Conservação do Cerrado ganha novo capítulo com pesquisas realizadas no Legado Verdes do Cerrado, da CBA
Resultados dos trabalhos foram apresentados em evento online e contribuirão para a geração de conhecimento público sobre o cerrado, um dos maiores biomas do Brasil |
Legado
Verdes do Cerrado. Crédito: Luciano Candisani. |
No
Legado Verdes do Cerrado, Reserva Particular de Desenvolvimento Sustentável
de propriedade da CBA - Companhia Brasileira de Alumínio, em Niquelândia-GO,
pesquisas científicas sobre a flora, a fauna, o solo e a água geram dados
inéditos que possibilitam aprimorar as ações de conservação ambiental para o
bioma Cerrado. Um
dos projetos desenvolvidos na Reserva, “Biodiversidade, Endemismo e
Conservação”, por exemplo, catalogou 91 famílias de 380 gêneros da flora.
Segundo o professor Dr. Marcos José da Silva, da Universidade Federal de
Goiás (UFG), os dados levantados durante a pesquisa impressionam. Ele conta
que das 850 espécies encontradas no Legado Verdes do Cerrado, 16 delas são
novas para a ciência e oito já foram enviadas para publicação em revistas
científicas. A nova espécie encontrada, Erythroxylum niquelandense pertence a
um gênero que têm propriedades muito utilizadas na medicina em medicamentos
para o tratamento de doenças como câncer e AIDS. Também chamou a atenção a
grande diversidade de leguminosas encontradas na Reserva: foram 150 espécies
registradas. “Embora
sejam uma das famílias melhor representadas em áreas de Cerrado, as
leguminosas nunca tiveram um volume de dados tão destacados como ocorreu
nesta pesquisa. Outro dado relevante diz respeito às 10 fitofisionomias que
identificamos na Reserva, que correspondem 70% das fitofisionomias do
Cerrado. Tudo isso mostra que a flora do Legado Verdes do Cerrado é
extremamente diversificada com plantas com grande potencial para serem
utilizadas como plantas ornamentais e medicinais”, ressaltou Marcos
José. Outro
projeto desenvolvido no Legado Verdes do Cerrado foi “Biomonitoramento do
Ecossistema Aquático da Reserva Legado Verdes do Cerrado Através da Abordagem
Integrada com o Sistema-Modelo Zebrafish (Danio rerio)”, coordenado pelo
professor Thiago Lopes, da UFG. O estudo utilizou o peixe Zebrafish - também
conhecido como paulistinha – como modelo de avaliação da qualidade da água. A
escolha desse animal vertebrado se dá porque o DNA desse espécie é parecido
com o dos seres humanos, de forma que, ao analisar o impacto da qualidade da
água no organismo dos peixes, é possível correlacionar esses efeitos ao corpo
humano. Segundo
Thiago Lopes, o projeto, pioneiro no Cerrado e no Brasil, foi ampliado com
outras pesquisas complementares, como coleta e análise de sedimentos, além do
estudo de parasitas associados. As pesquisas foram realizadas junto ao Rio
Traíras, responsável pelo abastecimento público de água de Niquelândia, em
cinco pontos do rio localizados dentro da Reserva. Dos dados obtidos, foi
detectada que não houve diferença significativa na taxa de sobrevivência dos
peixes em nenhum dos pontos do rio em que foram expostos. Os embriões também
conseguiram se desenvolver normalmente nos locais avaliados, demonstrando que
as iniciativas de conservação do Legado Verdes do Cerrado contribuem para a
qualidade da água do Rio Traíras. “A
análise de múltiplas respostas utilizando os peixes como biomarcadores no
ecossistema aquático pode ser aplicada em outras regiões do Cerrado e do
Brasil. Além do nosso pioneirismo, essa produção científica teve uma grande
importância na continuidade de outros projetos e permitiu a consolidação do
setor de peixes do biotério do Instituto de Patologia Tropical e Saúde
Pública da UFG”, disse Thiago Lopes. Para
análise dos solos do Legado Verdes do Cerrado, a pesquisa “Qualidade dos
Solos nas Regiões Cársticas” levantou as características dos solos da região
e potencialidades de uso. A pesquisa totalizou 1.437 análises feitas com o
apoio de informações coletadas por meio de sensoriamento remoto, imagens de
satélite e geoprocessamento. Além de avaliar a fertilidade, permeabilidade,
potencial de erosão e de produtividade agrícola, a pesquisa revelou a
existência de cinco cavernas e dolinas. Os dados contribuíram para gerar um
mapa de solos do Legado Verdes do Cerrado, com dados detalhados de 12 classes
de solo existentes na área da Reserva. Segundo
