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Uso de dados na gestão de saúde: otimização que salva vidas

Eduardo Ceccon*

Quando pensamos na rotina hospitalar, a quantidade de informações que são trocadas entre paciente e admistração, administração e equipe médica, equipe médica e paciente, e equipe médica entre si cresce a cada instante. São centenas de  eventos de gestão acontecendo ao mesmo tempo, um volume de dados assustador que precisa ser registrado e analisado com muita agilidade para que a complexa gestão hospitalar ocorra com o mínimo de falhas possível.

Como em toda empresa, o tratamento e a análise dos dados nos hospitais são necessários para realizar o planejamento de ações, alinhar processos, bem como para definir as prioridades de investimentos em busca do melhor atendimento.  Sem informações precisas, confiáveis, estruturadas e ágeis, qualquer tipo de administração pode ser prejudicada. Na gestão de instituições de saúde isso se maximiza, pois a agilidade em tarefas processuais pode implicar no ganho de tempo para salvar vidas. 

Muitas vezes, nesses ambientes, o garimpo de dados ainda ocorre manualmente, onerando a equipe. No momento atual da pandemia, a sobrecarga dos colaboradores ficou ainda maior. Agora, imagine se grande parte dos processos pudesse ser otimizada em tempo real por meio de um centro de comando, baseado na união de alta tecnologia e excelente capital humano para supervisionar as operações e trazer insights para melhorar a performance? 

Sem dúvida, o ganho em eficiência e assertividade seria expressivo e, felizmente, essa suposição já é realidade. A tecnologia evoluiu o suficiente para criar sistemas que são capazes de agregar expertise nas mineração de dados, transformando as informações em conhecimento, sem desvincular as ações assistencialistas aos pacientes. Esse avanço reforça a ideia de que inovação pode ser transformadora.

Hoje, em verdadeiros centros de comando de gestão em saúde, as instituições conseguem reunir soluções que utilizam tecnologia baseada em algoritmos e inteligência artificial para se comunicar com os sistemas de ERP (Enterprise Resource Planning, ou Planejamento de Recursos Empresariais) dos hospitais. Integrada a uma equipe de especialistas, essa central de informações promove o contato permanente com salas de controle para ajudar na tomada de decisões mais embasadas e com mais agilidade durante o atendimento aos pacientes.

Utilizando os recursos de diferentes áreas, diversos padrões são estabelecidos, com dados que vão desde de exames de imagem até o funcionamento de aparelhos e monitoramento de UTIs. A análise dos dados é feita em tempo real e o sistema emite alertas caso o setor apresente algum problema ou necessite de um auxílio. Assim, diferentemente de outros indicadores, que traçam previsões com base no histórico de acontecimentos, o centro de comando traz uma análise em tempo real, com um olhar preditivo para futuros próximos, uma visão do que pode acontecer nas próximas horas.

Além disso, para que os insights gerados nesses ambientes sejam bem estruturados, o fator humano é indispensável: um conjunto de especialistas em diversas áreas de saúde consegue trazer uma melhor visão das situações e elaborar as melhores soluções para cada evento. A união da expertise de médicos, enfermeiros, administradores, farmacêuticos, bioquímicos e especialistas em faturamento, controladoria e processos de gestão avalia comportamentos e a necessidade de suporte a ações imediatas, buscando um melhor aproveitamento dos setores.

Ou seja, mesmo com os avanços tecnológicos, o lado robótico não é uma supremacia quando falamos de atendimento a vidas. É a tecnologia unida à capacidade humana que traz o verdadeiro valor para a otimização de processos. Deste modo, é possível evitar pedidos e encaminhamentos desnecessários e, portanto, realizar uma conduta mais adequada à necessidade dos pacientes.  Com a evolução dos recursos, o resultado é o direcionamento do cuidado para a prevenção e a facilitação do acesso à saúde, fazendo com que, a cada dia, o atendimento alcance mais pessoas.

*Eduardo Ceccon é gerente de projetos da MV.

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