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TERCEIRA ETAPA DO “OCUPA/IA”, PROJETO DO “IA - INSTITUTO DE ARTE CONTEMPORÂNEA DE OURO PRETO” OCORRE DE 02 A 20/08

OS NOVOS ARTISTAS A OCUPAR OS CANAIS VIRTUAIS DA INSTITUIÇÃO SÃO DOUGLAS APARECIDO, BELIZE NEVES E LUCAS SOARES


A terceira e última etapa do programa de mostras virtuais Ocupa/ia, um projeto do ia - Instituto de Arte Contemporânea de Ouro Preto, entre em cena. A partir de 2 de agosto, os próximos três artistas, que participaram do Programa de Residência IAI, vão ocupar as redes sociais (Facebook e Instagram) do Instituto e mostrar seus processos de criação, pesquisa e suas obras de arte.

De 2 a 6 de agosto quem se apresenta é Belize Neves. A artista visual e tecelã experimental mostra em sua ocupação virtual que envolve múltiplas expressões. “Teço uma pesquisa com objetos, vestes e aparatos relacionais, meditativos e ritualísticos para experimentação performática do corpo”, explica.

Na semana seguinte, de 9 a 13 de agosto, quem toma conta das redes é o artista Lucas Soares. O artista trabalha com a ideia de monumento enquanto dispositivo e com o uso propositivo de procedimentos operacionais calcados na construção e horizontalidade. “Esse olhar permite criar e observar narrativas a partir de materialização e/ou ativação de encontros e experiências pautadas no cotidiano, nos processos históricos em contato com a pele negra e em busca de possíveis formas e modos de vida”, revela.

Para finalizar a programação, Douglas Aparecido apresenta sua arte entre 16 e 20 de agosto. Sua pesquisa traz a linguagem chamada de barroco afrofuturista. Trata-se de Intersecção entre passado, presente e futuro numa linguagem delirante. “Ao despirmos o barroco mineiro de seu caráter religioso, podemos identificar, dentre seus excessos e volutas, aspectos de uma tecnologia mágica. O propósito é possibilitar uma reconexão com esta linguagem, fruto de uma criatividade única, que só poderia florescer, em meio a um ambiente de muita força enérgica – como uma grande mina de ouro, por exemplo”, explica.

Sobre o Ocupa/ia

Em resposta aos desafios decorrentes do COVID-19 e seus efeitos no setor cultural, o ia - Instituto de Arte Contemporânea de Ouro Preto dá início ao Ocupa/ia, com mostras digitais de artes visuais.

Colocando em debate a efetividade dos meios digitais e a problemática de acessibilidade e temporalidade, o Ocupa/ia explora novas formas de habitar o virtual, incentivando a exposição de trabalhos a partir dessa perspectiva. “Pensamos essa iniciativa para dar apoio à comunidade artística, com o objetivo de amenizar os efeitos econômicos e sociais deste momento de pandemia. Nesse sentido, o IA dá continuidade à sua missão, abraçando a diversidade social, econômica, de gêneros e vivências”, explica a presidente Bel Gurgel.

O programa tem como objetivo questionar a forma que as redes sociais podem colaborar com mostras e criar outras maneiras de produzir e estar no mundo, evidenciar territórios invisíveis e fazer circular arte.

O Ocupa/ia adota a ideia de tornar as redes digitais das instituições artísticas como meio de reaproximação do ambiente físico. A ampliação do conceito de espaço é a “cocriação” das redes sociais, o espaço público expandido. É a forma de descentralizar e romper com uma circulação da arte focada apenas no eixo Rio-São Paulo. Cocriar é provocar a existência, continuar construindo sobre a ideia do outro e vice-versa, sem as travas do passado.

“Atualmente pretendemos formar um acervo digital, não físico. O ‘contemporâneo’ é o clique, o efêmero e nossas propostas vêm de encontro a esse pensamento. O Ocupa/ia visa ampliar os horizontes do espaço digital por meio da arte neste momento pandêmico tendo a rede social como alicerce. E, num futuro breve, a ocupação tende a ser, paralelamente à digital, também urbana nas cidades de Ouro Preto, Mariana e região, sugerindo uma revisitação às cidades do passado, um novo ciclo”, completa Bel Gurgel.

Ao longo do projeto os artistas, selecionados via convocatória, se apresentam, falam de seu processo criativo, mostram a obra em si e contam sobre sua visão de arte dentro da pandemia.



Sobre os artistas:

Belize Neves

Belize é artista visual e tecelã experimental. Mestre em Gestão Cultural pelo Instituto Politécnico de Leiria, Portugal. Bacharel em filosofia pela Universidade Federal de Ouro Preto, tendo o foco de seus estudos o filósofo contemporâneo Foucault. Desde a conclusão do curso, em 2017, caminha de modo independente nos estudos, atualmente debruça suas leituras na antropologia de Viveiros de Castro, na obra de Ângela Davis e nos estudos de Sidarta Ribeiro. Em sua caminhada passou por diferentes experiências, fez cursos de entalho e policromia no barroco mineiro, design gráfico, desenho, cerâmica; foi figurante de série de TV e assistente de artista em decoração para festas na capital da Irlanda.



Lucas Soares

Lucas Soares (Miracema, RJ -1996) vive e trabalha em Juiz de Fora. Graduado no Bacharelado Interdisciplinar em Artes e Design e no Bacharelado em Artes Visuais, ambos pela Universidade Federal de Juiz de Fora/UFJF. Mestrando em Artes, Cultura e Linguagens (UFJF), com pesquisa paralela à própria produção artística desenvolvida na linha de pesquisa Estudos Interartes e Música.



Douglas Aparecido

Douglas Aparecido é Poeta, Artista Plástico, Pensador-ativista afrocentrado, além de gestor e produtor cultural. Estudioso da história de Vila Rica de Ouro Preto no séc. XVIII, com foco, nas tecnologias e ciências africanas aplicadas para a mineração de ouro.



Sobre ia - Instituto de Arte Contemporânea de Ouro Preto

O ia - Instituto de Arte Contemporânea de Ouro Preto tem por sua natureza fomentar o encontro e intercâmbio entre a população de Ouro Preto, artistas e artesãos locais e agentes do campo da arte de outras regiões. O embate entre tradição (representada pelo esplendor barroco da cidade patrimônio cultural da humanidade) e a contemporaneidade (com foco no caráter efêmero da arte contemporânea) constitui a essência do IA, a partir de quatro pilares principais: a troca entre diferentes atores sociais, o diálogo entre linguagens artísticas distintas e entre o passado, o presente e o futuro, a desconstrução do status quo que subjuga a arte ao mercado e a tendências regidas pelo mercado e a decolonização, como forma de se criar e produzir arte contemporânea, a partir da reverência, reconhecimento e legitimação de epistemis e práticas culturais, sociais e políticas da América Latina e do Brasil, especificamente.



SERVIÇO:

Ocupa/ia
De 02/08 a 06/08 – Belize Neves

De 09/08 a 13/08 – Lucas Soares

De 16/08 a 20/08 - Douglas Aparecido

https://ia.art.br/

https://www.instagram.com/iaouropreto/

https://www.facebook.com/iaouropreto


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