Seis coisas que você precisa saber para fundar uma edtech de sucesso e impactar o setor educacional no Brasil
Por Andres Moreno*
São Paulo, agosto de 2021 - Desde o final de 2019, a pandemia
pegou o mundo desprevenido e deixou cerca de 1,5 bilhão de estudantes fora das
escolas em mais de 160 países, segundo consta em relatório do Banco Mundial.
Nessa reviravolta, as edtechs, que já vinham revolucionando o acesso aos
estudos de qualidade, ganharam um papel ainda mais relevante e potente,
servindo de exemplo para as instituições de ensino tradicionais, que foram
obrigadas a se reinventar.
Um dos grandes erros que escolas
presenciais cometeram nesse processo de adaptação foi entenderem que o produto
oferecido digitalmente deveria ser o mesmo que o offline, mudando apenas o meio
de entrega. Isso está muito longe do ideal, afinal, nosso cérebro responde de
maneira diferente a estímulos inteiramente virtuais e é preciso usar os
diversos recursos tecnológicos como benefícios, sem tentar replicar o mesmo
formato de aulas presenciais de maneira remota.
A verdade é que a internet tem o poder
de alcançar pessoas nas cidades mais remotas e tem sido cada vez mais acessada
por diferentes populações. Além disso, estudar remotamente rende uma liberdade
e flexibilidade inigualável para os alunos, que podem se autogerir e seguir um
plano acadêmico de qualquer lugar e a qualquer hora - não há porque engessar-se
em calendários fixos. Além disso, é possível focar em nichos, sem medo de que o
público se encontre geograficamente espalhado.
Para tornar o produto online atrativo e
fazer com que o aluno esqueça que existe uma tela entre ele, os professores e
os colegas, é necessário criar conteúdo de qualidade, interativo, com cadência
e direto ao ponto, uma vez que o aluno decide se quer repeti-lo e dita seu
próprio ritmo de aprendizagem. Há também muitas técnicas para provocar o
engajamento e fazer com que o estudante queira avançar no curso rapidamente e
não veja a hora de chegar ao próximo encontro virtual, esse que deve ser
conduzido de uma maneira criativa e inovadora. Na Open English, por exemplo, o
elemento-chave para o engajamento dos alunos é a imersão total na língua
inglesa, já que eles podem acessar aulas ao vivo com professores nativos 24
horas por dia, nos sete dias da semana.
Antes de pensar em tudo isso, no
entanto, vale dizer que edtech é uma abreviação dos termos em inglês education technology, e
designa empresas e startups que mesclam ensino com tecnologia. Segundo mapeamento realizado
pelo CIEB e pela Associação Brasileira de
Startups do Brasil (Abstartup), existem hoje no Brasil 566 edtechs ativas,
26% mais que em 2019, ou seja, é um mercado em franca expansão. Como a educação
é a chave para um país se desenvolver, é essencial que novas empresas usem a
tecnologia para impulsionar o acesso ao aprendizado. Desde 2008 atuando no
setor, separei algumas dicas para quem tem o desejo de ingressar nesse mar de
possibilidades.
- Faça uma pesquisa aprofundada:
O setor educacional tem um espaço gigantesco a ser preenchido em países da
América do Sul, busque um problema que já existe para resolvê-lo e
pesquise o máximo de informações possíveis sobre o mercado e área
específica em que você pretende atuar. Conhecer seus concorrentes e
público-alvo é a chave para conquistar e fidelizar alunos. É possível também
começar por um nicho e expandir o negócio aos poucos.
- Propósito e equipe: É
essencial encontrar e manter uma equipe competente e engajada e, para
isso, é imprescindível ter um propósito bem definido. Qual a contribuição
que sua marca pretende deixar no mundo? Sua equipe vai se inspirar nisso
e, junto a você, darão o tom da sua empresa e te ajudarão a manter seus
valores frente a desafios - eles aparecerão certamente.
- Foque nas pessoas:
Faça um planejamento detalhado de negócio, e saiba suas debilidades e
fortalezas, mas lembre-se sempre de ouvir seu público-alvo, funcionários,
fornecedores, mesmo se a empresa atingir as metas propostas. Pessoas se
conectam com pessoas, não com ideias ou materiais de venda.
- Oferecer um produto ou serviço
que tenha valor real: Seu produto ou serviço
precisa causar impacto e realmente ter um valor na vida das pessoas que
estão sendo impactadas, sejam os profissionais que trabalham na empresa ou
os clientes. É algo duradouro, que precisa gerar uma mudança a curto,
médio ou longo prazo. Uma boa edtech também oferece a possibilidade de
seus estudantes medirem seu progresso e seu sucesso do começo ao fim, de
forma que avaliem sua evolução.
- Esteja pronto para desafios e
oportunidades: Assim como a pandemia, haverão
outras situações inusitadas que podem impulsionar ou dificultar o seu
negócio. É preciso criar repertório para lidar com o desconhecido, ou
seja, um dono de edtech tem que amar estudar. Não só os problemas, mas as
oportunidades também exigem maleabilidade, não é possível manter-se
estático. Surfe as ondas que se apresentarem.
- De olho na mudança:
Sem uma educação de qualidade, não existem profissionais aptos no mercado,
em qualquer setor ou nível, portanto, criar uma empresa no âmbito
acadêmico é construir mudança. Tenha isso em vista e será o motor
necessário para ultrapassar todas as barreiras.
Dados mostram que o mercado de
e-learning na América Latina deve atingir mais de US$10 bilhões até 2025,
devido ao desenvolvimento de instituições educacionais que elevam os níveis de
alfabetização nas regiões. Em países como Brasil, México e Argentina, é notável
o investimento público no desenvolvimento de plataformas educacionais para
estudantes. Portanto, investir em educação é investir em uma sociedade melhor.
*Andres Moreno é fundador e CEO da Open
English
Sobre Open Education
A Open Education, empresa de educação
online com sede nos Estados Unidos, evoluiu para poder oferecer a melhor
experiência e, com o desenvolvimento das plataformas Open English Junior, Next
U e Open English for Companies, oferece novas possibilidades para outros
mercados.
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