Respeitando a sabedoria pantaneira, como a tecnologia pode influenciar no combate as queimadas?
Respeitando a sabedoria pantaneira, como a tecnologia pode influenciar no combate as queimadas?
O jovem poconeano Bendev Junior que é considerado grande referência na área tecnológica no Brasil e recentemente, foi citado como o maior influenciador da sua área no Mato Grosso passa a movimentar as redes sociais em defesa do pantanal voltando à prevenção contra as queimadas, visto que o meio ambiente não pode sofrer este ano a catástrofe que ocorreu no ano passado.
Segundo monitoramento feito pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), 2020 foi o que teve mais registros de fogo no Pantanal desde o fim da década de 1990.
Entre 1º de janeiro e 30 de novembro do ano passado, as queimadas atingiram 4,5 milhões de hectares, em 21 municípios que compõem o Pantanal, em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, conforme relatório técnico elaborado pelos setores de geoprocessamento do Ministério Público de Mato Grosso e de Mato Grosso do Sul.
“Moro em Poconé, capital do pantanal, lembro como se fosse hoje, saindo a rua e deparando com uma forte neblina quando na verdade era tudo fumaça. Meus amigos que trabalharam como brigadistas prevfogo disseram-me que era caótico. Segundo eles, o fogo saia do chão e a força tarefa que eles fizeram foi bem corrida, na época dei meus parabéns a todos!”, declarou Bendev.
No entanto o jovem conectado na rede de comunicação acredita que dar parabéns as equipes de combate as queimadas e torcer para que não ocorra mais, não é o suficiente. “Cada um de nós deve usar as forças e as armas que tem para conscientizar, combater e agir contra as queimadas no pantanal”, defendeu.
“A questão aqui e como a tecnologia poderia ajudar nisso?” Ponderou.
O pantanal e suas belezas não podem deixar de existir ou sofrer por imprudência humana. A tecnologia aproxima pessoas e deveríamos dar mais atenção à natureza usufruindo da tecnologia. Como percebemos tanto na queimada do amazonas e pantanal, ficamos dependentes de informações de jornais e algumas redes sociais que falam sobre o assunto. Hoje a tecnologia está a disposição de poucos, apesar dos dados dos institutos ambientais.
A tecnologia está há muito tempo presente no Brasil. O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), desde 1986 tem o Programa Queimadas que mapeia o território nacional usando satélites que detectam radiação térmica emitida por fogo: ondas eletromagnéticas e monitora a localização dos focos de calor, os satélites registram a intensidade da queimada.
“E o que proponho agora apesar de simples talvez seja um desafio; vamos mostrar como a tecnologia pode influenciar a preservação do meio ambiente: todos deveremos multiplicar as informações verdadeiras e combater as Fake News”, defende Bendev.
Na visão do jovem envolvido com a rede digital o INPE é exemplo de evolução nos últimos anos, no entanto as informações fornecidas não são multiplicadas, “uma lâmpada acessa embaixo de uma cama”, já diria passagem bíblica.
Outras tecnologias já chegaram ao campo mudando realidades no Brasil e no mundo. Uso de Drones, GPS Agrícola, Tratores, Adubadoras, Colhedoras entre outros guiados por geolocalização, Sensores na Agricultura como técnica para obtenção de informações de um objeto ou uma área sem a necessidade de contato físico com o mesmo, Robótica na Agricultura e Big Data capaz de combinar tecnologia e análise que pode coletar e compilar novos dados e processá-los de uma maneira mais útil e oportuna para ajudar na tomada de decisões.
“Podemos dizer que a tecnologia assume um papel primordial para a evolução do homem do campo e por si do homem pantaneiro, no entanto não podemos deixar de respeitar a sabedoria do pantaneiro, pois foi essa sabedoria que salvou o pantanal em 2020”, defende o jovem digital.
Bendev chama atenção para a Universidade Federal de Minas Gerais, que desenvolveu um software pelo Centro de Sensoriamento Remoto (CSR) com foco nas queimadas. Com essa tecnologia, que mistura sensores e inteligência artificial, é possível prever como o fogo vai se comportar, se será intenso e até mesmo a previsão de duração.
Essa tecnologia está ai, pode ajudar, mas às vezes atrapalha. A exemplo de algumas tomadas de decisões dos “defensores do pantanal de dentro dos escritórios” (SEMA) que vêem um desmate pela tela de computador o que na realidade é um aceiro necessário a margem de cercas e estradas, algo correto neste tempo de estiagem, no entanto um mal leitor de tecnologia, interpreta a ação de combate as queimadas erroneamente.
“O pantanal não pode esperar para ser defendido e preservado. Temos que nos aliar ao homem pantaneiro que sempre preservou o pantanal e colocar a tecnologia como parceira. Não temos tempo. O tempo que temos deveremos usar nossos mecanismos; tecnologia e sabedoria pantaneira para juntos preservar. O que conheço é tecnologia digital: divulgar, propor diálogos, defender a sabedoria popular e ficar antenado aos meios da rede de comunicação mundial. Eu vou fazer a minha parte; e você?”, finaliza Bendev.
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