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Como trabalhar a comunicação organizacional na sua empresa na era do ESG?

Empresas buscam inovar em suas estratégias para aplicar as políticas de ESG; o cenário da pandemia contribuiu com o avanço do conceito no mercado brasileiro

Com a preocupação voltada para o impacto social e ambiental, as empresas buscam se adaptar a uma das principais tendências de governança no mundo em 2021, a Environmental, Social and Governance (ESG). Apesar de ainda ter uma movimentação tímida no Brasil, o critério que guia os investimentos com foco em sustentabilidade social e ambiental já começa a marcar presença na rotina corporativa. A implantação dessa agenda é reflexo da adoção do tema pelo mercado, que movimenta mais 300 startups especializadas na estruturação de ESG. Para auxiliar na prática dessa política e ter bons resultados, é necessário trabalhar formas de comunicação com diversos públicos e stakeholders. 
Dados do estudo "O que esperar da Comunicação Organizacional no Brasil”, recém publicado pela Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje), mostram que 39% das empresas usam como estratégia de comunicação suas mídias corporativas com conteúdo original para impactar colaboradores e parceiros. Segundo a pesquisa, 46% das empresas prezam por estabelecer novas diretrizes e gestão da Comunicação Organizacional, como questões estratégicas e interação com novas audiências. Dessa forma, a definição destas práticas passam por análises das necessidades e do impacto que ações podem desenvolver. 
Para o investimento em governança, é necessário ir muito além da organização e da definição das políticas de gestão, principalmente para alinhar os processos entre colaboradores e consumidores. Segundo Rodolfo Gomes, cofundador e CSO da PPT GOstartup de tecnologia com foco em apresentações de alto impacto e vídeos interativos, os processos de comunicação passaram por grandes mudanças na pandemia, buscando principalmente a humanização dentro da cultura organizacional. "Para lidar com essa transformação, é necessário mecanismos para impactar positivamente os colaboradores e, assim, colher bons resultados das ações. Dessa forma, uma das apostas são os vídeos interativos que entram na rotina das empresas para aproximar ainda mais essa relação na comunicação interna”, afirma Gomes.
A fim de fomentar o empreendedorismo, o SCALEXOPEN, fundo de investimento venture capital para startups em estágio seed e pré-seed, tem como objetivo trabalhar de forma colaborativa o portfólio de startups que estão sendo investidas. Visando um ecossistema de empresas que se complementam, o Fundo quer promover o crescimento em conjunto, além de buscar, constantemente, a criação de valor com as melhores práticas de governança corporativa, foco na geração de conexões e criação de novos modelos de negócios escaláveis e exponenciais. "Além do dinheiro, propriamente dito, a ideia é que possamos agregar smart money aos novos negócios, ou seja, adicionar valor às empresas no que diz respeito ao mercado, implementação de máquina de vendas, marketing digital, entre outros assuntos", diz  João Alfredo Andrade Pimentel, investidor fundador do SCALEXOPEN.
Para o investimento em políticas sociais que possam ajudar no desenvolvimento da comunidade, o Magis5, Hub de Integração e Automação para vender em marketplaces, apostou no incentivo ao empreendedorismo feminino. Em parceria com o Instituto Dona De Si, que tem como proposta acelerar talentos femininos, de microempreendedoras até altos cargos de liderança, a empresa patrocinou a entrada de 10 mulheres, mães e empreendedoras, no curso Jornada Transformadora Dona De Si. “Para nós faz muito sentido ser um caminho para auxiliar mulheres que desejam empreender, além de se tornarem donas do seu próprio negócio e tempo. É uma alegria imensa poder patrocinar e ajudar essas mulheres empreendedoras”, completa Cláudio Dias, COO da startup.
Já a única mulher negra a ocupar o cargo de CEO de uma multinacional no Brasil, Rachel Maia, eleita uma das 40 mais poderosas do Brasil, e com uma bagagem de 30 anos atuando no mercado corporativo, encarou o desafio de ajudar a entender as necessidades e obstáculos que uma empresa enfrenta na caminhada pela diversidade e inclusão. Em abril de 2018, a executiva fundou a RM Consulting, especializada em palestras e consultoria em mercado de luxo, experiência do consumidor, expansão e liderança, empoderamento pessoal, terceiro setor, diversidade e inclusão. “A RM Consulting chega em um momento de virada não só para o Brasil na questão de diversidade e inclusão, mas para o mundo, para a sociedade. Queremos que as empresas deem o direito de as pessoas negras, que são a maioria no Brasil, serem inseridas no mundo corporativo tal como os brancos; mostrar como podem ser inclusivas”, pontua Maia.
E seguindo a pauta social e a preocupação em incluir mais negros na alta gestão, Lisiane Lemos, especialista em Tecnologia, junto a outras oito mulheres, criou o Conselheira 101, uma iniciativa sem fins lucrativos de incentivo à presença de mulheres negras em conselhos de administração. O projeto conta com o apoio da KPMG e da WCD (Women Corporate Directors) Foundation e tem como objetivo ampliar o conhecimento de executivas em relação aos desafios da jornada de uma conselheira de administração. “Desenvolvemos um programa de mentoria que selecionou 20 mulheres negras C-level, que só precisavam de um empurrãozinho para se prepararem para um cargo no conselho”, conta.
Também, é necessário compreender o ecossistema de redução de impacto ambiental para ações efetivas. No caso da Feira Preta, o festival promovido anualmente há quase 20 anos, já estabeleceu parcerias com vários atores desse ecossistema, desde catadores a cooperativas. O conceito de sustentabilidade precisa ser sistêmico, seu desenvolvimento e a sua promoção precisam atuar com os três pilares simultaneamente e não sequencialmente. A sustentabilidade está pautada em três tripés: ambiental, econômico e social, portanto, as ações devem ser conjuntas. “A ação que mais me orgulho aconteceu em 2015, por iniciativa da Mafoane Odara, coordenadora na época, que sugeriu convidar a equipe de limpeza em sua maioria mulheres negras, diga-se de passagem não por acaso, para uma conversa de afeto e também as maquiamos para se sentirem belas, altivas e perceptíveis no evento, como parte daquele contexto. Porque estamos acostumados a não enxergar quem recolhe e limpa o nosso lixo nos festivais”, comenta Adriana Barbosa, fundadora da Feira Preta.

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