Candidíase feminina: entenda quais os sintomas e como tratar
Condição que pode causar desconfortos para a mulher tem tratamento e pode ser evitada com hábitos simples
Candidíase feminina: entenda quais os sintomas e como tratar
Condição que pode causar desconfortos para a mulher tem tratamento e pode ser evitada com hábitos simples
A candidíase vaginal é uma infecção ginecológica causada por um fungo chamado candida albicans. Trata-se de uma micose bastante comum: cerca de três em cada quatro mulheres poderão ter o problema ao menos uma vez ao longo da vida. O ginecologista dos hospitais Dasa em Brasília Evandro Oliveira, explica mais sobre o tema.
O que é candidíase e como é transmitida?
A candidíase feminina é uma infecção provocada pelo fungo candida albicans, que pode afetar as regiões perianal, inguinal, vaginal e perineal. Ele é um fungo que já existe no organismo da mulher, só que em pequenas quantidades, e que convive de forma equilibrada na flora vaginal. A ocorrência da candidíase normalmente está associada à queda da imunidade em decorrência de: uso de medicamentos, HPV, alergias, diabetes e gravidez. Embora não seja considerada uma IST (infecção sexualmente transmissível), ela também pode ser transmitida por meio da relação sexual.Algumas mudanças no corpo podem contribuir para a proliferação da candida albicans, como: mudanças na flora microbiana vaginal, alterações hormonais, fragilidade do sistema imunológico e diminuição da acidez vaginal. Alguns fatores de risco são os mais usuais responsáveis por essas alterações, como:
- Imunossupressão – causada por HIV ou uso de drogas.
- Diabetes Mellitus – mulheres com diabetes tipo 2 não tratada.
- Uso de antibióticos – o motivo é que os antibióticos agem contra as bactérias naturais da flora vaginal.
- Mudanças hormonais – os níveis altos ou baixos de estrogênio atingem a flora vaginal.
Como prevenir?
Mulheres com maior propensão a ter a candidíase vaginal, como as citadas no tópico anterior, podem precisar usar algum medicamento antifúngico por via oral indicado pelo médico. Além disso, é preciso ter sempre atenção com o uso de roupas, preferir as de algodão e menos apertadas, sem se esquecer de manter a vulva sempre higienizada de forma adequada, para que os fungos não se proliferem.“Não existe uma forma própria para você prevenir a candidíase. Existem hábitos que são importantes para se tomar, independente de ser para a candidíase ou outra inflamação no trato genital, principalmente durante a gravidez”, afirma o especialista.
Evandro alerta que é importante que se faça uma boa hidratação, consumindo de três a quatro litros de água por dia. É importante também evitar usar roupas mais apertadas por longos períodos de tempo. “Procurar, sempre que tiver vontade de ir ao banheiro para urinar, não prender o xixi: isso faz uma diferença muito grande”, completa o médico.
Ele também orienta que se evite consumir alimentos mais ácidos e que a mulher dê preferência a calcinhas de algodão. “Esses hábitos previnem não só a candidíase, mas também outras complicações ginecológicas”, pontua o especialista.
Sintomas de candidíase feminina
Os sintomas de candidíase feminina são:- Coceira no canal vaginal e na vagina;
- Dor nas relações sexuais;
- Corrimento branco, que se assemelha, em aparência, à nata de leite;
- Ardência para urinar.
Qual a diferença entre candidíase e vaginose bacteriana?
Ambas, tanto a candidíase vaginal como a vaginose bacteriana, caracterizam-se pelo surgimento de corrimento fora do normal mas, o que as diferencia é a aparência desse corrimento: enquanto a candidíase ocasiona um corrimento bastante espesso, parecido com o requeijão, por exemplo, e com cheiro de fermento, a vaginose bacteriana (VB) gera corrimento um pouco mais fluido, com coloração branca ou acinzentada, e tem um cheiro similar ao de peixe.Ainda, a candidíase vaginal acarreta prurido (irritação que provoca coceira na pele), um pouco de dor ao urinar e nas relações sexuais, além de não provocar alterações na sua acidez; já na vaginose bacteriana, o pH da região vaginal fica mais alcalino, a infecção suscita mais dor e irritação e o prurido é um pouco menos frequente.
Candidíase: sintomas na gravidez, o que fazer?
Segundo o dr. Evandro: “os sintomas da candidíase, independente da gravidez ou não, se caracterizam principalmente por um prurido vulvar externo intenso, extremamente desconfortável, que tira muito a qualidade de vida da paciente”, afirma o ginecologista.Em alguns casos, há a saída de uma secreção pastosa que tem um aspecto de queijo ralado, queijo coalhado. Na gravidez, o tratamento pode ser feito da mesma forma que fora da gestação. Porém, para as mamães, o ideal é que se priorize um tratamento tópico (aplicado no local da infecção), evitando-se o uso de comprimidos no primeiro trimestre da gestação. Mulheres com gravidez acima de 20 semanas e aquelas que não estão gestantes podem fazer uso de antifúngico oral para tratar o quadro.
Diagnóstico e tratamento da candidíase
O diagnóstico da candidíase feminina é realizado por meio de exame clínico ginecológico. O tratamento será direcionado pelo médico de acordo com as causas, e o objetivo é evitar que ela reapareça. Por isso, é importante buscar orientação médica tão logo surjam os sintomas.De acordo com o ginecologista, o tratamento da candidíase deve ser feito sistematicamente com o dignóstico comprovado. Nem tudo o que se manifesta através de prurido vaginal e vulvar é candidíase. Existem outras alterações, inflamações e infecções que também provocam coceira. “Então, é muito comum a mulher ter uma queixa de prurido vaginal e vulvar e isso ser atribuído à candidíase”, diz o médico.
Evandro ainda explica que: “o exame clínico, a presença das placas brancas ascetas, com aspecto de queijo coalhado na parede da vagina é que realmente confirma o diagnóstico da candidíase. O tratamento pode ser instituído de forma tópica com cremes antifúngicos, que normalmente são usados de 7 a 10 dias.
Mas o ideal é sempre manter o tratamento com creme tópico. Vale reforçar: se coçou não significa dizer que isso é candidíase. E não precisa fazer o Papanicolau para saber, basta exame clínico”, conclui o especialista.
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