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Processo da fala na criança como instrumento de boa comunicação

(*) Viviane Schueda Stacheski

Divulgação
Desde o momento em que é anunciada a chegada do bebê em uma família, muitas são as preocupações. Pais e responsáveis querem o melhor para o novo ser que chega ao mundo. Assim nada é banal, nem natural e todas as novidades são consideradas e comemoradas com muito entusiasmo. O aprender a sentar, as primeiras frutas que o bebê come, a primeira sopinha, o virar-se na cama sozinho, os sorrisos e os “gritinhos” são apenas alguns exemplos de situações que podem deixar os pais orgulhosos.

Assim que o bebê nasce está imerso no mundo da linguagem. A sua volta há sons, cores, formas, entonações de voz, afagos, intensidade de luz, entre tantas outras maneiras de se representar algo para uma outra pessoa. Logo, os olhares, as falsas conversas entre adultos e bebês, os sorrisos e o choro ganham cada vez mais significado. 

Mas como saber se o bebê está se desenvolvendo bem na linguagem? O que os adultos podem fazer nesse processo? Converse com o bebê. Isso mesmo, por mais que seja pequenininho ao perceber adultos conversando com ele, aprenderá a ordem da fala, ou seja, eu falo e paro para que o outro fale. Nesse momento é comum haver contato olho a olho e, um pouco mais tarde, uma imitação do movimento da boca. O bebê mexe a boquinha como se tentasse falar.
Sempre que possível, ao pegar objetos mostre-os ao bebê e fale corretamente seus nomes. Assim, a crianças já percebem que cada objeto tem seu nome. 

Não fale como bebê o tempo todo. É difícil. Parece que todas as vezes que estamos falando com bebês temos que falar como eles. Mas por mais tentador que seja, controle-se, pois, ao fazer isso, não proverá modelo de fala real para o bebê.

Após o primeiro ano de vida, estimule a criança a falar de forma natural. Intensifique as conversas, cantorias e contação de histórias. Fale o nome do que a criança aponta quando quer e observe seu desenvolvimento. Para isso tenha como parâmetro que a criança deve falar no mínimo dez palavras além de papai e mamãe, perto dos dois anos.

Na fase dos dois aos três anos a criança começa a formar frases a partir das junções de duas palavras como, por exemplo: “qué aga” (para quero água), “nenê caui” (para eu caí). Nessa fase é importante que o adulto faça o “feedback corretivo”, com a repetição da palavra pronunciada corretamente.

Os três anos é a idade de ouro da criança em relação à fala, pois, já deve ser capaz de transmitir todo seu pensamento por meio dela. Daqui em diante fará o refinamento dos sons que pronuncia de forma errada. 

Aos cinco anos, a criança deve ter a fala imitativa de um adulto. Muita atenção a essa idade, pois, se ainda houver muitas trocas ou omissões, é o caso de procurar ajuda de fonoaudiólogo para que as trocas da fala não reflitam também na escrita. Normalmente o som do “R” intervocálico ou de encontro consonantal é o último a ser adquirido. Caso a criança fale “tatoi” (para trator), “calamelo” (para caramelo), “poita ou pota” (para porta), dá para esperar até os seis anos para ver como se desenvolve antes de iniciar acompanhamento.

A atenção e o acompanhamento dos pais a cada fase são necessários para que a criança possa ocupar suas posições sociais sem o empecilho da comunicação. 

(*) Viviane Schueda Stacheski é Mestre em Ciências Humanas: cultura e sociedade, da Área de Educação, e professora do curso de Pedagogia do Centro Universitário Internacional Uninter.

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