a pesquisadora da UFG, professora Dra. Renata Momoli, que coordenou a
pesquisa, há uma escassez de estudos dedicados ao tema. “Em geral, a
degradação do solo, causada principalmente pela erosão e poluição, não causa
apenas perdas locais. O sedimento removido do solo e levado pela água se
deposita nos corpos hídricos, gerando assoreamento. Por isso, esse projeto de
pesquisa tem a característica de pensar em sustentabilidade por meio do solo,
que é a pele do planeta e um recurso natural não renovável, mas essencial à
vida e cujas funções ainda não são plenamente conhecidas”, enfatizou. Já
o projeto Alometria do Cerrado, de responsabilidade do professor Fábio
Venturoli, da Universidade Estadual de Goiás (UEG), buscou gerar dados para
calcular o carbono que a vegetação captura e armazena. Devido às queimadas,
há apontamentos de que o Cerrado é um importante sumidouro de carbono, o que
torna a pesquisa ainda mais relevante para toda a sociedade, uma vez que
informações geradas pelo estudo pesquisa possibilitam, por exemplo, exigir do
responsável por um desmatamento que repare o equivalente ao impacto que
causou para a sociedade. |
Conhecimento
compartilhado – Os resultados que os pesquisadores
encontraram durante os trabalhos realizados no Legado Verdes do Cerrado foram
compartilhados e debatidos durante o 3º Encontro Técnico do Legado Verdes do
Cerrado, realizado em 11 de setembro, Dia Nacional do Cerrado. Durante
o evento, David Canassa, diretor da Reservas Votorantim, gestora do Legado,
parabenizou os pesquisadores e afirmou que os resultados exibidos fortalecem
a parceria entre a academia e a iniciativa privada. “Esse encontro já é uma
tradição para valorizar os trabalhos executados e gerar novas ideias para a
continuidade dos projetos de pesquisa de base, fundamentais para entender o
Cerrado, que ainda é pouco estudado. Prosseguiremos com parcerias e abriremos
novos editais, nacionais e até internacionais, para lançarmos outros projetos
que contribuam para ampliar o conhecimento e também evoluir em direção às
pesquisas aplicadas na Reserva”, disse. O
gerente de Operações do Legado Verdes do Cerrado, Marco Túlio Xavier Lanza,
destacou que o incentivo aos estudos científicos é um compromisso que a
Reserva mantém desde a sua criação, atuando com iniciativas que colocam em
evidência o potencial do Cerrado. “Temos crescido com o nosso modelo de
gestão no qual as atividades da nova economia e as pesquisas acadêmicas
agregam valor ao Cerrado em diversos âmbitos. Os resultados apresentados
neste encontro reiteram o nosso empenho em seguir com esse modelo porque
temos muito trabalho pela frente”, afirmou. |
Sobre
o Legado Verdes do Cerrado O
Legado Verdes do Cerrado, com aproximadamente 80% da área composta por
cerrado nativo, é uma área de 32,5 mil hectares pertencente à CBA - Companhia
Brasileira de Alumínio, uma das empresas investidas no portfólio da
Votorantim S.A. A cerca de três horas de Brasília, é composta por dois
núcleos. No núcleo Engenho, nascem três rios: Peixe, São Bento e Traíras, de
onde é captada toda a água para o abastecimento público de Niquelândia/GO.
Nele, está localizada a sede, em uma área de 22,5 mil hectares, onde são
realizadas pesquisas científicas, ações de educação ambiental e atividades da
nova economia, como produção de plantas e reflorestamento; enquanto outros 5
mil hectares são dedicados à pecuária, produção de grãos e silvicultura. Já o
núcleo Santo Antônio Serra Negra, que conta com mais 5 mil hectares, mantém o
cerrado nativo intocado e tem parte de sua área margeada pelo Lago da Serra
da Mesa. Acompanhe
o Legado Verdes do Cerrado no Facebook e Instagram: www.facebook.com/legadoverdesdocerrado www.instagram.com/legadodocerrado Sobre
a CBA Desde
1955, a Companhia Brasileira de Alumínio (CBA) produz alumínio de alta
qualidade de forma integrada e sustentável. Com capacidade instalada para
produzir 100% de energia vinda de hidroelétricas próprias, a CBA minera a
bauxita, transforma em alumínio primário (lingotes, tarugos, vergalhões e
placas) e produtos transformados (chapas, bobinas, folhas e perfis). Em
estreita parceria com seus clientes, a CBA desenvolve soluções e serviços
para os mercados de embalagens e de transportes, conferindo mais leveza,
durabilidade e uma vida melhor. A
CBA está bem perto de você. Acesse: www.cba.com.br. |
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