Criptomoedas estão na mira das fintechs latino-americanas
Relatório divulgado pela ISI Emerging Markets analisa as fusões e aquisições ocorridas em julho
São Paulo, agosto de 2021 – Relatório divulgado pela EMIS, do Grupo ISI Emerging Markets,
traz o panorama do mês de julho com informações sobre as fusões e aquisições
latino-americanas no setor de fintechs. O cenário aponta para o crescimento de
bitcoins.
De acordo com a análise, o setor de
serviços financeiros na América Latina tem enorme potencial inexplorado, isso
porque a adoção dos consumidores é notoriamente baixa: a maioria das 650
milhões de pessoas em 33 países analisados estão desbancarizadas.
Para o Head de fusões e aquisições da
EMIS, Stefan Stoyanov, áreas pouco exploradas como esta oferecem espaço para o
estabelecimento de bases para novos players na área das fintechs, para assim
atender melhor os clientes existentes, além de conquistar novos.
Mercado a ser explorado
“Por enquanto, eles têm feito um
trabalho notável ao colocar pressão em um sistema que, até recentemente, exigia
que a maioria de seus clientes fizessem seus serviços bancários pessoalmente.
Neobanks, ou bancos digitais, têm redesenhado as finanças. A América Latina
abriga quatro das 20 maiores empresas do setor em todo o mundo, incluindo o
Nubank - o maior banco digital com 40 milhões de usuários -, C6 Bank, Uala e
Neon”, explica.
Para Stoyanov, o incentivo para atender
centenas de pessoas desbancarizadas e quebrar o monopólio do sistema bancário
inundou o mercado de empreendimentos com capital de risco e capital privado,
reflexo do que chamam da era Pontocom.
“Recentemente, em meio à recuperação pós-Covid, as atividades das fintechs
orientadas por capital privado e capital de risco na América Latina obtiveram
um impulso significativo de outro lugar - a ascensão meteórica de criptomoedas
em 2020/2021”.
Crescimento das criptomoedas
Segundo o relatório, Bitcoin, Ethereum e
milhares de outras moedas formam uma classe de ativos de rápido crescimento na
região e estão naturalmente atraindo a atenção dos investidores. Para Stoyanov,
o boom nos preços das criptomoedas e a correspondente adoção institucional de
Bitcoin adicionou outra camada de desafio ao sistema financeiro na América
Latina. El Salvador, por exemplo, se tornou o primeiro país a legalizar o Bitcoin.
Venezuela e Argentina também estão entre os principais países onde o Bitcoin
está sendo adotado, caminho que as pessoas e empresas procuram para se prevenir
de controles de inflação e moeda.
Investidores apostam alto
Os investidores começaram a não apenas
tomar conhecimento, mas também a agir sobre este mercado. O economista cita
alguns exemplos notáveis dos últimos meses, que incluem o investimento de USD
200 milhões do banco japonês SoftBank na rodada da Série B do Mercado Bitcoin -
a primeira bolsa de criptomoedas do Brasil e uma das maiores da América Latina,
valorizando a empresa a USD 2,1 bilhões. Menos de dois meses antes disso, a
mexicana Bitso arrecadou USD 250 milhões em uma rodada de financiamento
coliderada pela Tiger Global e Coatue que avaliou a plataforma de negociação em
USD 2,2 bilhões.
Já a Buenbit, a bolsa de criptomoeda
argentina, anunciou uma rodada de financiamento da Série A liderada pela
Libertus Capital por USD 11 milhões. Para Stefan Stoyanov, o Nubank pode não
ser uma empresa cripto-nativa, mas já está entrando no universo das
criptomoedas, permitindo que seus clientes possam usar o reembolso de cartão de
crédito para comprar Bitcoins por meio de sua subsidiária Easynvest. “Ainda
assim, o Nubank conseguiu um aproveitamento de USD 500 milhões às custas de
Warren Buffet, um notório cético do Bitcoin, e agora está avaliado em USD 40
bilhões”, lembra.
Por fim, o economista acredita que as
fintechs latino-americanas estão em um ponto de inflexão, recebendo um novo
impulso vindo da indústria de criptografia. “Essas empresas têm o potencial de
não apenas serem as próximas a valer bilhões de dólares, mas também fornecer a
tão necessária inclusão financeira e, posteriormente, liberdade para seus
clientes”, conclui.
Sobre a EMIS
Fundada em 1994, a EMIS oferece
inteligência de empresas, setores e países nos mercados emergentes. Criada a
partir da falta de dados e informações nessas economias, a plataforma de
informação da EMIS combina análises, perfis de empresas, dados macroeconômicos e
setoriais, relatórios e notícias, com uma base proprietária de M&A e ECM,
auxiliando os profissionais das mais diversas áreas na tomada de decisão. www.emis.com/pt
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