SKILLING: S&P 500 atinge nova máxima, Petróleo segue tendência de alta, volatilidade do USD contra Real deve continuar com tensão política
*Por José Giraz, analista de mercado financeiro e diretor da Skilling para LATAM
A semana passada terminou com o S&P 500 atingindo novos máximos, graças à
melhor aversão ao risco no mercado de ações. A razão pela qual os índices
encerram a sessão no verde parece ser a menor preocupação com uma desaceleração
econômica global.
Atualmente, o mercado se move com base
em volatilidade e níveis adequados de acordo com compradores e vendedores.
Para esta semana, o Índice de Preços ao
Consumidor (IPC), pedidos de seguro-desemprego e vendas no varejo para junho
nos Estados Unidos serão anunciados, enquanto na China o PIB anualizado para o
segundo trimestre será divulgado. Na Austrália, será divulgada a decisão sobre
as taxas de juros, que devem permanecer em 0,25%.
Petróleo: O ouro negro fechou o último dia da
semana em alta, sendo a segunda sessão consecutiva com esta tendência, após ter
sido anunciado que os estoques semanais de petróleo dos EUA sofreram uma
redução maior do que o esperado pelos operadores. No entanto, em termos de
desempenho semanal, a commodity enfraqueceu por causa da divisão entre os
membros do poderoso cartel do petróleo, a OPEP. Até o momento, os Emirados
Árabes Unidos e os demais integrantes do grupo não chegaram a um acordo entre
manter a produção atual (com corte de 2 milhões de barris por dia) ou aumentar
a extração aproveitando os valores atuais. Para esta semana, a perspectiva é de
que o petróleo continue se consolidando acima do suporte localizado em US$70.
No caso do Brent, as altas estão em US$75,62 e US$77,48 dólares o barril,
enquanto no Oeste do Texas, a resistência está em US$74,45.
Ouro: O metal precioso registra sua melhor
semana em mais de um mês, por causa dos temores renovados sobre a variante
Delta que está atingindo vários países do mundo. O ouro, que é considerado um
valor de refúgio seguro, viu sua demanda aumentar por investidores ansiosos para
reduzir sua exposição ao risco. Por sua vez, estima-se no mercado que o Federal
Reserve (FED) dos Estados Unidos aguarda o pleno emprego antes de tomar
quaisquer medidas que permitam mudanças em sua política monetária. Isso ainda
pode deixar espaço para que a inflação continue subindo. No aspecto técnico, o
metal tem o caminho livre para ir em busca de US$1.818 dólares por onça, máximo
do mês.
Peso mexicano: o peso encerrou a semana em baixa em
relação ao dólar (0,5%) fechando a $19,87. Durante a semana, a moeda local
desvalorizou 10 pesos. O principal gatilho para a desvalorização do peso tem
sido a volatilidade do petróleo e os temores de uma nova onda de contágio da
Covid-19 depois que se soube que foram mais de 9.000 casos em 24 horas. Para
esta semana, a perspectiva é de que o dólar continue pressionando o peso, não
descartando que a semana termine com nova correção próxima à semana anterior.
Peso colombiano: assim como outras moedas emergentes, o
peso encerrou a semana enfraquecendo em relação ao dólar. Na última
sexta-feira, a moeda local fechou a US$3.830 pesos por dólar, cerca de 2,7%
acima do TRM. Para esta semana, se o petróleo enfraquecer por causa das
diferenças entre os membros da OPEP e o dólar continuar a se fortalecer,
estima-se que o peso não terá trégua em relação ao dólar. A perspectiva para os
próximos dias parece ser de baixa para o peso, atingindo o piso de US$3.700.
USD/BRL definido para um movimento potencial de
alta para a zona de resistência de 5,3746/5,4399. Esta semana começa seguida
pelo feriado de sexta-feira, já que o mercado do dólar não abriu e com a
incerteza da variante delta do COVID-19 e o crescimento econômico sob risco
leva os investidores a portos seguros como o dólar e o ouro. O aumento dos
custos de energia de 1,95% só no mês de junho puxou uma inflação já elevada
levando-a para 8,35% em um ano. A volatilidade do dólar deve ser mantida à
medida que a tensão política continua e o mercado internacional evita ativos de
risco, enquanto a expectativa de crescimento global é projetada como mais amena
no segundo semestre.
Negociar produtos financeiros com margem
acarreta um alto grau de risco e não é adequado para todos os investidores.
Certifique-se de compreender totalmente os riscos e de tomar os devidos
cuidados para gerenciá-los.
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