Jordana Busse: um caso de sucesso
Empreender na pandemia é possível
Jordana
Busse é natural de Divinópolis, Minas Gerais, vive em São Paulo, casada e tem
duas filhas. Abriu seu restaurante no centro histórico em Santana de Parnaíba.
Jordana foi bailarina por 20 anos e interrompeu sua carreira de dançarina após
complicações de saúde que surgiram na gravidez, mas isso para ela não foi um
problema, foi uma oportunidade, pois além de uma de suas grande alegrias, sua
filha ter nascido e estar esbanjando saúde, a mineirinha trocou os pés pelas
mãos, arregaçou as mangas e literalmente colocou as mãos na massa.
Ela passou a se preparar em cursos diversos da área gastronômica, eis que chamou a atenção pelo seu talento e então participou do Masterchef Brasil exibido pela Band. Não parou por aí e também participou do Mestres da Sabotagem exibido pela SBT e Discovery Chanel, levando o segundo lugar.
Nesse meio tempo, em plena pandemia, respeitando os protocolos de segurança e superando as dificuldades do cenário mundial, abriu o restaurante Tartaruga Mineira, restaurante com iguarias regionais mineiras mas em São Paulo. Busse ainda arranja tempo para manter suas redes sociais ativas com receitas e dicas sobre culinária que podem ser vistas em https://www.instagram.com/jordanabussechef/ @tartarugamineiragastronomia
A chef Jordana Busse conta um pouco sobre sua jornada.
Ser empreendedor no Brasil já é difícil, como conseguiu ser empreendedora e em meio a pandemia?
Tive tanta fé e força de vontade que consegui romper as barreiras para conquistar um sonho, quando quer, quer, não há obstáculos, você arregaça as mangas e corre atrás.
Meu marido me ajudou muito, não mediu esforços, ele abraça todos os meus sonhos e juntos nos esforçamos o máximo para abrir o restaurante para mim e darmos conta juntos de duas filhas pequenas e rotina com a escola, dois cachorros, um papagaio e um gato. Com a ajuda do Pedro que mantêm a sua profissão de médico, tenho respaldo e suporte para correr atrás dos meus projetos, conseguimos dar conta da rotina de casa e trabalho dia e noite.
Como é a receptividade dos paulistanos com a comida mineira? Você teve que fazer alguma adaptação nos pratos para agradar o público de SP?
No início tive medo se conseguiria agradar ao paladar dos clientes, recebi críticas que diziam que a comida mineira não iria agradar aos paulistas e paulistanos. Eu só pensava que em São Paulo tem um monte de restaurante mineiro, mas não têm um chef mineiro, então não dei ouvido as críticas, invoquei minhas origens mineiras e acreditei em mim, pus fé. Monto os pratos de maneira elegante, aposto na apresentação para os clientes comerem com os olhos além de cativar pelo sabor. Mesmo respeitando as origens, dei meu toque e transformei pratos simples em pratos nobres, isso o pessoal gosta bastante.
Eu montei uma lasanha que tem 100% de aceitação, faz sucesso por aqui, cuja a massa quem ajudou a montar a receita foi minha filha Maria Cecília de 6 anos. Tem muita saída em Alphaville. É um prato que lembra muito a cozinha italiana, não tem raiz mineira, mas sirvo no Tartaruga Mineira.
O meu pernil marinado na cerveja com molho de laranja tem muita saída. As pessoas vão a loucura! E sempre capricho na apresentação.
Então a princípio tive um pouco de dificuldade, mas com o meu tempero que dá um saborzinho diferente fui conquistando cada cliente com a minha própria gastronomia com raízes mineiras e italianas. Agora estou recebendo clientes da cidade de São Paulo, Campinas, Ribeirão Preto, Osasco e região.
Você é associada ao FIC Brasile (Federação Italiana de Cozinheiros), de comida italiana. Então tem planos para abrir novo restaurante focado na gastronomia italiana ou internacional?
No meu restaurante já mesclo um pouco de algumas raízes regionais e internacionais, além da gastronomia mineira e italiana. Tenho planos para abrir mais Tartarugas Mineiras pelo Brasil a fora e também abrir um restaurante italiano inovador para o Brasil, em São Paulo.
Você levou algo que aprendeu no Masterchef e Mestres da Sabotagem para o Tartaruga Mineira?
Sim! Além da concentração e ter foco, aprendi ser muito ágil, entregar os pratos com perfeição dentro do prazo esperado para cada cliente. O nome do meu restaurante é um paradoxo porque a “Tartaruga” aqui é super ligeira e italianada (risos).
O Jacquin (Érick Jacquin, jurado do Masterchef Brasil) falava para mim que o meu “tomporo” (tempero com sotaque francês) é maravilhoso, gostou muito e disse “você é uma ótima cozinheira“! Isso ficou marcado na minha memória, foi o que eu me lembrava e me fez aguentar as críticas iniciais para abrir o meu próprio negócio. O Jacquin deu o empurrão que eu precisava pra eu perceber que eu não era a vergonha da profissão. Espero que ele venha me visitar e comer no meu restaurante.
Outra memória que me enche os olhos de água foi quando apresentei minhas bruschettas para o chef Giuseppe, ele elogiou muito o prato, disse que se lembrou da infância dele, lembrou do país dele, das cores do país, do cheiro, do sabor, ele disse que estava tudo perfeito, tanto é que estou no artigo Mestres da Sabotagem da Wikipédia por causa dos dois melhores pratos do programa, ambos eu que fiz, a bruschetta e também o nhoque.
O que você diria pra quem está começando na área de gastronomia?
Vão em frente! O caminho é árduo, mas gratificante! É diferente você somente participar de um programa de TV e tocar seu próprio negócio. Na prática é outra história. Tudo depende do seu esforço, pois aqui fora o nosso júri são nossos clientes. Os clientes são o maior e melhor palpite para nosso crescimento do dia a dia!
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