Como estão as startups criadas na pandemia
Executivos fazem um balanço de empreendimentos criados em um momento de incerteza
A capacidade das startups de solucionar problemas reais é a característica que permite que esse modelo de negócio sobreviva até mesmo em momentos de extrema incerteza. Inclusive, o segmento se manteve aquecido mesmo com a crise ocasionada pela Covid-19. Uma pesquisa realizada pela aceleradora ACE identificou que o setor teve um aumento de 15% nas vendas durante a pandemia. Neste contexto, os empreendedores também aproveitaram os novos desafios para criarem oportunidades de negócios.
Fundada em maio de 2020 em Maringá, no Paraná, a DevApi nasceu com a missão de impulsionar a performance digital de médias e grandes empresas por meio da solução Application Programming Interface (API). “Com a necessidade de digitalização dos negócios, vimos um bom cenário para se investir no API. A ferramenta é capaz de automatizar diferentes sistemas de uma organização e ao promover essa automatização, o recurso aumenta a produtividade da operação enquanto diminui os custos. A inovação também contribui para a customização dessas atividades, trazendo fluidez entre as diferentes aplicações realizadas pelas empresas”, diz Luana Ribeiro, CEO da DevApi. Atualmente, o empreendimento que foi adquirido pela gigante de Tecnologia, TIVIT, com apenas dez meses de mercado, registrou um crescimento de 23% nas buscas pela startup.
Já a Workally, startup com foco na configuração de novos espaços de trabalho, foi idealizada em setembro de 2020 em um contexto onde os serviços de aluguel e a descentralização dos espaços de trabalho ganharam força. Na prática, a marca aposta no serviço de assinatura de mobiliário ergonômico adaptável. “A proposta é que os usuários montem os escritórios de manhã e os guardem à noite, no final do expediente. Os modelos são os primeiros a serem desenhados dessa forma, especificamente para o home-office, a fim de serem inseridos no espaço útil de cada casa. De maneira compacta, ergonômica e facilmente desmontável, os itens podem ser manuseados em menos de três minutos, sem a necessidade de utilizar ferramentas”, explica Jean-François Imparato, CEO da Workally. A pretensão do empreendimento é comercializar 10.000 unidades até dezembro.
A dolareasy®, marca registrada da fintech Atlantis Pagamentos Eletrônicos, iniciou a sua operação em setembro de 2020. A fintech foi criada para facilitar o acesso do brasileiro às finanças globais e ao mundo offshore. As remessas entre pessoas físicas têm valor máximo de US$ 3 mil por operação, até US$ 20 mil por ano. "Identifiquei que empresas, principalmente PMEs, também enfrentam dificuldades na hora de transferir dinheiro para o exterior: pagam impostos que somados chegam a quase 40%, além das taxas. E ainda, há um público de pessoas físicas, que também encontram dificuldades para as remessas", comenta Milton Machado, CEO da dolareasy. Por isso, a ideia é desburocratizar e desmistificar as transações para outros países. A dolareasy já transacionou mais de R$ 1 milhão, e, ao longo de 2021, a expectativa é chegar a um volume total de R$ 50 milhões.
A CargOn, logtech que atua como operador logístico digital no gerenciamento do transporte de indústrias e transportadoras, foi lançada em março de 2020. Há pouco mais de um ano no mercado, a startup possui 50 mil motoristas de caminhões cadastrados na plataforma, registra o transporte de 200 mil cargas e a movimentação de R$ 800 milhões em fretes. Nesse período, recebeu três rodadas de investimento, tem um post-money valuation avaliado em R$ 17,5 milhões e faz planos de receber uma Série A ainda este ano. “A Covid-19 trouxe inúmeros problemas para o mundo. Ao mesmo tempo, o caos gerado pela crise permitiu um largo avanço da tecnologia, base do nosso negócio. O fato de atuarmos com logística também foi positivo, pois o segmento não parou na pandemia, resultando em nossa grande ascensão”, diz Denny Mews, CEO da CargOn.
A Bankme, fintech que cria e opera mini bancos para empresas, iniciou as operações em setembro do ano passado e, desde então, contribui para a democratização do acesso ao crédito. Desta forma, por meio da fintech, médios e grandes empreendimentos tornam-se independentes de instituições financeiras e passam a disponibilizar aos clientes os serviços de antecipação de recebíveis, realização de empréstimos e financiamentos. "Para isso, o time de especialistas da fintech cuida da abertura, operações e prospecção da carteira de fornecedores, disponibilizando à empresa uma plataforma digital para acompanhamento dos resultados", explica Thiago Eik, CEO da Bankme. Vale lembrar que o modelo de negócio conta com juros mais baixos, menos burocracia e com uma taxa de rentabilidade considerável, que gira em torno de 1,2% e 2,2% ao mês, dependendo do valor aplicado.
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