6 mudanças que chegam com o retorno das viagens a trabalho
Especialistas avaliam transformações causadas
pela pandemia e contam como companhias aéreas, rede hoteleira e agências estão
se planejando para a volta das viagens nacionais
Com a melhora dos indicadores da
Covid-19 e o avanço da vacinação, os brasileiros têm sentido mais conforto para
viajar no curto prazo. A VOLL (www.govoll.com), plataforma de viagens e
mobilidade corporativa, observou
aumento de 40% no número de reservas de hotéis e de 20% na compra de passagens
aéreas pelo seu aplicativo no primeiro semestre deste ano em
comparação com o fechamento do semestre anterior. Interessante observar que as
vendas de passagens rodoviárias aumentaram em 90%, sendo junho o mês de maior
número de transações.
O ambiente
é mais favorável a partir de setembro e outubro, quando a maioria dos viajantes
deverá estar imunizada com a segunda dose, disse Ana Paula
Zuppi, Gerente Corporativa Empresas e Governo da Gol, durante live sobre o
futuro das viagens corporativas. Também participaram: Leonardo Costa, Customer
Relationship Manager da VOLL; Guilherme Chernicharo, Area Director da WeWork; e
Anderson Wolff, Gerente Corporativo TMC da Gol.
Uma pesquisa realizada pela Global
Business Travel Association (GBTA), maior associação profissional de viagens do
mundo, concluiu que em maio deste ano
74% dos entrevistados já sentiram que seus funcionários estão
"dispostos" ou "muito dispostos" a viajar no ambiente atual,
um aumento de 11 pontos percentuais em relação aos resultados da pesquisa feita
em março de 2021. Além disso, 31% responderam que sua companhia está
trabalhando ativamente em um plano de retomada de viagens.
O estudo ainda prevê que, ao final deste
ano, os gastos com viagens
a trabalho terão um aumento de 21% em razão do processo de
retomada da confiança do viajante corporativo. Em 2022, as expectativas são
ainda maiores para a volta das reuniões presenciais e aquecimento das viagens
internacionais.
O cenário
ainda requer cuidados e adequações, mas agências de viagens,
companhias aéreas e redes de hospedagem estão otimistas e começam a preparar o
terreno para receber a nova demanda. Mas, afinal, o que muda e o que permanece
na retomada das viagens corporativas?
O que muda com o retorno das viagens a
trabalho?
1 - Saúde em primeiro lugar
As despesas com viagens estão entre os
maiores custos de uma empresa. Portanto, no período pré-pandemia, o foco estava
na diminuição de gastos. Agora, as companhias valorizam fornecedores que seguem
protocolos sanitários com seriedade.
Um relatório
publicado recentemente pela Deloitte revelou que os líderes de negócios mudaram
as prioridades e adotaram formas radicalmente novas de operar em consequência
da Covid-19. Em consonância com essa tendência, uma sondagem da Abracorp
(Associação Brasileira de Agências de Viagens) mostrou que política de saúde e higiene terá
relevância decisiva na escolha dos serviços de viagens para
mais de 50% das empresas respondentes.
Os viajantes corporativos querem voltar
mas, claro, com a segurança que virá a partir da imunização e dos protocolos de
saúde. Segundo Anderson Wolff, a Gol adotou medidas avançadas de sanitização
das aeronaves: como desinfetante de grau hospitalar, selo de qualidade do
Hospital Albert Einstein e o filtro HEPA, que promove troca total do ar nas
cabines, entre outras medidas.
2 - Nômades digitais inspirando
liberdade e flexibilidade
A flexibilidade está em alta, seja no
trabalho remoto ou híbrido. As
empresas viram que o trabalho remoto funciona e a cultura do anywhere office
(escritório em qualquer lugar) ganha força. Chernicharo citou
como exemplo a WeWork — que oferece a possibilidade de uma pessoa trabalhar em
qualquer unidade do coworking, até mesmo em outros países — e o Programa Nômades Digitais, lançado
em julho pela Prefeitura do Rio de Janeiro. O projeto tem como objetivo tornar
a cidade um destino para profissionais do mundo inteiro que queiram unir trabalho
remoto e turismo.
3 - Transformação digital acelerada
A presença de tecnologia no agenciamento
de viagens já era tendência e foi acelerada pela pandemia. Para Anderson Wolff,
da Gol, o período de crise
sanitária fez as agências evoluírem na gestão e o legado deve permanecer.
Para ele, as agências que investem em plataformas como a VOLL saíram na frente.
Wolff diz ainda que aquelas que têm capital para investir em ferramentas
inovadoras, e não o fazem, podem ficar para trás.
O que se intensifica com o retorno das
viagens a trabalho?
1 - Reuniões presenciais estratégicas
Embora a reunião on-line traga agilidade
e facilite adequações de agenda, encontros presenciais continuam sendo
essenciais para fechar negócios e estreitar relacionamentos. Muitas operações
comerciais começam com um almoço ou um bate papo no coffee break de um evento,
por exemplo, nuances que o virtual não consegue substituir. As viagens, contudo, passam a ser
repensadas e usadas de forma mais estratégica, segundo
especialistas.
2 - Eventos para engajar os times
Leonardo Costa, da VOLL, aposta que
reuniões e eventos presenciais com foco em Employer Branding serão mantidas. Para ele, encontros físicos são
importantes para garantir trocas mais próximas, maior motivação e engajamento
do time, principalmente em áreas como Vendas. Ter outras
pessoas perto é o que gera conexões reais — vitais para o sucesso de uma
empresa”.
3 - Atendimento humanizado e foco no
usuário
Imprevistos em viagens sempre existiram
e vão continuar: são casos como voos adiados por causa das condições climáticas
ou o próprio executivo precisando remarcar por causa de novos compromissos.
Costa lembrou que é importante a empresa ter um atendimento humano e disponível 24 horas por dia,
como é o caso dos clientes da VOLL, cujos viajantes têm apoio total nos
momentos de estresse.
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