Tecnologia para todos: como as PMEs estão evoluindo na Agenda Sustentável
Por Fabiano Schunck, Channel Sales Manager na AMD
Ao final de todo mês de junho, a
Assembleia Geral da ONU celebra anualmente o dia das Micro, Pequenas e Médias
empresas. O motivo é importante: a categoria representa mais de 90% do total de
empresas e cerca de 70% de todos os empregos disponíveis no mundo, segundo as
Nações Unidas. No último dia 28, um após a data oficial destinada às MPMEs, a
entidade promoveu um painel entre vários países sobre como essas companhias
serão a chave para uma recuperação econômica inclusiva e sustentável.
Dentre os assuntos abordados estão os
incentivos governamentais a desenvolver estratégias que englobem o crescimento
das MPMEs, especialmente em períodos de recuperação durante e pós-pandemia da
Covid-19; conscientização sobre o considerável impacto que a pandemia trouxe
para as empresas menores e assim, aumentar sua visibilidade neste momento de
crise, e capacitação, ou seja, preparar os empreendedores para utilizar o meio
digital de forma mais consistente e assim, fortalecer as empresas.
Quando falamos de empresas que, em sua
maioria, empregam menos de 250 pessoas, pode-se imaginar que são negócios
pequenos, que não fazem falta num contexto global e, por isso, não precisam de
grandes investimentos tecnológicos e presença digital. Porém as MPMEs são, na
realidade, um grande alicerce da maioria das economias do mundo, com papel
fundamental nos países em desenvolvimento. Sendo assim, necessitam de amplo
acesso à informação e digitalização com tecnologia de ponta para melhorar o
ambiente de negócios.
No âmbito da tecnologia, esse aspecto
pode ser destrinchado em alguns caminhos. Um deles, citado no painel, é de que
no futuro será necessário investir mais em instrumentos estruturais que possam
construir capacidade inovadora entre as micro, pequenas e médias empresas e
assim, melhorar sua presença digital, tudo isso pensando em práticas de
negócios que sejam financeiramente, socialmente e ecologicamente sustentáveis.
A inovação e o progresso tecnológico são
essenciais para encontrarmos soluções duradouras para os desafios econômicos e
ambientais, como o aumento de recursos e a eficiência energética. De acordo com
a ONU, o investimento global em pesquisa e desenvolvimento como proporção do
PIB aumentou de 1,5% em 2000 para 1,7% em 2015 e permaneceu quase inalterado em
2017, mas nas regiões em desenvolvimento, foi inferior a 1%. Desta forma, o
mercado tecnológico para as MPMEs possui um longo caminho a percorrer.
Diante desse cenário, existem muitas
oportunidades mesmo após as crises dos últimos anos. A tecnologia é elemento
essencial e deve estar presente em todos os processos, garantindo segurança,
eficiência, bom desempenho e performance, desde o planejamento, monitoramento e
até o backup para não perder dados importantes acerca do negócio. É
imprescindível, portanto, investir em equipamentos que possam oferecer essa boa
estrutura, impulsionando o desenvolvimento das empresas, em conformidade também
com a sustentabilidade.
Para melhorar o posicionamento da
indústria de tecnologia em relação ao meio ambiente, por exemplo, de acordo com
tendências do Boston Consulting Group, cadeias de suprimentos precisam reduzir
suas emissões em 45% até 2030, situação que tem levado cadeias de produção a
desenvolver estratégias mais sustentáveis em suas operações. Algumas empresas
estabeleceram compromissos ambientais de longo prazo, como reduzir emissões de
carbono em 20% e o consumo de eletricidade em 40% a cada ano em comparação com
a média da indústria. Além disso, ao buscar formas de digitalizar a empresa e
assim, adquirir tecnologia, o empreendedor pode investir em computadores e
servidores com processadores com maior eficiência energética, que promoverão
aos equipamentos maior vida útil e melhor desempenho, e para o planeta, menores
gastos de energia e impacto ambiental. Como a geração de energia elétrica representa
25% da atual emissão de carbono, apostar na eficiência energética da tecnologia
é uma das ações mais significativas para um consumo mais ético e responsável.
Nesse sentido, é essencial contar com
uma rede de suporte que ofereça a capacitação do empresário para compreender
melhor os processos e o funcionamento das engrenagens que o farão adentrar o
mundo digital. Isso tudo faz parte do dinamismo proposto pela industrialização
sustentável (em diversas esferas), quando também aliada a uma boa gestão de
infraestrutura e inovação, proporcionando um uso eficaz de recursos.
O mundo e as micro, pequenas e médias
empresas dele ainda devem percorrer um longo caminho para desbloquear essa
força e potencial de crescimento e digitalização. Para isso, a conscientização
desta necessidade de se investir em pesquisa e desenvolvimento e a migração dos
negócios para um meio tecnológico e sustentável, deverá ser cada vez mais
recorrente nas conversas e debates na nossa sociedade.
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