Comportamento é fator decisivo em 91% das demissões
Especialistas listam habilidades determinantes para a colocação no mercado de trabalho
Habilidades
comportamentais, como comunicação assertiva, resiliência e capacidade de
trabalhar em equipe e lidar com a diversidade, são hoje o fator determinante em
91% das demissões e a maior dificuldade para o preenchimento de vagas. Essas
são algumas das conclusões do estudo Habilidades 360º: América Latina 2020,
feito pela Michael Page.
“Empresas são feitas de capital humano e a inteligência emocional é tão
importante quanto as habilidades técnicas para garantir a produtividade de uma
equipe”, afirma o psicólogo
especializado em Gestão de Pessoas, Alexandre Garrett.
Segundo o levantamento,
61% dos empresários da América Latina afirmam que a principal razão pela qual
uma vaga é difícil de preencher é porque os candidatos não possuem as
competências comportamentais necessárias para assumir a posição. “Isso acontece porque há algum tempo os
processos de recrutamento valorizaram a robustez curricular baseada no
conhecimento técnico, as chamadas hard skills. Em reação, as universidades
passaram a dedicar a maior parte da carga horária à exposição do aluno nesses
temas. Isso gerou uma lacuna no desenvolvimento tanto da inteligência emocional
quanto na assimilação das soft skills”, afirma Yury Veris, consultor na startup
WalkSkills.
O psicólogo explica que
mudar o comportamento das pessoas é tarefa difícil e requer a desconstrução de
pré-conceitos, valores e hábitos. “Todo
processo de mudança é complicado porque envolve, basicamente, mudar um conjunto
de crenças e valores construídos ao longo de décadas. Para dar certo, é preciso
definir claramente seus objetivos e persistir. A chave para a mudança é a
educação”, conta.
As companhias têm papel decisivo nesse processo, por meio da formação dos seus quadros. A pesquisa feita pela Michael Page mostrou que 52% das empresas estão investindo constantemente em treinamentos focados no desenvolvimento de habilidades comportamentais. “Quando as companhias estão empenhadas em desenvolver essas habilidades, as mudanças acontecem de forma mais fácil e eficaz”, completa Garrett.
Organização e equilíbrio emocional são algumas
das características
que os recrutadores buscam
nos candidatos
Organização, bom
gerenciamento do tempo, liderança, autoestima, empatia, ética, integridade e
equilíbrio emocional são características fundamentais que os recrutadores
buscam em um candidato. O problema, diz o consultor Yuri Veris, é que muitas
metodologias para a construção dessas qualidades focam apenas no
desenvolvimento profissional. “O
reflexo disso é que os profissionais, em seu dia a dia, se comportam
corretamente, mas, quando expostos, atuam da forma errada por não terem
robustez nas habilidades comportamentais. Assim, a primeira ação é assegurar
que toda iniciativa tenha como objetivo alcançar o âmago da pessoa e não seu
papel enquanto profissional”, completa.
Exemplo
Tanto
Veris quanto Garrett concordam que o exemplo para essa mudança tem que vir das
empresas. “A cultura da
empresa deve acompanhar essas mudanças. A maioria dos profissionais que age de
maneira desmedida ou que imprime comportamentos inadequados acredita que está
agindo segundo a cultura da empresa. A valorização das habilidades
comportamentais também tem profunda importância para que as pessoas resgatem ou
obtenham esse engajamento que resulta em mudanças”, afirma
Veris.
Garrett conta que para
que essa mudança seja efetiva, as empresas devem reconhecer e valorizar as
habilidades comportamentais. “Uma
companhia que valoriza a diversidade, a ética, inovação e que contribui para a
melhoria da autoestima de seus colaboradores, por meio de um ambiente de
trabalho saudável, consegue formar bons profissionais”,
afirma.
Dicas
Para mais dicas habilidades comportamentais, vagas de trabalho e conteúdo sobre
Recursos Humanos, acesse o site portaldogarrett.com.br.
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