Aluno da UniSul cria projeto de máquina de adubo caseira
Arthur Nola, estudante do curso de Engenharia de Controle e Automação, desenvolveu equipamento com o objetivo de evitar o desperdício de alimento, reaproveitando matéria orgânica que pode ser utilizada como adubo em pequenas hortas
Segundo a Organização das Nações Unidas
para a Alimentação e Agricultura (FAO), 1,3 bilhão de toneladas de alimentos
são desperdiçados por ano no mundo, enquanto 821 milhões de pessoas passam
fome. O Brasil está na lista dos dez países que mais desperdiçam alimentos no
mundo, gerando descarte de aproximadamente 30% de tudo que é produzido para o
consumo. Isso gera um prejuízo para a economia de quase 940 bilhões de dólares
por ano, afetando diversas classes trabalhadoras e o desenvolvimento do país.
Diante deste cenário, diversos projetos
são criados para que diminua o descarte de alimento. Pensando nisso, o
estudante Arthur Nola, do Curso de Engenharia de Controle e Automação da
UniSul, integrante do Ecossistema Ânima, desenvolveu um projeto para
reaproveitar matéria orgânica que seria jogada no lixo. A MAC - Máquina de
Adubo Caseiro, foi criada com objetivo de produzir adubo proveniente do resíduo
de alimentação que seria desperdiçada. Esse material pode ser utilizado em
hortas residenciais.
O projeto começou a ser pensado pelo
aluno ainda no ensino fundamental, quando percebeu que na escola que estudava
tinha um problema de desperdício de alimento expressivo, justamente porque a
empresa responsável pelo preparo da alimentação distribuída na instituição, não
seguia o protocolo de reaproveitamento dos resíduos.
“No Brasil toneladas de alimentos são
desperdiçados todos os dias. Esse problema me incomodou quando eu ainda era uma
criança. Hoje com o auxílio dos professores e da universidade, me senti apto
para desenvolver um projeto onde eu pudesse de alguma forma tentar minimizar
esse desperdício”, destaca Arthur Nola.
O desperdício de alimento também
potencializa em 8% as emissões de gases do efeito estufa, aumenta o consumo de
água e a não satisfação das necessidades nutricionais de milhões de pessoas. O
desperdício de alimentos é um fator potencializador da insegurança alimentar e
da fome no mundo. Segundo a Food and Agriculture Organization of the United
Nations (FAO), mais de 30% da produção mundial de alimentos é desperdiçada a
cada ano entre as fases de pós-colheita e a venda no varejo. No Brasil,
acredita-se que cerca de 10% dos alimentos são desperdiçados na casa dos
cidadãos.
O processo de criação da MAC aconteceu
em várias etapas, desde a discussão de ideias até o desenvolvimento de fato.
Nola construiu o projeto utilizando materiais de baixo custo e entre os
principais estão um motor elétrico, canos de PVC para capa do motor e
reservatório, um eixo de aço para rotacionar a hélice que também foi feita
artesanalmente, componentes elétricos para controlar a rotação do motor e um
potenciômetro, facilmente encontrado nos chuveiros residenciais para controle
da temperatura.
“A MAC pode ser utilizada no dia a dia,
contribuindo para minimizar o desperdício de alimento e o impacto disso também
no meio ambiente. Ao utilizar a máquina, o resíduo de alimento é convertido em
adubo que pode ser utilizado como adubo em hortas caseiras, ou seja, uma
tecnologia que também oferece benefícios para a sociedade”, destaca o
estudante.
O protótipo criado pelo aluno foi
apresentado no Workshop do projeto de extensão Olimpíada Catarinense de
Química: incentivando a educação ambiental empreendedora, desenvolvido pela
professora Francielen Kuball Silva, da UniSul. A docente ressalta que a
iniciativa do estudante em desenvolver um produto, aliado a preservação
ambiental é uma das habilidades a ser desenvolvida pelos estudantes de
graduação.
“Projetos como a MAC estão em sintonia
com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da ONU. Ao
desenvolver esses projetos os estudantes conseguem ter a oportunidade de
aplicar os conhecimentos adquiridos em sala de aula por meio de ações de
extensão, colaborando para a formação de cidadãos competentes e ambientalmente
responsáveis”, destaca.
Com uma série de testes, o aluno chegou
a um protótipo eficiente. O objetivo agora é melhorar a MAC e desenvolver um
produto que atenda às necessidades de escolas e estabelecimentos privados, como
restaurantes, lanchonetes e bares. “Quero conseguir produzir uma máquina que
possa ser adquirida por diferentes comércios e com isso, os empresários possam
ser mais transparentes e conscientes, mostrando que pensam no descarte correto
dos alimentos oferecidos. Criar algo para impactar o meio social positivamente
é prazeroso e extremamente importante para que os mais jovens acreditem
integralmente nos seus projetos”.
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