana e pelo Suplemento Literário do “Minas Gerais”, com Murilo Rubião.
Publicou, em 1967, pelas “Edições Coletâneas”, um livro infanto-juvenil: “Lola, a prima de Timbolola”, finalista no Concurso João de Barros.
Escreveu contos e novelas, remetendo-os a concursos, logrando as primeiras colocações, o que a fez reuni-los em um livro, e inscrevê-lo no concurso Peregrino Júnior, de âmbito nacional, da União Brasileira de Escritores. Foi premiada nesse concurso, com o livro “Corpo Molhado”. O livro foi publicado em 1978, pela Editora Comunicação, em convênio com a Universidade de Itaúna; Fábio Lucas, crítico literário, fez publicar em “Revista do Conselho Estadual de Cultura, Capítulos da Ficção Mineira”, estudo sobre o livro, que lhe serviu de Prefácio.
Apresentou e prefaciou diversos livros de autores consagrados; participou de Antologias de poesias, contos e ensaios. Recebeu dezenas de condecorações, incluindo Medalha de Honra da Inconfidência, conferida pelo Governo do Estado de Minas Gerais; Medalha “Santos Dumont”, conferida pelo Governo do Estado de Minas Gerais; Medalha “Castro Alves”, da Livraria e editora São José, pelo seu livro “Corpo Molhado”; Placa de Prata, da Prefeitura de Vila Velha (ES), por serviços de divulgação p/ imprensa; Medalha “Clara Ramos”, da UBE, pela atuação na presidência da AFEMIL (Academia Feminina Mineira de Letras), entregue na Academia Brasileira de Letras; e muitas outras.
Nenhum comentário