Nem pública, nem privada: a nuvem do futuro é híbrida
*Por Felipe Soares
À medida que a transformação digital avança nas empresas fica evidente o quanto elas dependem da nuvem para operar, avançar e ter diferencial competitivo. Até então, o tipo de nuvem mais apropriada para o negócio sempre foi um dilema que acompanhou os gestores de TI por um bom tempo. No entanto, uma pesquisa da NTT, o Hybrid Cloud Report 2021, trouxe mais luz ao tema: o modelo de nuvem ideal não é exatamente a nuvem pública, nem a privada, mas ambas!
A cloud híbrida ganhou destaque entre os profissionais de TI justamente por contar com as partes boas das nuvens pública e privada. Em um estudo recente, feito com 950 tomadores de decisões em 13 países, cerca de 60% das organizações avaliadas já estavam usando ou testando esse modelo, enquanto mais de 32% dos entrevistados planejavam implementar uma cloud híbrida entre 12 e14 meses.
Existem muitas razões para essa mudança de comportamento, mas três delas são as mais evidentes: agilidade, segurança e redução de custo. Como se sabe, a nuvem privada possui inúmeros benefícios, como ter a própria infraestrutura “dentro de casa”, podendo estabelecer controles mais específicos de acesso aos dados, por exemplo. No entanto, a arquitetura híbrida potencializa esse benefício quando integrado à nuvem pública.
Em tempos em que as organizações buscam eficiência operacional para se destacar no mercado, o modelo híbrido tem sido o principal aliado dos negócios por oferecer um ambiente especialmente ágil para os desenvolvedores. Sem sombra de dúvida, isso contribui para um melhor Time to Market e consequentemente, corte de custos. Aliás, o estudo revelou que as reduções das despesas se mostram o principal motivo (41.3%) para a adoção de nuvem híbrida, ainda mais agora com tantas empresas precisando acessar aplicações e dados de maneiras diferentes, já que o novo formato de trabalho também é híbrido.
As questões de segurança, tão críticas para alguns setores, também estão sendo superadas com a nuvem híbrida. O que antes era motivo de preocupação entre os gestores, agora é parte da estratégia de proteção de dados das empresas graças aos inúmeros recursos disponibilizados pelas infraestruturas dos provedores de nuvem pública, além da possibilidade de integrá-los com mecanismos próprios. O modelo permite às organizações manter os dados mais sensíveis num servidor próprio enquanto os menos críticos ficam alocados num servidor público.
Quando se une o melhor desses dois mundos, o resultado não poderia ser outro: empresas digitalizadas, ágeis, com ambientes de negócios mais seguros, flexíveis e prontos para escalar. Entendemos que cada empresa está em uma etapa diferente da jornada de computação em nuvem, por este motivo, é determinante contar com parceiros especializados que conheçam bem esses dois universos para implementar e configurar o que cada um deles tem de melhor, avaliando previamente o melhor cenário para cada situação. Em uma realidade em que a mão de obra está escassa e os desafios que envolvem entender quais cargas de trabalho podem ser migradas, ou, onde elas devem rodar no futuro, a contratação de empresas prestadoras desses serviços agrega mais valor aos negócios ao desonerar as áreas de TI para que elas foquem mais no core business das empresas e garantam que a nuvem híbrida leve mais agilidade às suas operações.
*Felipe Soares é arquiteto sênior de soluções da NTT
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